Métrica - Colleen Hoover

Título: Métrica (Slammed #1)
Autora: Colleen Hoove
Editora: Galera Record

O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor.

Há diferentes tipos de livros bons. Tem aqueles que nos prendem desde o primeiro capítulo e nos consomem enquanto não terminar a leitura. Tem aqueles dos quais podemos tirar grandes lições. Tem aqueles com cujos personagens você se identifica demais. E tem aqueles que juntam tudo isso. Métrica encaixa-se nesta última categoria.


Layken está vivendo um período de mudanças. Seu pai faleceu há 6 meses, e agora ela e sua família precisam sair do Texas (sul dos EUA, mais quente, onde sempre moraram), e voltar pra cidade natal da mãe, no Michigan (norte dos EUA, neva à beça, onde não conhecem ninguém). Kel, o irmãozinho de 9 anos, sentiu muito a morte do pai. E Julia, a mãe, tem o desafio de manter a casa sozinha.

No dia em que chegam à nova casa, conhecem os vizinhos da frente. Caulder logo se afina com Kel, e a solidão de ambos é transformada numa amizade pura e contagiante. E Will... ah, o Will! *faz o coraçãozinho* 21 anos, lindo, simpático, musculoso, prestativo e poeta. Perfeição define.

Será que ele está falando sério? Um cara que é gato, me faz rir e adora poesia? Acho que estou precisando de um beliscão. Ou não... Vai ver é melhor não acordar.

Will me conquistou já no primeiro capítulo. Cheguei a perguntar pras amigas se podia gostar mesmo dele ou era só ilusão. Mas não, o cara é O CARA! Claro que Lake gostou dele na hora, né? Até eu, até você, até qualquer pessoa do sexo feminino.
Conforme eles vão se conhecendo, percebem semelhanças que vão além das afinidades; suas histórias de vida têm muitas coisas parecidas. Mas a vida... a vida é uma caixinha de surpresas! Se o romance fosse tão fácil, não teria graça, não é mesmo? Os pombinhos precisam superar obstáculos de vários tipos - pessoais, familiares, profisisonais.

Não sou muito de falar sobre as personagens, mas dessa vez não vai ter como. Tantas lindezas num livro, isso precisa de destaque.
Apesar de Lake ter 18 anos, não é aquela menina cheia de não-me-toques dos livros adolescentes. Ela tem responsabilidade e maturidade, talvez por conta da morte do pai, mas já dá pra perceber que algo nela é diferente.
Já me declarei por Will lá em cima, não quero ficar repetitiva.
Kel e Caulder são fofos! Tenho um irmão mais novo, por isso entendi exatamente o sentimento de Lake e Will por seus irmãos. E essas criaturinhas são cativantes, com umas tiradas muito engraçadas e uma energia impressionante.
Com Julia tive uma relação meio conturbada, pois sei o que é a mãe obrigar a sair de um lugar contra a vontade e ir morar em outro. Mas nesse caso o motivo é bastante plausível e forte. A princípio ela é muito misteriosa, mas depois você tem vontade de abraçá-la e deitar no seu colo.
Ainda não falei dela, mas Eddie rouba a cena por onde passa. Ela é uma menina maluquinha do novo colégio de Lake, do tipo que chega chegando, falando, se intrometendo e conquistando. Acaba se denominando virando a melhor amiga de Lake. Ela pode parecer inconveniente às vezes, mas sabe conquistar e mostra que sua amizade é verdadeira. Fiquei emocionadíssima com sua história de vida e o desfecho dela.

- Caramba, que surreal - diz ela.
- É, mas é real para mim.

A forma como a poesia foi introduzida no livro é genial. Will é fã e participante de slam, uma competição de poesia de performance. Nunca ouvi falar sobre isso aqui no Brasil (se conhecerem, me apresentem, porque quero muito assistir) e fiquei encantada com essa novidade. Os participantes "declamam" as poesias em um microfone, mas imprimem seus sentimentos através de entonação, barulhos, ritmo. Como não há a leitura da poesia, o ouvinte precisa se render à interpretação do orador, que obrigatoriamente tem que ser também o autor. Os jurados, selecionados da plateia, dão as notas pra que a competição possa ocorrer. Se quiser saber mais, dá uma olhada nesse site.
É durante o slam que Lake e Will se declaram, se revelam, se amam. Imagina só o boy magia se declarando pra você num palco, no microfone, na frente de um monte de gente e ainda por cima em forma de poesia?! Morri! Acredito que essas partes, no original, sejam ainda mais emocionantes, porque deve ter as rimas, as combinações e a métrica.

Métrica é mais que um New Adult da menina que mudou de cidade e conheceu o primeiro amor. O livro tem um final lindo, emocionante e cheio de ensinamentos e reflexões. Lá pro meio do livro já consegui imaginar como seria o desfecho, mas fui surpreendida pela forma como Colleen delineou o caminho de cada personagem.

Amplie seus limites, é para isso que eles existem.

Amei, li em 1 dia, me entreguei à leitura. Do jeitinho que eu gosto: casal bem definido (nada de triângulos), clima de romance desde o início, questões familiares, enredo bem construído. Quem já estou ansiosa por Pausa e Um Caso Perdido? o/