Segredos e Mentiras - Diane Chamberlain


Noelle tinha uma vida simples e feliz como parteira, sendo querida por todos e trabalhando em vários projetos sociais. Mas, quando ela se suicidou, seus amigos mais próximos ficaram chocados, sem entender os motivos e principalmente buscando respostas. Cada nova busca levava a mais segredos há muito ocultos; após sua morte, Noelle se tornou uma caixinha de surpresas.

Tara há poucos meses perdera o marido e agora, além do luto, precisa lidar com a incompreensão da filha Grace, o sócio da empresa de Sam e a morte da amiga. Sua cabeça está a mil, mas ela pode contar com Emerson, amiga desde que eram colegas de quarto da faculdade, onde também conheceram Noelle. Emy tem uma vida mais estável, com o marido e a filha Jenny. As meninas são melhores amigas também, assim como as mães, mas Grace recebeu 25% da herança de Noelle enquanto Jenny ficou com 75%, e pra completar Emy foi declarada testamenteira. Tara teria todos os motivos pra ficar com ciúme, mas sua preocupação em se juntar a Emy pra tentar entender as circunstâncias do suicídio era maior.

Emy dedicou-se mais a procurar pistas, afinal a outra amiga do trio estava vivendo momentos difíceis. E foi em uma caixa cheia de lembranças que ela encontrou uma carta endereçada a Anna, não terminada, com uma história bizarra. Ela pedia desculpas por tirar o bebê da mãe e mostrava que sofria com isso. Mas como assim ninguém soube de nada? Que história mal contada e absurda era aquela? Emy e Tara tinham que descobrir a verdade! O problema é que quanto mais elas investigavam, mais bombas descobriam. E, quando finalmente tudo foi se encaixando, elas perceberam que a verdade seria muito mais cruel de enfrentar do que imaginaram.


A narrativa é intercalada entre os pontos de vista de várias personagens. As partes sobre Noelle são sempre em terceira pessoa, no passado, mostrando o primeiro parto que ela presenciou, o dia que ela conheceu Tara e Emy e vários outros momentos de sua vida, vários deles desconhecidos das amigas. Os relatos de Tara, Emerson e posteriormente Anna e Grace são sobre o presente, em primeira pessoa, o que nos ajuda a entender os sentimentos de cada uma, tão diferentes entre si.

Gosto de livros que exploram dramas familiares. As cinco mulheres destaques têm seus próprios conflitos - familiares, profissionais e de amizade - que se cruzam, mas também se protagonizam. Diane conseguiu ao mesmo tempo isolar e entrelaçar tão bem as histórias que não é possível dizer quem é a personagem principal.

O enredo deixou curiosa desde o começo, me fazendo criar teorias e mudá-las a cada nova pista. Sim, o livro é cheio de reviravoltas, mas, apesar disso, o final não foi muito surpreendente. Mesmo assim, foi uma leitura muito instigante, afinal mais importante do que matar a charada foi descobrir as motivações de Noelle. Como não temos a voz dela, algumas coisas ficam sem resposta, dá vontade de entrar em sua mente pra entendê-la melhor.


Achei que faltaram explicações concretas sobre algumas coisas, mas, considerando que minhas dúvidas eram relativas a duas pessoas mortas, é totalmente plausível que nem tudo seja revelado. O desfecho poderia ter sido melhor explorado, com mais respostas e saciando mais o leitor. Parece que a autora tinha um número x de páginas pra encaixar todo o fim e acabou espremendo as cenas ao invés de desenvolvê-las.

A leitura nos convida a refletir sobre o que permitimos revelar aos outros, mesmo aqueles de quem somos mais próximos, e também o que pensamos saber sobre o outro. Também mostra que lealdade não significa necessariamente sinceridade e que todos os relacionamentos têm segredos entre suas partes.

Esse foi meu primeiro contato com a obra de Diane Chamberlain e já estou curiosa pra ler seus outros livros. Fiquei presa à história, usando cada pedacinho de tempo livre pra ler mais um capítulo - como são curtos, ia ler "só mais um" e me via hipnotizada pra ler e revelar os segredos. Se você for curioso, cuidado pra não ficar fisgado como eu.


Segredos e Mentiras - Diane Chamberlain
Arqueiro
288 páginas
Livro cedido pela editora
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6 comentários

  1. Olá, adoro livros que nos prendem de tal modo a não queremos parar de ler. A trama não é muito original mas passa mensagens interessantes. Beijos.

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  2. Não sou muito chegada a livros que retratam suicídios e com muito drama.
    Sou mais daquela das histórias clichê.
    Mas confesso que essa história tem um certo diferencial que me deixou curiosa.
    Curiosa pra saber as histórias dessas mulheres e o desfecho dessa morte.
    Parece ser uma leitura intensa.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  3. Giulia!
    Já tive oportunidade de ler esse livro há uns anos atrás e lembro de ter ficado totalmente envolvida na leitura, porque queria desvendar tudo e com rapidez, embora, como falou, o livro tenha alguns furos, mas nem liguei, porque o que ficou marcado foi justamente o pedido de 'socorro' que as pessoas fazem de forma inconscientes e muitas vezes nem percebemos.
    “Não basta saber, é preferível saber aplicar. Não é o bastante querer, é preciso saber querer.” (Johann Goethe)
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Giulia, que livro interessante!
    Não havia lido nada sobre ele ainda mas posso dizer que fiquei bem ansiosa para poder realizar a leitura. Fiquei curiosa sobre o porquê da Noelle ter cometido tal ato, e também porquê ela deixou apenas 25% da herança para a Grace. São tantas perguntas sem respostas que não vejo a hora de realizar a leitura.

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  5. Oi, Giulia!!
    Que livro mais interessante!! Não conhecia a autora Diane Chamberlain. Fiquei bem curiosa para saber mais dessa história é por que um pessoa do nada iria tirar sua própria vida? Sem dúvida é uma excelente indicação de leitura!!
    Beijoss

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  6. Olá,

    Li esse livro ano passado, e fiquei bem chocada com o modo como tudo aconteceu. Confesso que senti muita raiva da Noelle, por querer sempre se colocar no lugar de vítima, sabemos que ela não teve um vida fácil, mas isso não justifica as cagadas que ela fez. Foi uma leitura muito interessante e cheio de segredos. O mais legal no livro para mim foi o modo como a autora abordou o amor maternal, que é lindo, duradouro e muito, mais muito forte.

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