Essa luz tão brilhante - Estelle Laure

Lucille Bennet, ou Lu, tem 17 anos, está terminando os estudos e tem uma irmã, que no início do livro tem 9 anos, a Wren. A sua melhor amiga é Eden, cresceram juntas, já que elas eram vizinhas, mas depois se mudaram. Eden é gêmea de Digby, o crush desde criança. Só que ele é comprometido e mantém uma relação com Elaine desde quando eram babies.

[...]Digby, que conheço desde os 7 anos[...] minha vontade é sair do carro, me ajoelhar na estrada da casa e dizer ‘Senhor, tenha piedade, aleluia!, escrever sonetos, pintá-lo num quadro e idolatrar aquela curvinha onde o pescoço dele se encontra com o ombro que é simplesmente muito, muito perfeita.

A vida de Lu tem tudo para ser perfeita, já que mora em uma casa relativamente grande, com a família e pans. Só que tem um porém, o pai dela teve um “ataque” se arrependendo de ter deixado a carreira de músico para trás para construir uma família e começa a agredir a mãe das meninas.

– Você queria filhos. Dei filhos a você.. Você queria que eu parasse de viajar. Parei de tocar em turnês com a banda.[...]– Olha pra mim. Não sou um homem. Eu fracassei. Não tenho nada para exibir como um bom resultado. Eu tinha que estar surfando, vivendo de música, não fazendo esta porcaria que suga a minha alma. Não posso mais fazer isso.

Depois disso ele é levado para uma clínica de reabilitação. Já a mãe de Lu e Wren, depois do ocorrido com seu marido, decide viajar e não voltar mais. Lu se vê em casa com contas para pagar e, principalmente, cuidar de Wren.

A mamãe é que fazia todas essas coisas sem que ninguém se desse conta. Agora eu me dou conta. Reparo que ela não está. Reparo que ela não faz. Minha vontade é cutucar a Wren, descobrir por que ela não pergunta onde a mamãe está no primeiro dia de aula, porque a mamãe não está aqui.

Por ainda ter 17 anos, quando perguntam pela sua mãe ela inventa várias mentiras, já que não quer que saibam que ela está só com Wren e venham a separar elas, levando para uma casa de assistência social. Assim, uma hora ela diz que a mãe está de férias, depois, que por se enfermeira, não tem tempo, dentre outras coisas. Ela pretende sustentar isso até completar os 18 anos, idade em que pode ter a guarda da irmã.

Fazendo de tudo para agradar a irmã e não deixar que não falte nada dentro de casa, Lu arruma um emprego de garçonete no turno da noite. Para isso ela conta com ajuda de Eden e Digby para cuidar da sua irmã enquanto ela trabalha. No entanto, apesar de não medir esforços, a professora pede para a mãe das meninas comparecer na escola, pois está percebendo que Wren, apesar de ser muito inteligente, tem se isolado de todos na sala de aula. Como a mãe não sabe e nem pode ir, Lu, inventa uma de suas mentiras e vai conversar com a professora.

A história é basicamente essa. Em alguns momentos, quando as meninas chegam em casa encontram-na toda arrumada, a dispensa cheia ou comidas fresquinhas. E durante todo o livro fiquei com aquela curiosidade querendo saber quem estava ajudando as meninas.

Olha! Olha! Alguém deixou uma cesta com empadões perto da porta!

O interesse pela história surgiu devido a divulgação da Arqueiro nas redes sociais e também por ver tanta gente lendo. Li a sinopse e me interessei. Acredito que o título do livro tenha relação com a garra de Lu, já que no pior momento, sem nada e ninguém, ela juntou forças e conseguiu superar as dificuldades. Por isso “Essa luz tão brilhante”, e acredito que todos nós só sabemos o tamanho da força/luz dentro da gente quando somos testados (Já dizia Pi de As aventuras de Pi rsrs).


No começo eu fiquei com muita raiva da mãe de Lu e Wren, mas depois eu tentei entender. Já que ela era muito apaixonada pelo pai e ela idealizou um futuro com ele que acabou não acontecendo, ela resolveu ir embora. No entanto, nas lembranças de Lu, ela parecia ser muito amorosa com as meninas. Mas como a história é contada em primeira pessoa pela Lu, a gente vê as coisas na visão dela, certo? Ah! Não vamos esperar profundidade nos personagens, nem descrições bem detalhadas.

Por falar em Lu, confesso que às vezes tive tanta raiva dela por achar que tudo acontecia por causa dela. Se bem que ela é uma adolescente, né? Eles são sempre cheios de questionamentos, e ela ainda tinha uma responsabilidade muito grande. Todas as vezes em que leio e não me identifico, um pouco com a história, me questiono sempre pra tentar encontrar solução e não fazer duras críticas.

Sobre o fim... Bem... Eu achei que Estelle deu uma corrida no final e quando acabou eu fiquei “Oi? Acabou?”. Não sei se terá uma continuação, procurei e não vi nada sobre. Espero que tenha e que seja muito rápido. Se tiver, eu acho que vou querer um spoiler pra saber como termina a história pra decidir se vou ler.


Essa luz tão brilhante - Estelle Laure
Arqueiro
208 páginas
Livro cedido pela editora
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