{ no cinema } Amor em Sampa


Amor em Sampa

Estreia: 25 de fevereiro de 2016
Gênero: Romance / Musical
Classificação: 14 anos
Duração: 1h53min
Diretor: Carlos Alberto Riccelli / Kim Riccelli

Cosmo (Carlos Alberto Riccelli) é um taxista que ama rodar por São Paulo. Um dia, ao encontrar Mauro (Rodrigo Lombardi) em um bar, recebe uma proposta inusitada: gravar depoimentos de passageiros em seu táxi, nos quais as pessoas falariam sobre o que gostam em São Paulo. A ideia faz parte de uma campanha publicitária idealizada por Mauro, que pretende levantar a auto-estima do paulistano em relação à cidade. Paralelamente, a aspirante a atriz Carol (Bianca Müller) e sua amiga Mabel (Letícia Colin) chegam atrasadas a um teste para uma peça teatral. Lá conhecem Matheus (Kim Riccelli), um diretor mulherengo que logo se interessa por ambas. Há ainda a empresária Anis (Bruna Lombardi), que trava um duelo de poder com o ambicioso Lucas (Eduardo Moscovis), e também o casal formado por Raduan (Tiago Abravanel) e Ravid (Marcello Airoldi), que pretende em breve oficializar a união.



Seja a mudança que você quer ver no mundo. Essa frase de Gandhi norteia o enredo de Amor em Sampa, um filme utópico com a maior metrópole do Brasil. Mas fica só no discurso mesmo, porque a execução foi totalmente ao contrário. Se a ideia era mostrar a diversidade dos paulistanos, errou feio, errou rude!

Vou tentar resumir o enredo: 5 histórias de amor na cidade de São Paulo. Carlos Alberto Ricceli faz Cosmo, o taxista solteirão que ama odiar o trânsito e acaba se envolvendo com a pobre interesseira interpretada por Miá Mello. Mas no fundo ele não esqueceu seu amor do passado, Aniz (Bruna Lombardi), herdeira de uma grande empresa e sócia majoritária. Pra ter seus planos facilitados, Lucas (Du Moscovis) decide jogar todo seu charme pra tentar seduzir e encontrará certa dificuldade. Mauro (Rodrigo Lombardi) é um publicitário idealista que cria a campanha Amor em Sampa por causa de sua crise de consciência; ele se envolve com a estilista Tutti (Mariana Lima). Um de seus funcionários é Raduan (Tiago Abravanel), companheiro de Ravid (Marcelo Airoldi), que trabalha pra Mauro; eles são o casal gay espalhafatoso que trata a cachorra como filha. E numa história totalmente paralela, sem ligação nenhuma, Mabel e Clara (Bianca Müller e Letícia Colin) são duas amigas que disputam um papel na peça e a atenção do diretor Matheus (Kim Ricelli).

Primeiro precisamos conversar sobre preconceito. Eles conseguiram errar a mão em machismo, racismo, homofobia. A única personagem negra é a faxineira. Duas mulheres disputam por um homem e ele sai por cima. A outra troca sexo por carona e quer um marido rico e velho. Os personagens homossexuais foram totalmente caricatos. Em resumo, foi um show de estereótipos de embrulhar o estômago.

Fiquei toda animada quando soube que era um musical romântico, mas não consegui manter a empolgação quando comecei a ouvir rimas toscas e frases ridículas. Vergonha alheia define. E o pior foi ver que havia outras pessoas tendo o mesmo tipo de reação, aquele riso de deboche. Mas preciso admitir que a ideia sai da caixinha, já que musical no Brasil é quase inexistente e as músicas se encaixaram bem no contexto.

A produção é bem familiar, com Bruna Lombardi assinando o roteiro e a direção ficando por conta de Carlos e Kim Ricelli (mãe, pai e filho). Os atores já são conhecidos das nossas telinhas, então foi fácil gostar do elenco, mas me surpreendi com o lado cantor que eles apresentaram.

A melhor parte são os depoimentos de paulistanos no táxi de Cosmo. Pessoas comuns, de diferentes jeitos e idades, que demonstram seu amor por São Paulo. E disso eu entendo bem, porque tenho o maior orgulho da minha cidade apesar dos problemas. Juro que queria achar legal o todo e até tentei deixar de lado a rivalidade RJ X SP pra enxergar esse mesmo sentimento nas cenas. Mas não deu. Boas ideias que não saíram do papel e uma tentativa fracassada de musical brasileiro.









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