Só Gosto de Cara Errado - Laura Conrado


Título: Só Gosto de Cara Errado
Autora: Laura Conrado
Editora: Novo Século


Priscila é uma adolescente de 14 anos que, como qualquer outra garota, deseja ter um namorado. O problema é que ela acumula paixões por caras impossíveis, comprometidos, e que não levam nada a sério. Até que surge em sua escola o Cristiano, um gato de covinha por quem Pri se apaixona. Ela faz de tudo para atrair a atenção de Cris com a ajuda de suas inseparáveis amigas: Ana Luiza, Júlia e Rafaela. Contudo, a necessidade de se mostrar perfeita começa a prejudicá-la no colégio e a faz se desentender com uma de suas melhores amigas. Para piorar, o esforço de Pri em agradá-lo parecia não surtir efeito, afinal, o rapaz vivia sumindo. Chateada, ela pede ajuda à mãe, que a encaminha para a psicoterapia. A partir de então, Pri confronta algumas mágoas de sua infância, a relação intensa (e tensa!) com seu pai e a ideia que tem sobre o amor. Com delicadeza e bom humor, o primeiro livro da série teen de Freud, me tira dessa! aborda autoestima, relacionamento entre pais e filhos e o amadurecimento para fazer boas escolhas.

Pre-pa-ra que agora é a hora do show das poderosas! ♫
Huahuahuaauha! Tô com essa música na cabeça, gente! E acho que ela tocou nas festas em que a Priscila foi. E acho também que ela dançou horrivelmente na última. Apenas acho!
Tá, chega de gracinhas. Eu sou uma menina séria oi? e vim aqui fazer uma resenha super importante (e pensar que eu ia gravar uma resenha falada... imagina o que não ia sair de bobeira).

Priscila é uma típica adolescente que se inspira nos contos de fada e sonha encontrar seu príncipe encantado. E, como toda menina não-periguete nessa fase, se apaixona perdidamente pelo bofe da vez, fica naquela deprê quando vê que o romance não foi pra frente, mas logo depois está caidinha de novo por outro menino. Quem nunca? E quando ela conhece Cristiano, acredita piamente que ele é O cara, apesar dos inúmeros sinais que ele manda de que ela não é tão importante assim.

Como eu estava sempre gostando de alguém, já estava ficando craque [em jogar charme]. Entretanto, às vezes, eu tinha a impressão de que desperdiçava tempo, gostando de caras errados. Contudo, daquela vez eu estava certa de que seria diferente. Cris era real e estávamos sempre conversando.

Só que esse é apenas um dos problemas de Pri, ainda que ela não enxergue os outros inicialmente. Seus pais se separaram quando ela tinha 7 anos, e o relacionamento com o pai não é lá essas coisas. Ele arranjou uma nova esposa e teve 2 meninos com ela. E lá vem o ciúme característico dos irmãos mais velhos, que são preteridos por causa dos caçulas (experiência própria).

Além disso, Pri tem 3 amigas super leais, que tentam avisá-la da furada em que está se metendo. Mas ao invés de escutá-las, ela resolve brigar. Quanta confusão, gente!

Pra descomplicar sua mente, Pri procura a ajudinha de Freud e seus amigos. Só mesmo o pai da psicanálise pra dar um jeitinho naquela cabeça complicada! E o melhor do livro são as partes com a terapeuta e os momentos de reflexão. Nossa protagonista, assim como eu, começa achando que ia tratar um problema x, sem perceber que ele é causado por outros problemas a, b, c... E é ali, no divã, que entendemos as relações entre aquilo que nos aflige diretamente e o que tá escondido no nosso inconsciente ou que fingimos não enxergar

- Nas primeiras sessões, você falou sobre Freud e algumas descobertas dele.
- Sim, eu me lembro.
- Pois é. Esse Freud agora vai ter que me tirar dessa!

Esse é o primeiro livro da série Freud, me tira dessa! Teen. Depois do sucesso de Freud, me tira dessa (resenha aqui), que chegou à 3ª edição em apenas 1 ano de lançamento, a Novo Século apostou no público adolescente. Os próximos livros terão como protagonistas as amigas da Pri: Rafa, Júlia e Ana.

Laura fez um ótimo trabalho, fugindo da linha tradicional do chick-lit final perfeito. Assim como em FMTD, toda a história é escrita com muita realidade. Nada daquelas fantasias completamente diferentes do nosso dia a dia. A parte "ruim" de crescer, o amadurecimento, as decepções, as vezes em que é preciso dar o braço a torcer... tudo isso é relatado com brilhantismo.

E não acho que seja um livro apenas pra adolescente. Quantas mulheres não vivem isso com seus vinte/trinta e poucos anos! Encarei como um chick-lit normal, com a diferença de que é protagonizado por uma menina de quatorze anos. Mas até os dramas da mãe são discutidos.

Quem faz psicanálise vai dar boas risadas. Como eu me reconheci nos sentimentos da Pri: teimosia, revolta, tristeza e, principalmente, autoconhecimento. Acho que as psicólogas vão gostar da forma como foram retratadas.

Ridículo era deixar de ser eu mesma com medo do que os outros irão pensar.

Um ponto super positivo foi a inclusão de atualidades no roteiro. YouTube, Facebook, Foursquase e SMS fazem parte da vida das personagens, assim como nas nossas. Não dá pra ignorar que todas fuçamos o perfil de alguém quando estamos interessadas (nem que seja pra falar mal da vida alheia). E se isso acontece mesmo, por que não colocar no meio da história?

Como a Laura disse, a capa é pop. Adorei a combinação de cores. Nas imagens parece que é um lilás meio escuro, mas ao vivo ele ficou um lilás meio rosa lindo! E palmas à Novo Século pelo cuidado de tirar o charuto na caricatura de Freud.
A revisão está boa, mas, como eu sou chata, achei meia dúzia de erros, a maioria em relação às preposições. Mas nada que prejudique o entendimento do texto.

O livro é fininho, dá pra ler numa sentada só. Não tem enrolação, logo no começo você vai entrando no clima e a ação já começa. E quando você acha que a história está se encaminhando pro final, mais emoções aparecem pra te deixar preso.

E que fique entre a gente: meu olho marejou. Não, a história não tem final triste, mas eu tô na TPM e me identifiquei demais com os dramas da personagem. Eu falei pra Laura que estou com medo dos próximos livros. Daqui a pouco eu junto e faço a minha biografia. rs!

Pra resumir... adorei! E nem tô esperando loucamente o FMTD 2 e os outros da série Teen. Que isso! =P Hahahahaha!

PS: Agora que eu percebi que quase não marquei quote. Mas eu fiquei tão envolvida com a história que acabei negligenciando as marcações pra saber o final. E acho que usei uma linguagem mais adolescente também, entrei na vibe. rs!