{ na TV } 13 reasons why


13 reasons why 1ª Temporada

Episódios: 13
Gênero: Drama
Criação: Brian Yorkey
Emissora: Netflix

Uma caixa de sapatos é enviada para Clay (Dylan Minnette) por Hannah (Katheriine Langford), sua amiga e paixão platônica secreta de escola. O jovem se surpreende ao ver o remetente, pois Hannah acabara de se suicidar. Dentro da caixa, há várias fitas cassete, onde a jovem lista os 13 motivos que a levaram a interromper sua vida – além de instruções para elas serem passadas entre os demais envolvidos.


Pensei muito se eu ia me arriscar a escrever sobre séries e mais ainda se começaria com uma tão polêmica. Resolvi que sim pras duas perguntas. Não sou crítica, não pretendo falar tecnicamente sobre os episódios, minha intenção é só dar opinião de leiga assistindo a um entretenimento. Okay? Okay!

Já faz um tempinho que maratonei 13 Reasons Why e não consegui decidir se gostei ou não. Queria ter lido o livro antes, mas como a fila anda grande resolvi deixar pra depois e me joguei na Netflix. 3 dias depois estava eu vendo a morte de Hannah Baker.

Todo mundo já sabe que a série conta por que Hannah resolveu se matar, gravando em treze fitas - para treze destinatários diferentes - como eles têm participação na morte dela. Assim, as fitas rodam entre os envolvidos e revelam mais do que o relacionamento deles com Hannah, algumas até esclarecendo fatos e denunciando crimes. Claro que todo mundo queria que essas fitas ficassem ocultas, mas Clay não apenas segura a curiosidade (como assim não pegou pra ouvir uma atrás da outra?) como também fica numa crise de "conto ou não conto pra alguém?".

Sobre o tema, acho importantíssimo ser discutido. Depressão não é besteira, bullying vai além de "na minha época isso não me matou". Aliás, as discussões ainda envolvem consumo de álcool, exposição na internet, estupro, coisas muito mais profundas. O problema é como isso deve ser feito, ainda mais para um público de alto alcance. Vou tentar me explicar.

Para pessoas psicologicamente saudáveis, a série incomoda, quase como um espelho - seja no papel de agressor, seja no papel de vítima. Você se reconhece em vários momentos, sentindo novamente uma dor que já vivenciou ou percebendo como foi babaca com alguém. É impactante, te conduz a reflexões, escancara algo que você nunca tinha parado pra pensar ou já superado.

Mas existem pessoas doentes que também têm acesso à série. E aí os problemas dela, que já são grandes, se tornam enormes. A pessoa se vê em Hannah, sofrendo, buscando ajuda, sem ter muita resposta, não mudando de ideia mesmo com uma pessoa mostrando se preocupar com ela, e o resultado daquilo é tirar a própria vida, então não seria mais um estímulo pros seus pensamentos já destrutivos?

Pra piorar, tem uma cena explícita com o suicídio dela. Cara, é quase um tutorial! Eu não consegui assistir, fechei os olhos e esperei passar, com o estômago embrulhado. Se a intenção dos produtores era essa, uma cena forte e repugnante, parabéns!, conseguiram. Mas também pode servir pra ensinar milhares de jovens que com uma gilete é possível dar "fim" ao sofrimento.

Confesso que me faltou um pouco de empatia também. Eu tentava compreender Hannah, mas, talvez por ter vivido situações mais leves, dar muito valor à minha vida ou já não ser mais adolescente, não consegui entender suas motivações. É uma série retratando o ensino médio, então precisei dar um desconto em relação ao que achamos ser drama, bobeira ou tempestade em copo d'água, já que essas coisas são bem características da idade.

Aqui no Brasil, o número de atendimentos do CVV (Centro de Valorização da Vida) dobrou depois da série. Várias pessoas se reconheceram e perceberam que precisavam ajuda. Mas ainda tenho medo daquelas, ainda que bem poucas, que assistam e decidam que seu fim será igual o da Hannah. Por isso repito o alerta de vários psicólogos: se você se identificou com ela, PROCURE AJUDA! Você é importante sim! As pessoas se importam com você sim!

Torço para que os pais sejam mais atentos com o conteúdo assistido por seus filhos para que possam conversar e vigiar com amor. Oro para que eu não seja um porquê na vida de ninguém. E desejo de coração que mais nenhuma Hannah tome uma decisão errada.

9 comentários

  1. Oi Giulia,
    Os 13 porquês se tornou uma das séries mais comentadas dos últimos tempo e isso me deixou curiosa em assisti-la, mas inda não tive a oportunidade. Sei que não é um enredo bonito de acompanhar, os temas retratados são pesados e reais e, por isso, acredito que vale a pena conhecer a história de Hanna. É muito triste que as pessoas só veem o que elas fizerem de ruim para outra depois que uma tragédia acontece e foi preciso que a própria Hanna apontasse isso. Concordo com você sobre as pessoas tomarem cuidado ao assistir os episódios, se para quem não tem problemas psicológicos ou emocionais a série já choca imagino para aqueles que sofrem em silêncio esperando por socorro?

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  2. Assistia a série e fiquei e também não sei exatamente o que sinto por ela. A cena do suicídio foi muito forte, fiquei horrorizada, não imaginava que iria ser assim. Uma série que muitos pais deveriam assistir, para poder tentar entender um pouco mais os filhos. Adolescentes são complicados e várias coisas podem levar a uma depressão.

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  3. Meu coração não está muito forte para tantas emoções. Por isso, não li o livro e nem assisti a série ainda. Pois sei que vou sofrer bastante com essa história.
    Vejo muitos comentários sobre a obra e a maioria está aplaudindo de pé.
    Parece ser uma história bem profunda e emocionante.
    Quando estiver numa vibe melhorzinha, vou conferir a obra sim.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  4. achei a série muito boa mesmo, cheia de prós, a ideia central é bem intrigante e a forma como os capitulos se desenvolvem prendem em um ritmo alucinante, sem falar na mensagem que a trama deixa
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  5. Oi Giulia ;)
    Assisti a série e gostei, justamente porque abriu os olhos de muitas pessoas para questões sérias, que as vezes são tratadas com banalidade por outras.
    Também não consegui ver a cena do suicídio... pulei toda. Foi forte demais, comovente demais e explícita demais.
    Mas mesmo assim, ainda gostei! Sempre indico
    Bjos

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  6. Giulia!
    Fico feliz que tenha decidido trazer os filmes e séries que assiste, não precisa ser crítico abalisado não, do jeitinho que fez sua análise está ótima, expondo seus ensamentos e sentimentos, é o mais importante.
    Não li o livro e como não tenho Netflix, não assisti a série, mas tenho lido vários comentários pelos blogs a fora e tudo é muito controverso.
    Mas acredito que o tema tem de ser debatido mesmo, principalmente porque é o mal do século a tal da depressão e a maioria das pessoas acha que é frescura, que a pessoa pode ser curada sem ajuda especializada e não acreditam que pode evoluir tanto ao ponto de levar a pessoa ao suicídio.
    Temos de prestar mais atenção para com aqueles que convivemos e perceber os sintomas para auxiliá-los.
    “Uma pergunta prudente é metade da sabedoria.” (Francis Bacon)
    Cheirinhos
    Rudy

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  7. Oi, Giulia!!
    Li o livro e assistir a série da Netflix, para mim essa série serviu como uma alerta para todos para que prestem mais atenção nos seus filhos, irmãos, netos e todos aqueles que amamos e possa está passado por algo semelhante!!
    Beijoss

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  8. Mana, essa série deu um babafa tão grande que até hoje eu ainda não sei se quero assistir essa série ou não, devido das opiniões de que era bom e de médicos especialistas deixando que não era aconselhável eu acabei não assistindo e me pedindo ficar fora desse intriga, porque causou e muita. Talvez um dia eu leia o livro, quero ter a perspectiva dele mares de ver a série e somente aí terei uma opinião formada.

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  9. Oi!
    Realmente a serie ela acaba seguindo dois rumos dependendo de quem assisti, para mim não foi uma serie que me chamou atenção, nem o tipo de serie que gosto de assistir, por isso não assistir a serie, mas pelo que vi as pessoas falarem parece que trás cenas muitos forte, fala e mostra o problema, mas não trás um caminho para tratar !!

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