A Rainha Normanda - Patricia Bracewell

Livro A Rainha Normanda - Patricia Bracewell

A Rainha Normanda busca explorar aspectos medievais na medida em que contextualiza o "romance" que é transpassado pela história. Vamos combinar que amor proibido, laços político-econômicos dados por herança e disputas por reinos tão tão distantes são fatores quase que exclusivos para livros de ficção histórica, mas, até que ponto limitar tais fatores para a construção de uma história original, intrínseca e instigante?

Passeando pela Normandia, Inglaterra e Dinamarca, A Rainha Normanda é narrado em terceira pessoa sem qualquer ponto de inferência dos personagens. Tal narrativa deixou a história significativamente cansativa. As ocorrências que delinearam a história foram apresentadas bem superficialmente e sem impacto algum. É compreensível que a autora tentou construir um cenário perfeito ao máximo para obra, mas ela em si, além de cansativa, tornou a não fluir pela extrema necessidade da descrição de cenários, roupas, expressões e até mesmos gestos.

Ao que parece ser uma trilogia, neste primeiro livro conhecemos Emma, uma jovem de 15 anos, filha do rei da Normandia, destinada por interesses exclusivamente políticos a casar-se com o viúvo rei da Inglaterra, Æthelred II, e assumir o trono de rainha dispondo de privilégios irrevogáveis segundo as leis dos homens e as leis de Deus. Ao se deparar com a situação de assumir um reinado que não te pertence, Emma passa a ter de tomar sérias decisões como saber a quem entregar a sua fidelidade e o seu coração.

A obra em si tem um quê de realidade ao relatar sobre Emma da Normandia, invasores vikings e reinados que perfiaram o tempo no século X, porém foi adaptada pela autora que usou da licença literária para narrar eventos pouco documentados pela história.

O início da obra é dado com uma série de narrativas, pontos de vista e cronologias que afetaram o desenvolvimento desde suas primeiras páginas, além disso, inúmeros personagens foram introduzidos superficialmente tapando buracos que não seriam resolvidos com o desfecho da história.

Livro A Rainha Normanda - Patricia Bracewell


Æthelred II é um rei nada tradicional e seus medos e conflitos internos foram colocados à tona incontáveis vezes tornando-o enfadonho até mesmo em sua relação nada amigável com Emma. O cristianismo é evidente e diversas explicações são atribuídas a Deus, como também diversos mitos ou misticismos na corte em si.

Emma, que eu já esperava ser uma rainha dura e persistente, me desanimou bastante com sua submissão inicial e fraqueza diante das adversidades de lidar com Æthelred. Fiquei um pouco mais compreensivo com a personagem quando lembrei que ela só tinha 15 anos e estava passando por acontecimentos que eu não seria capaz de me pôr no lugar. rsrs

Ao caminhar pelas páginas finais, a obra passa a ter um aspecto mais crível com batalhas, decisões erradas e pontos a serem fechados, dando um pouco mais de emoção e vida à história.

Romance definitivamente não é o foco deste livro, Patricia não se esforçou em florear a narrativa. Escreveu pesado, mas escreveu bem. A escritora pode não ter se esforçado para criar uma história original (pois ela já existia), porém descreveu muito bem. até ficar cansativo, btw...

A diagramação é bacana, mas odeio glossário no inicio dos livros. Não seria mais útil utilizar notas de rodapé quando necessário?

Pra quem gosta de crônicas anglo-saxãs, recomendo! Não estou tão ansioso para ler o segundo livro no momento, mas me arrisco a dizer que será um pouco melhor que seu antecessor.

Livro A Rainha Normanda - Patricia Bracewell

A Rainha Normanda - Patricia Bracewell
Arqueiro
400 páginas
Livro cedido pela editora
Onde comprar: SubmarinoAmericanas | Saraiva

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