Princesa Adormecida - Paula Pimenta

Título: Princesa Adormecida
Autora: Paula Pimenta
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 192
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Nota:

Era uma vez uma princesa... Você já deve ter ouvido essa introdução algumas vezes, nas histórias que amava quando criança. Mas essa princesa sou eu. Quer dizer, é assim que eu fiquei conhecida. Só que minha vida não é nada romântica como são os contos de fada. Muito pelo contrário. Reinos distantes? Linhagem real? Sequestro? Uma bruxa vingativa? Para mim isso tudo só existia nos livros. Meu cotidiano era normal. Tá, quase normal. Vivia com meus (superprotetores) tios, era boa aluna, tinha grandes amigas. Até que de uma hora pra outra, tudo mudou. Imagina acordar um dia e descobrir que o mundo que você achava que era real, nada mais é do que um sonho. E se todas as pessoas que você conheceu na vida simplesmente fossem uma invenção e, ao despertar, percebesse que não sabe onde mora, que nunca viu quem está do seu lado, e, especialmente, que não tem a menor ideia de onde foi parar o amor da sua vida. Se alguma vez passar por isso, saiba que você não é a única. Eu não conheço a sua história, mas a minha é mais ou menos assim...

Ainda no clima de O Livro das Princesas, fiquei bem empolgada pra ler esse. Pra mim, o conto da Paula foi o melhor, então imaginei que ela fosse manter a mesma pegada nesse. Ok, foi bom, mas poderia ter sido melhor.
Se alguém ainda não sabe, Princesa Adormecida é uma releitura moderna do conto de fadas Bela Adormecida. jura? nem reparei Assim como na coletânea citada acima, Paula deu uma nova cara ao clássico que já conhecemos, mas dessa vez infinitamente melhor que a sua colega Lauren Kate (sério, essa mulher usou substâncias alucinógenas antes de escrever). E eu esperava gostar tanto quanto me apaixonei pela releitura de Cinderela.

Áurea é filha de uma brasileira com um membro da família real de Liechtenstein (daqueles que nunca vão chegar ao trono) e tinha tudo para ser feliz e rica na Europa. Mas Marie Maleville, a "amiga" que apresentou o casal, apaixonada pelo pai de Áurea, resolve se vingar e tenta sequestrar a menina. Após seu fracasso, passa a fazer ameaças de só deixar a criança em paz quando completasse a maioridade. Para preservar a filha, seus pais forjam sua morte, aos 5 anos, e a mandam para o Brasil, deixando-a sob os cuidados de seus tios solteirões - Fausto, Petrônio e Florindo. E aqui ela vive como Anna Rosa.

Os tios são superprotetores e fazem de tudo pra agradar Rosa, mas sempre reforçam que ela não deve revelar nenhum tipo de informação pessoal a ninguém. Com 11 anos, a menina vai para um colégio interno exclusivo para garotas, mas não pode sair com as amigas sem a supervisão dos tios. Até que, mais velha, numa saída escondida, passa o celular para uma menina que acabou de conhecer. E, depois da festa (e da bronca dos tios por ter saído sem avisar), começa a receber mensagens de um menino. Claro que ela se apaixona pelo garoto com quem fala no celular e, depois de muito papo, acaba revelando informações importantíssimas sobre ela.

Por esse resuminho, você já deve ter identificado vários elementos do conto original, né? Mas não vou contar o resto pra te deixar curioso pra ler e saber o final. Só adianto que tem sono, beijo pra ressuscitar a princesa e felizes para sempre.

Mais uma vez, fiquei admirada com a escrita da Paula e sua criatividade pra transformar e linkar tão bem os elementos originais com o nosso dia a dia. Algumas coisas nem passaram pela minha cabeça, então, quando li, fiquei impressionada com a nova possibilidade ali apresentada.

No entanto, algumas coisas foram óbvias demais. É claro que várias delas a gente já esperava justamente por não poder fugir da história clássica, mas alguns mistérios da releitura foram de fácil dedução. Prefiro acreditar que eu li com olhos de adulta um livro juvenil.

Algumas frases de fim de capítulo me incomodaram muito. Ao invés de simplesmente fechar, aparecia coisas do tipo "mal sabia ele que tal coisa estaria para acontecer". Pensando bem, isso pode ter contribuído pra tornar tudo mais óbvio ainda. Mas, se era pra causar um clima de suspense, pra mim teve o efeito contrário.

A Galera mais uma vez trabalhou muito bem. A capa é linda, todos concordam. A revisão estava ótima, e a diagramação foi um show à parte. Tinha carta, bilhete, SMS, páginas de jornal... e tudo com fontes diferentes. Se mudava a personagem que escrevia o bilhete, mudava a "letra" também. Eu já nem gosto dessas reproduções do mundo real que complementam a narrativa, né?

Foi impossível não comparar com Princesa Pop, e sou muito mais este. Falando na DJ Cinderela, adivinha quem faz uma ponta no livro? Ela mesma! Cintia Dorella tem um papel importante na história de Rosa. Torcendo pra ter essa intertextualidade nos próximos também.

Resumindo... o livro é bom, eu li em uma tarde, numa "sentada" só. Atendeu bem à proposta de dar uma roupagem moderna a uma história tradicional, e o fez com louvor. Mas não atendeu às minhas expectativas, principalmente pelo gostinho do conto lido antes.

Pra terminar, a música que eu escolhi pra maratona literária #EuSouDoideira. Porque essa coisa toda de sono e paixão me lembrou na hora de Aerosmith. Solta a o play e curte o som!

I don't wanna miss a thing - Aerosmith