Ligeiramente Escandalosos - Mary Balogh

Esta resenha NÃO contém spoilers de outros livros da série.
Ligeiramente Casados
Ligeiramente Maliciosos


Título: Ligeiramente Escandalosos (Os Bedwyns #3)
Autor(a): Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 288
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Americanas | Casas Bahia
Nota:

Freyja Bedwyn é uma mulher diferente das outras damas da alta sociedade: impetuosa e decidida, ela preza a independência e a liberdade acima de qualquer coisa – até mesmo do amor.
Até que o destino lhe apresenta Joshua Moore, o marquês de Hallmare, um homem cheio de charme e mistério, dono de uma beleza estonteante e de uma reputação terrível. Quando ambos se encontram a caminho da pacata cidade de Bath, a química entre os dois é imediata.
Entre encontros e desencontros, conflitos e provocações, Joshua faz uma proposta inusitada: pede que Freyja finja ser sua noiva, para evitar que uma artimanha de sua tia o leve a se casar com a própria prima.
Para uma dupla que acha graça das convenções sociais, esta parece ser a oportunidade perfeita para se divertir. Mas a brincadeira acaba trazendo consequências inesperadas. Aos poucos, suas máscaras vão caindo e ambos se revelam pessoas bem diferentes do que aparentam.
Neste terceiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh se aprofunda ainda mais nos segredos e desejos dessa família incomum e extremamente sensual.

Freyja foge totalmente do padrão das mulheres da época. Não leva desaforo pra casa, gosta de fazer coisas tipicamente masculinas e tem sempre uma resposta na ponta da língua pra qualquer situação. Isso é, até conhecer Joshua Moore, um marquês muito do convencido, com uma beleza indiscutível e uma lábia que conquista muitas mulheres. O primeiro encontro não poderia ter sido mais estranho: Josh invade o quarto de Freyja fugindo de uma armadilha de casamento. Depois de ameaças, beijo roubado, soco no nariz e fuga pela janela, ela achou que nunca mais o veria, mas não poderia estar mais enganada.

Há alguns anos Free viu seu final feliz escapando entre os dedos por negociações entre as famílias. Não poderia casar com Kit, o homem que amava, e foi prometida ao seu irmão mais velho. Esse morreu, aquele voltou da guerra com uma noiva, e ela ficou com o coração traumatizado. Quando o filho de Kit está prestes, Free resolve fugir para a casa de sua amiga na pacata Bath pra evitar o clima de comemorações. Mas ela não consegue ficar em paz, pois Josh é o neto de uma das vizinhas.

Seria muito divertido flertar com ela, dada a opinião que a moça tinha dele e o temperamento forte dela. Mas na próxima vez ficaria atento àquele punho. Já fora pego desprevenido duas vezes, e era mais do que o bastante.

O problema é que ele nunca teria sido marquês se não fosse a morte do primo, o título lhe chegou de surpresa e sem o seu agrado. Assim, pra não perder a casa e as regalias, a marquesa viúva, tia de Josh, precisa casá-lo com uma de suas filhas, e Josh ama demais as primas - e sua própria liberdade - para forçá-las a tal atitude. Se não fosse por esse inconveniente, poderia ignorar a pressão da avó e adiar um compromisso, mas o melhor jeito de fugir de um noivado é outro noivado.

Josh e Freyja se atracam em todas os encontros, e os socos certeiros dela não o fazem desistir de se sair superior. É nessa briga de gato e rato que surge a proposta: um noivado de mentira, só pra afugentar a tia e rir da cara das pessoas com o relacionamento rápido. E aí vocês já imaginam no que vai dar, né? A mentira vai ficando tão bem contada que acaba virando verdade.

Qualquer mulher normal, numa situação daquelas, teria seguido na direção oposta e corrido o mais rápido que pudesse. Mas Freyja não era qualquer mulher normal.

Sem dúvidas Freyja é a melhor da família Bedwyn, eu já esperava ver o que ela ia aprontar, mas não imaginei o par que Balogh ia colocar pra ele. Positivamente surpreendente. Josh é um oponente à altura, ambos carregados de sarcasmo e tiradas superdivertidas e espezinhantes, que me levaram a gargalhadas e reações do tipo "ai, eu não deixava". Não tem como ficar imune às ações e reações de dois solteiros que não fazem a menor questão de casamento.

Por trás dessas brigas e birras, ambos escondem seus dramas do passado. Ela carrega a mágoa de um amor frustrado. Ele ainda tem as cicatrizes de uma infância sofrida, criado por tios que o desprezavam. E por pouco, muito pouco, o orgulho não os deixa dar o braço a torcer pra perceber que a felicidade pode ser mais simples do que aparenta.

Não posso deixar de mencionar a Prue, prima mais nova de Josh. Ela tem algum tipo de deficiência mental, talvez um retardo ou Síndrome de Down, que faz seu corpo de mulher abrigar um coração puro de criança. Há uma trama sendo desenvolvida paralelamente, mostrando a falta de sentimentos de sua mãe e do amor sincero do primo. Foi por causa dela que começamos a ver o lado sentimental de Josh, o homem por trás do libertino.

Continuando a falar de secundários, a tia dele é aquela mulher odiosa! Quer sair por cima, manipular e fazer chantagem emocional. Uma vilã horrível, mas que cumpre bem o seu papel.

Mais uma vez Wulfric tem uma aparição importante e mostra a força do laço familiar. Desde o primeiro livro falo que mal posso esperar pelo 6º livro da série, cujo protagonista é o chefe dos Bedwyn, e acho que Mary Balogh o deixou por último justamente pra nos instigar. São atitudes que oscilam entre a mais fria indiferença à proteção incondicional. Ele já tem seu lugar no meu coração.

Vou sair pelo mundo em busca do meu próprio final feliz. Aidan, Ralf, você… Finais felizes estão começando a se tornar uma epidemia entre nós.

A história é boa sim, mas não se compara ao segundo livro, pra mim Rannulf e Judith têm um romance mais arrebatador. E foi ótimo vê-los em algumas cenas e saber da continuação desse romance. Mas, tirando o fato de que os irmãos anteriores casaram, não há problemas de ler fora de sequência.

Apesar de a capa ser bem bonita, não consigo enxergar a Freyja na modelo, especialmente pela ausência do nariz adunco, característica marcante da família Bedwyn. Mas não tem como não achar bem melhor do que a capa original, que é bem sem gracinha. De resto, o livro é como a gente já conhece dos outros da série.

Mary Balogh tem entrado na lista de autoras de romance de época que tudo o que escrever vou querer ler. Agora é esperar pelo livro da Morgan, que também promete ser bem agitado!

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