Quero ser Beth Levitt - Samanta Holtz


Título: Quero Ser Beth Levitt
Autora: Samanta Holtz
Editora: Novo Século


Amelie Wood perdeu os pais aos doze anos e, desde então, vive em um abrigo de meninas. Com a chegada do seu décimo oitavo aniversário, ela vive agora o temido e esperado momento de deixar o lugar que a acolheu por toda a adolescência para enfrentar o mundo em busca dos seus sonhos. Seu bem mais precioso é o velho exemplar do romance que sua mãe lia para ela, na infância. "Doce Acaso" contava a história de Beth Levitt, uma jovem que, como ela, amava o balé e tinha a vida transformada ao conhecer o príncipe Edward. Amie suspira ao reler incansavelmente aquelas páginas, imaginando quando o príncipe da vida real baterá em sua porta... Por isso, ao soprar as velas, não tem dúvida quanto ao seu pedido: "Quero ser Beth Levitt!". Através de grandes coincidências e uma trajetória que ela jamais imaginaria, Amie se vê, de repente, no fascinante mundo do cinema, cara a cara com o príncipe mais lindo que sonharia encontrar e lutando para se esquivar da maldade de muita gente invejosa, contando, para isso, com sua melhor arma: um coração puro.

Doce, delicado, romântico, envolvente... Eu poderia usar vários outros adjetivos para definir Quero ser Beth Levitt.
Quem conhece a Samanta, sabe que esse livro é do jeitinho dela. Eu podia ouvi-la, com aquela voz meiga, narrando a história pra mim.

Apesar de chamarmos o livro só como "Beth Levitt", ela é apenas uma personagem de um livro que a protagonista do livro lê. Confuso? Pois bem, vamos por partes...
Doce Acaso é um livro (fictício) que conta a história da paixão do casal Beth e Edward. Beth é bailarina, sonhadora e romântica. Edward é o príncipe que, por um doce acaso, a conhece e se apaixona por ela.
Entendida essa primeira parte, vamos à história de fato.

Amelie já tinha perdido, quando criança, o pai num acidente, e sua mãe morreu de câncer quando ela tinha 11 anos. Como não tinha família, encontrou abrigo no orfanato, onde morou até completar a maioridade. Apesar da sua vida sofrida, nunca perdeu as esperanças e a delicadeza, mantendo o livro "Doce Acaso", herança de sua mãe, como seu companheiro inseparável.

Numa sucessão incrível de coincidências, alinhamentos planetários e sorte, eis que nossa órfã vira atriz de cinema e ainda por cima contracena com o ídolo das adolescentes, de quem tem um pôster na parede do quarto. E assim lá vai a história da vida de Beth.

A narração não é em primeira pessoa, mas dá pra mergulhar no universo de Amie, com todos os sentimentos, expectativas e aflições. Também é possível observar outras partes da história nos quais Amie não está presente, o que traz mais dinamismo ao livro.

Mas é preciso salientar que o livro é extremamente romântico. Se você tem aversão a histórias melosas, coincidências que beiram o absurdo e muita crença na boa vontade das pessoas, não leia! Corre o grande risco de você achar o livro bobo demais, ou utópico demais, ou chato demais. Eu, como uma romântica incorrigível, adorei e acreditei piamente na sequência surreal de eventos que a Sam criou pra Amie.

Uma coisa bem legal é que os capítulos são curtinhos, alguns com 3, 4 páginas. Aí já viu, né? Você vai lendo, mais um capítulo, só mais esse... e quando vê, sua hora de dormir já passou há muito tempo. O livro é cativante! Independente de ser adocicado, é envolvente, prende a atenção do leitor. As cenas são narradas de forma a obrigar a leitura do próximo capítulo, e do outro, e de mais um.

A revisão está boa, e tenho certeza de que grande parte disso se deve à escrita da autora, que mostra pelas redes sociais que preza pelo bom português. A diagramação ficou fofinha, com sapatilhas de bailarina espalhadas pelo livro inteiro, mas ainda acho que podia ser mais bem-feita. A capa é linda, Adriana Brazil mais uma vez ahazando!

O livro é um pouquinho grande - e sua versão original era maior ainda, pois a Samanta teve que "emagrecer " a bailarina para a publicação. Eu demorei uns 3 dias pra ler porque não pude me dedicar muito à leitura, mas usava qualquer espacinho de tempo pra conhecer um pedacinho mais da história.

Beth difere bastante de O Pássaro, livro de estreia da autora. Apesar de o gênero ser o mesmo, a forma de conduzir a história e a mensagem do livro são diferentes. Beth traz umas passagens bem divertidas, outras que nos fazem suspirar e mais algumas que nos causam tensão. Pros fãs de romance, "Quero ser Beth Levitt" é uma ótima pedida.