Eu sem você - Kelly Rimmer

Resenha Livro Eu sem você

Vamos à realidade dos fatos, o livro já começa dizendo o que vai acontecer, tanto é que a sinopse já faz um belo apanhado do que você encontrará na história, além desse o título que já diz tudo. Dividido em 26 capítulos e um epílogo, essas partes estão intercaladas pelos personagens principais.

Motivação da leitura: a chamada na capa quando compara a história escritas por Nicholas Sparks, David Nicholls e Jojo Moyes. Nunca li nada de Nicholas, já li Um dia de Nicholls e sou louca pelas histórias de Jojo. Então fui com sede ao pote com aquela ansiedade e expectativa.

Os capítulos são intercalados com a visão dos dois personagens. Callum fala detalhadamente das suas experiências amorosas com Lilah, às vezes tornado-se cansativo, longo, com descrições de passeios, jantares, momentos juntos e da sua admiração por ela. Já Lilah conta clara e objetivamente, a partir de registros em seu diário, que guarda um segredo e por isso precisa se afastar de Callum logo, apesar de gostar dele e não querer brincar com seus sentimentos, até porque acredita que a relação não terá futuro. As narrativas vão se complementando, nas partes de Lilah ela comenta brevemente algo que tenha acontecido no capítulo anterior descrito por Callum.

Lilah MacDonald é uma advogada ambientalista, vegana, “natureba”, aventureira, já passou por diversos países e tem uma vida social. Ela é do tipo "vamos aproveitar tudo!" e do "não sou obrigada a nada!".

Lilah salvava espécies ameaçadas, lutava por indenização e era contra práticas perigosas de mineração. Quando ela se saía bem no trabalho, o ecossistema estava protegido ou as pessoas melhoravam de vida.

Callum Roberts é completamente o oposto. Ele trabalha com marketing, ama comer carne, não saiu da Austrália, depois que os pais morreram ele perdeu o contato com os seus irmãos e passou a se dedicar ao trabalho. Em consequência disso, não tem vida social, seu único amigo era o seu colega de trabalho, Karl, mas logo eles acabaram se afastando um pouco.

Quando eu me saía bem, acordos eram fechados e produtos, vendidos.[...] O impacto para as futuras gerações no meu provavelmente seria obesidade, pobreza e carência, independente de quão ricas as pessoas fossem.

Na faixa dos 40 anos, Lilah e Callum moram em Marly Wharf (na Austrália) e se conheceram em uma balsa (andar de balsa pareceu algo muito comum). A primeira coisa que chama a atenção de Callum é o fato de Lilah estar descalça, fato que é motivo de discussões e entendimentos durante todo o livro. A partir daí eles começam a conversar e emendam num jantar com direito a passear na praia à noite e dormir na casa dele. Já nesse primeiro encontro têm novas experiências e as coisas vão acontecendo muito rápido.

Callum fica tão envolvido que a procura na internet, mas não encontra. No entanto, Lilah deixa claro que não quer um relacionamento sério e nada de filhos.

O engraçado é que eles nunca se viram, mas, depois desse primeiro dia e sem ter contato nenhum um do outro, se encontram no dia seguinte e resolvem jantar de novo, agora na casa de Lilah. Só que -pasmem! -, quando Callum está descrevendo a casa de Lilah, ele diz que tem um sofá de couro vermelho!

Resenha Livro Eu sem você

“Havia azulejos brancos brilhantes e sofás de couro vermelho intenso em meio a almofadas e xales peruanos supercoloridos.” Como assim? Ela não é ambientalista/defensora dos animais? Tudo bem que o couro pode ser sintético, né? Mas mesmo assim, quando fala em couro minha mente já projeta animais.

Na história não há relações em outros grupos, eles estão na maioria do tempo juntos. Sem contar também que todas as outras situações sociais envolvem casais: conversam sobre outros relacionamentos, observam o comportamento de um casal na fila do supermercado... Acredito que isso esteja presente no livro para mostrar que não existe aquele casal perfeito, mas várias relações com seus altos e baixos ou um complementando e sendo parceiro do outro. Mesmo tendo o receio de se envolver, eles resolvem dar continuidade ao relacionamento, mas nada oficial.

Até que eles vão à fazenda/praia de Lilah (confesso que não entendi essa parte, acredito que era uma casa na fazenda dela, onde era possível ver a praia) de férias, um mês descansando e passando um tempo longe de trabalhos. Era bem no período das festas de final de ano, e o casal é convidado junto com a mãe dela para um jantar na casa dos cuidadores da horta da fazenda.

É perceptível a mudança em Callum, já que nessa noite ele faz uma ligação para os irmãos, há muito sem conversarem. Sem contar que ele sempre pensava em Lilah quando saíam, levando-a para jantar em locais veganos e se preocupando com presentes/agrados para ela. Buscava saber como era feito, os materiais usados, já que ela era uma defensora do ambiente.

Eram pequenos passos, mas Callum estava se soltando, fazendo suas próprias conexões, e eu espero ter sido uma pequena parcela disso.

Sobre as impressões do livro, acredito que quando já tem na capa uma comparação da história com outros autores, cria-se uma grande expectativa por parte do leitor. Como já disse, fui lendo esperando encontrar uma história no nível ou melhor dos romances de Jojo Moyes, mas a maioria do tempo eu senti que a história ia acontecendo, a vida de Callum e Lilah ia sendo contada, e chega ao final com aquilo que há havia sido anunciado na primeira frase do livro. Nem criei muitas expectativas, pois já era óbvio o que iria acontecer.

Outra questão, mas é algo bem pessoal, é que não curto quando os personagens se olham, já se apaixonam, dizem que um é o amor da vida do outro e vão viver felizes para sempre.

"Ela me lançou aquele olhar zombeteiro com o qual eu já estava me acostumando.” Oi? Eles se conheceram hoje e ele já estava se acostumando com o olhar dela? Por favor, não achem que não sou romântica, mas não consigo acreditar. Não consigo!

A impressão que dá é como se acreditassem em amor à primeira vista, mesmo Callum e Lilah afirmando que não acreditavam nisso, mas foi claramente o que aconteceu na história.

Eu não acreditava no destino – ainda não acredito -, mas, de alguma forma, sabia que precisava prestar atenção no que estava acontecendo, como se aquele momento fosse o começo de uma jornada única na vida.

A história se passava, a maior parte do tempo, contando o que acontecia com os dois, então em alguns momentos ficou um tanto cansativa. A autora poderia ter explorado outros ambientes e os personagens principais com outras pessoas, além de ter dado uma sintetizada na história. Percebi alguns descuidos, como mencionei anteriormente sobre o sofá de couro na casa de uma ambientalista. Apesar de ter demorado um pouco, consegui relacionar a história com a capa.

O ponto positivo é que a maioria dos romances são contados do ponto de vista feminino, mas em Eu sem você é o olhar do homem a respeito de um relacionamento amoroso. No entanto, a sensação que tive quando terminei a leitura foi “Acho que já li essa história em algum lugar...”. Acredito que quem for ler o livro terá a mesma impressão.

Tenho certeza de que muita gente vai gostar, inclusive fiz algumas pesquisas e muita gente gostou do livro (acho que sou a do contra), mas pra mim, ele deixou a desejar.

Resenha Livro Eu sem você

Eu sem você - Kelly Rimmer
Arqueiro
296 páginas
Livro cedido pela editora
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2 comentários

  1. Olá,acho que você transmitiu tão bem suas impressões sobre a história, que senti como se eu mesma estivesse lendo o livro e achando a história enfadonha.

    Quando o personagem descreveu o sofá de couro,resolvi dar um crédito a leitura e imaginar que fosse sintético mesmo. Rsrs

    Bem,não me interessou muito a história! :/

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  2. Oi Danila,
    Estou ansiosa para ler esse livro, quando vi o lançamento meses atrás e li a sinopse já previ que seria uma história emocionante. Só pelo fato de ser recomendado para os fãs de Jojo Moyes e o Nicholas Sparks eu sei que vou gostar, pois será uma leitura repleta de emoções. Espero que o livro corresponde às minhas expectativas.
    Beijos

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