Admirável mundo novo - Aldous Huxley

Resenha Livro Admirável Mundo Novo

Distopias... Ah, Distopias! Tão distantes, mas nos fazem refletir sobre a condição humana e a relação de poder nas sociedades.

Homens e mulheres padronizados, em grupos uniformes.

O livro inicia em 632 depois de Ford e este é como se fosse um “Deus” (embora não tenham religião). A sociedade está dividida em castas e cada uma é responsável em fazer algo na sociedade. Então terão aqueles responsáveis pelos trabalhos mais pesados, por serem mais intelectuais. As castas são identificadas por letras do alfabeto grego, sendo a casta Alfa a mais alta e a Ípsilon a inferior.

Quanto mais baixa é a casta – disse o sr. Foster –, menos oxigênio se dá.

Nessa sociedade as pessoas não fazem relações sexuais para a reprodução, isso acontece em laboratórios. Então nesses laboratórios são definidos, a partir da quantidade de injeção de oxigênio nos fetos, a casta que fará parte e a sua função no país. Quando as pessoas "nascem", também passam por um processo de formação, onde ficam condicionadas a exercer aquilo que foi definido ou repudiar.
– Eles crescerão com o que os psicólogos chamavam de um ódio “instintivo” aos livros e às flores. Reflexos inalteravelmente condicionados. Ficarão protegidas contra os livros e a botânica por toda a vida – o Diretor voltou-se para as enfermeiras – Podem levá-las.

O que deu a entender duas coisas: (1) cada um faz a sua parte e não se mete no trabalho do outro, limitando as suas funções; (2) era como se recebessem um treinamento, como propõe Skinner, ou seja, a partir do estímulo-resposta, estariam condicionados.

É preciso palavras, mas palavras sem explicação racional.

Outro ponto também é o consumo da "soma" que as pessoas tomam com o objetivo de não questionar a sua função ou pensar em como o sistema está posto. Então todos os dias eles tomam uma quantidade de soma. Como tudo está tudo tão definido, não existem situações atípicas, já que todos estão condicionados a fazer (e bem feito) ao que destina a sua casta.

O processo Bokanovsky é um dos principais instrumentos de estabilidade social.

No entanto, estamos falando de uma obra distópica, e de todas que li existe um ponto em comum entre elas. E qual é? Óbvio! Tem sempre um que não se rende ao sistema, um que vai de encontro ao que está posto e não se inclina as regras. E esse é o papel de Bernard Marx, já que seu jeito não agradava a todos. E para se “vingar” ele decide ir a outro continente em que os costumes são bem diferentes dos que as pessoas do lugar onde morava estavam acostumadas a ter para mostrar que pode existir outro tipo de comportamento. Ele procura Linda, que tinha sido banida porque tinha gerado um filho. A partir daí a história se desenrola e não posso mais contar, né? Mas posso compartilhar que, quando você terminar a leitura, vai olhar pro teto e ficar pensativo.

Com certeza indico a leitura de “Admirável mundo novo”, assim como indico outras distopias de raiz. Apesar do choque, é bom pra pensar.

Resenha Livro Admirável Mundo Novo

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
Biblioteca Azul
312 páginas
Livro cedido pela editora
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7 comentários

  1. Oi Danila, tudo bem?
    Eu adoro distopias, e quando eu li a sua resenha citando Skinner fiquei extremamente curiosa para ler este livro. Eu sou estudante de Psicologia e futura Analista do Comportamento, então nem preciso dizer que super intrigada com toda essa questão comportamental. Adorei a resenha.
    Beijos

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  2. Olá !!
    Adoro distopias e essa parece uma que devia ser lida por todos..

    Adoro essa tipo de distopia em que a sociedade dividida entre castas..
    Parece ser uma ótima história !!
    Bjo

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  3. Achei bem interessante esse mundinho distópico criado pelo autor.
    Parece ser uma história muito bem desenvolvida.
    E tem sempre um rebelde né? Fiquei curiosa pra conhecer o desfecho disso tudo.
    Não é muito a minha praia o gênero, mas sua resenha me deixou interessada.
    Beijos
    Caroline Garcia

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  4. Esse livro é muito bom e muito injusto ^.^
    Li há vários anos já e na época fiquei com ele na cabeça, cutucando, por semanas.Tem pelo menos uma adaptação em filme, mas eu só acompanhei o inicio, então não sei se é bom.
    Bj, Aris.
    https://arismeire.blogspot.com.br/

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  5. Eu adoro distopias.
    E Admirável mundo novo é uma das mais indicadas, mas li algumas resenhas bem negativas, fiquei receosa.
    Agora, lendo a sua resenha, gostei mais, deu pra entender melhor, e esse sistema de castas da o que falar, hein!
    Vou querer conferir, agora fiquei empolgada.
    beijinhos

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  6. Danila, eu sou apaixonada por distopias porque, como você disse, mesmo elas sendo fictícias, tem algo subentendido nela que nos revela verdades sobre a sociedade em que vivemos, sempre há algo por trás dessas histórias. Eu não conhecia "Admirável Mundo", e eu estou me perguntando como eu não conhecia porque essa história, por mais que tenha os clichês de todas as distopias, parece ser fantástica. E eu fiquei bem curiosa sobre o desfecho do livro e o que vai acontecer com a sociedade em que eles vivem.

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  7. Danila!
    O melhor dessa obra é Aldous Huxley a escreveu há mais de 30 anos atrás, quando ainda nem sonhávamos em distopias, obras do gênero eram classificadas apenas como ficção e daquelas impossíveis de serem alcançadas.
    E li justamente há esse tempo atrás. Bom rever o enredo de uma sociedade 'quase perfeita' e questionada por um dos protagonistas.
    Desejo um mês repleto de realizações!
    “A música é uma revelação superior a toda sabedoria e filosofia.” (Ludwig van Beethoven)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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