Desejo Concedido - Megan Maxwell

Resenha Livro Desejo Concedido

O primeiro livro da trilogia Guerreiras se inicia na Inglaterra no ano de 1308 e, inicialmente, conta a história dos irmãos Megan, Shelma e Zac Phillips (o mais novo que vive fazendo traquinagem), que moram com os tios devido ao falecimento dos pais. Como são órfãos, Megan toma para si a responsabilidade dos irmãos. Por serem filhos de mãe escocesa e pai inglês, há um preconceito por parte do povo inglês. Gananciosos e querendo ficar com as terras dos Philiphs, os tios arranjam com o bispo um casamento para Megan e Shelma (nessa época elas tinham 20 e 18 anos, respectivamente), só que os noivos pertencem a uma família rival. Não aceitando as condições, eles fogem para viver com o avô Angus na Escócia.

Os anos passam e em 1314 os irmãos levam uma vida bem simples no castelo onde o avô é responsável por cuidar dos cavalos. A partir daí percebe-se que Megan é a protagonista da história.

A ambientação na Idade Média evidencia a influência do senhor, da igreja e dos guerreiros. Como Megan e Shelma eram bem próxima de Gillian, irmã de Alex (o senhor das terras onde moravam), em um desses encontros, elas acabam conhecendo os highlanders Duncan McRae e Lolach McKenna, que estavam para tratar assuntos de guerra com o clã de Alex. Duncan, ou o Falcão, era mais o bravo e corajoso, e Megan acaba chamando a atenção dele pela sua beleza.

Após a partida de Gillian, mal-humorada, seu coração se paralisou quando viu surgir aquela mulher com olhos negros mais espetaculares que jamais havia visto.

Todas as moças têm uma atração por ele, exceto Megan, até conhecê-lo melhor. Megan e Duncan têm uma personalidade forte. Mas depois do primeiro encontro, Duncan teve que resolver um problema de Zac e mostrou uma postura contrária do temido guerreiro do clã.

Aquele era o Falcão, o guerreiro mais temido pelos clãs e o mais cobiçado pelas mulheres. Mas, diante dela, ele havia demonstrado sensibilidade ao falar com Zac com delicadeza e lógica, e ela não podia esquecer como o irmão ouvira e sorrira para ele.

Por estarem passando por o período de guerras/batalhas, principalmente com Escócia x Inglaterra, há uma rivalidade entre esses povos, e os Philiphs chegam a ser xingados por terem sangue britânico.

Como o casamento do senhor das terras está chegando, Megan e Duncan começam a ter mais contato, e ele busca mais intimidade com ela, a começar para que o chamasse pelo primeiro nome, coisa que ela se recusa. Sabendo da fama das moças que tinham uma queda por Duncan, Megan tenta passar uma postura séria e de respeito. No entanto, envolvido com ela, Duncan apenas acha graça. Acredito que a autora queria passar uma imagem do protagonista, mas ele pareceu ser legal (até o momento. Falaremos de personagens mais a frente).

Já estando notório o interesse dos guerreiros pelas netas de Angus, ele, querendo que as mesmas arrumem um casamento, engana Duncan e Lolach, dizendo que elas estão em perigo e que precisam de alguém para protegê-las, já que ele está muito velho. Por fim, eles selam um acordo em que os guerreiros ficarão responsáveis em se casarem com Shelma e Megan, caso o avô viesse a falecer.

A narrativa tem sempre chegadas e partidas dos clãs, e em uma dessas partidas o povo inglês que estava perseguindo os irmãos acaba invadindo o castelo e mata o avô das meninas. Então, como tinham prometido, os guerreiros retornam para cumprir a promessa feita a Angus. Enquanto Shelma se mostra bem animada, Megan se recusa a casar com Duncan.

- Eu não vou casar com você, laird McRae.
- Sim, você se casará comigo. Você se casará comigo porque seu avô me pediu isso, porque quero protegê-la e porque preciso de uma mulher que me dê herdeiros.

Como o futuro dos irmãos estão em perigo, Shelma se casa com Lolach e Megan com Duncan. Ao contrário de Shelma, Megan prefere fazer um acordo com Duncan em que eles chamam de handfasting. No caso eles viveriam como marido e mulher durante um ano e, um dia, caso não sentissem nada um pelo outro poderiam se separar. Mas, na moral, não esperaram nem um dia para e já é notório que eles sentiam algo e se tratavam com um certo brusco carinho.

Angus criou as suas netas como se fossem duas guerreiras, e é muito comum no livro ter vários momentos em que as meninas estão lutando com espadas ou cavalgando. Há momentos em que Megan se precipita ou toma as rédeas da situação, o que encanta mais ainda Duncan, justamente por ela ser diferente das outras mulheres. Então depois do casamento/acordo entre eles, a história tem como pano de fundo o retorno dos guerreiros, Duncan e Lolach, às suas respectivas terras juntamente com as suas esposas, com um trajeto cheio de surpresas. Mas a dúvida que fica é: será que Megan e Duncan ficarão juntos? (Pra mim não ficou dúvida não, mas né?).

Boa parte do livro, Megan enfrenta Duncan e eles chegam a bater boca na frente do clã. Embora Duncan fique encantado pelo jeito e o gênio forte dela, a recrimina e ordena que não altere a voz na frente dos demais, já que ele é uma pessoa respeitada e tem uma reputação. Por se tratar de uma época de guerras é bem comum perceber a submissão da mulher, como uma propriedade do homem. Então, em muitas partes do livro encontrão os maridos dando ordem às mulheres e até as humilhando publicamente, estas sempre com medo de serem devolvidas ou irritarem os seus parceiros.

Em muitos momentos eu fiquei bem reflexiva e cheguei à conclusão de que, apesar da época, em que a mulher era submissa, o que me preocupa é que em 2016 as pessoas que leem esse estilo de livro achem o cara perfeito (só ler algumas resenhas no Skoob). Em uma parte do livro, entendi como brincadeira o momento em que Duncan diz que se apaixonou por Megan porque o cabelo dela parecia com a crina do cavalo dele, mas depois eu percebi um quê de verdade naquilo. Sério? O cara tá comparando a mulher a um animal? Será que alguma mulher ficaria feliz em ouvir tal elogio do marido? Sei não, hein?

Resenha Livro Desejo Concedido


Embora Megan seja vista como aquela mulher empoderada, em vários momentos ela se questiona e é questionada sobre as suas decisões/posturas. E o que me deixou pensando sobre a minha avaliação foi ver as avaliações das outras pessoas. Embora essas leituras tenham o objetivo do entretenimento ou aguçar o prazer pela leitura, é importante que haja uma reflexão sobre essa mulher que está sendo criada pelos autores.

Nunca tinha lido nada de Megan Maxwell, mas, ao terminar esse, o que ficou para mim é que ela não deixa claro para o leitor a descrição dos ambientes, muito superficial. Esperava encontrar detalhes sobre a Idade Média, o clima, dentre outras minúcias que permite o leitor criar um cenário. Foi complicado projetar um ambiente.

A autora segue a linha dos romances eróticos, então o livro é cheio de passagens apimentadas, cenas picantes entre o casal e momentos de abuso sexual durante as disputas. Em alguns momentos isso chega a ser desnecessário, tipo quando o irmão conta que abusou da irmã. Isso era mesmo necessário?

Confesso que escolhi o livro porque fui tomada pela sinopse, principalmente por se passar na Idade Média dessa vez a culpa não foi da capa. Acreditava que iria imaginar cenários e a arquitetura da época e ver o empoderamento da personagem principal, com um leve toque de romance. O livro é narrado em terceira pessoa, dividido em dois períodos sendo o primeiro em 1308 e o outro 1314, totalizando 45 capítulos e um epílogo.

O que falta em descrição sobra em diálogos e em personagens. A dificuldade que tive na leitura foi devido à quantidade personagens na história. Nada contra, mas que eles façam sentidos e sejam explorados. Pra ter noção, na parte final do livro há uma reunião dos clãs, e eu contei 21 personagens, fora aqueles que apareciam e sumiam ou morriam. Em alguns momentos acabei esquecendo alguns e só me lembrava da existência quando apareciam mais à frente. Até Zac, o irmão de Megan e Shelma, quando reaparecia eu pensava “Eita! Ele ainda está na história.” ou quando me perguntava “Quem é esse mesmo?”. Na moral, não gosto quando isso acontece. Fiquei um tanto perdida e tive que voltar a leitura algumas vezes. Cheguei a entender que um homem era uma mulher. Pra "melhorar" a compreensão, a autora ainda coloca dois personagens com nomes iguais. Então já viu, né?

Algumas expressões repetidas me davam a sensação de já ter lido aquela parte antes. Outro ponto que não deixou a minha leitura fluir foi alguns errinhos de digitação, acredito que tenham passado despercebido. Sobre a capa, contemplou a proposta da história.

Deu pra perceber meus vários questionamentos durante a leitura. Terminada com a pergunta no ar: Será que sentirei vontade de ler os próximos livros?

Resenha Livro Desejo Concedido

Desejo concedido - Megan Maxwell
Essência
464 Páginas
Livro cedido pela editora
Onde comprar: Submarino | Americanas | Saraiva | Amazon

8 comentários

  1. Adorei o fato do livro se passar na Idade Média, mas fiquei meio (?) quando li que Duncan compara Megan com um animal. Nunca li nenhum livro "hot", mas confesso que esse não seria o primeiro. Acho que eu ficaria meio irritada pelo fato de nessa época a mulher ser submissa ao homem, e por isso não conseguiria ler até o final. Beijos

    ResponderExcluir
  2. Danila!
    Romances medievais são sempre atrativos, principalmente os ambientados na Escócia, devido a lenda do Highlanders e sempre me encantam.
    Gostei demais do romance 'entre tapas e beijos' da protagonista, ainda mais que ela não se deixa levar pela sociedade e se mostra forte, inclusive ao ponto de empunhar uma espada e lutar para defender o que é seu.
    E como se tudo isso não bastasse, ainda tem os trechos hots que me encantam.
    Quero ler.
    Rudynalva Correia Soares
    rudynalva@yahoo.com.br
    Participo e mais tarde sairá divulgação no blog.
    “O verdadeiro sentido do Natal não está nos presentes e nem no papai noel, mas sim no nascimento de Jesus Cristo, que veio ao mundo para nos libertar do pecado e ser o nosso único salvador!” (Andréia Godoi)
    Boas Festas!
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de DEZEMBRO ESPECIAL livros + BRINDES e 4 ganhadores, participem!

    ResponderExcluir
  3. Ganhei esse livro em um sorteio da editora, e ainda veio autografado, e fiquei super feliz, não tinha interesse de ler o livro, por se passar em uma época que pouco conheço, e que não sei nada (risos), porém tinha ouvido tantos elogios em relação a outras obras da autora, que pensei devo dar uma chance. Mais, depois de ler sua resenha confesso que estou bastante confusa, gostei bastante em saber que mesmo se tratando de um época onde a mulher era submissa, ainda vejo que a personagem lutara pelo seu espaço. No entanto essas guerras e conflitos, não sei se seria um livro que vai me envolver e encantar.

    ResponderExcluir
  4. Oi Danila, minha experiência com esse livro foi oposta a sua rs, eu gostei demais da história e achei Megan uma personagem bem forte pra época em que ela estava vivendo, já tinha ouvido falar e lido um livro da Megan, então já esperava as cenas mais picantes (não consegui lembrar dessa passagem "quando o irmão conta que abusou da irmã", vou procurar no livro). Contudo, entendo e já tive experiências onde esperava uma coisa e lia outra, o que torna a leitura realmente desinteressante. Parabéns pela sinceridade da resenha:)

    ResponderExcluir
  5. Oi,lendo a sua resenha,acredito que você não sentirá vontade de ler os outros livros. :D

    Confesso que assim li a sinopse do livro,fiquei com muita vontade de ler.
    Já estava imaginando os detalhes das paisagens da Escócia...Mas não tem não é?! :/
    Pena!!!!

    Mas apesar do machismo,que infelizmente predominava na época, gostei da história.
    Principalmente pela Megan não ser submissa.

    Fiquei curiosa! ;)

    ResponderExcluir
  6. Oi!
    Ainda não li nada da Megan Maxwell, e gostei muito da resenha o que me deixou interessante nesse livro, principalmente por temos protagonistas forte, que parece proteger seus irmãos, mas vi alguns pontos ao longo da resenha que podem acabar me irritando, por isso ainda não sei se irei ler esse livro !!

    ResponderExcluir
  7. Oi Danila, livros que contém muitos personagens fazem com que tenhamos uma certa dificuldade na história mesmo. O ponto que você levantou, sobre como a mulher era e é vista hoje, é de suma importância. Tudo bem que a época em que a história se passa possui uma forma própria de como as coisas aconteciam, mas não distinguir essa diferença- que é gritante - e achar "normal", aí já demais né. Concordo com você que nem sempre o cara tem que ser taxado como perfeito. Preciso conferir a obra para saber conhecer a trama.
    Beijos
    Quanto Mais Livros Melhor

    ResponderExcluir
  8. Epa, epa, epa, "crina de cavalo", é sério isso???? kkkk Ainda tem gente que o considera o modelo perfeito? As vezes eu não entendo algumas mulheres. Eu quando vejo um negocio desse num livro de época, eu relevo, mais jamais diria que o mesmo é perfeito ou que gostaria de um desse pra mim, Deus que me livre. kkkk
    Voltando a falar sobre o livro essa história de ter muitos personagens, inclusive com mesmos nomes, me deixou com preguiça. kkk Já fico imaginando tendo que voltar a um ponto pois não me lembrava de tal personagem. É uma pena que a autora tenha pecado nisso.
    Bom, e se você vai continuar lendo os outros livros só o tempo dirá, se fosse hoje, diria que não. Mais o amanhã a Deus pertence, né?

    Beijos

    ResponderExcluir

Que prazer em ter você aqui! Entre e sinta-se à vontade.
Se gostou do post (ou não), deixe um comentário. Sua opinião é muito importante pra melhorar cada vez mais o blog. =)