O Cavaleiro de Bronze / Parte I: Leningrado - Paullina Simons


Título: O Cavaleiro de Bronze / Parte I: Leningrado
Autora: Paullina Simons
Editora: Novo Século


A Segunda Guerra Mundial ainda não havia alcançado a cidade de Leningrado, onde as duas irmãs Tatiana e Dasha Metanova viviam, dividindo um pequeno cômodo com seu irmão, seus pais e avós. Tudo muda quando as tropas de Hitler atacam a União Soviética e ameaçam invadir a grande, mas decadente, cidade. Fome, desespero e medo tomam conta de Leningrado, durante o terrível inverno no qual a cidade foi submetida ao cerco alemão. No entanto, a luz do amor é sempre capaz de iluminar a mais profunda escuridão. Tatiana conhece Alexander, um jovem e corajoso oficial do Exército Vermelho. O rapaz, forte, confiante e guardando um passado misterioso e problemático, e sente-se atraído por Tatiana¬—¬e ela por ele. O amor impossível de Tatiana e Alexander ameaça agora dividir a família Metanova. E que segredo é esse que se esconde no passado do soldado, tão devastador quanto a própria guerra?

Putz grila! 493 páginas pra ser só a primeira parte do primeiro livro. É pra acabar com o meu coração, né?

O livro 1, O Cavaleiro de Bronze (+/- 900 páginas), foi dividido pela Novo Século em 2 partes: Parte I – Leningrado, Parte II – O Portão Dourado (previsão para este semestre). O livro 2 é Tatiana and Alexander, e o livro 3 é The Summer Garden.

Aí você para e analisa comigo. Eu não gosto de livros que terminam sem acabar, então não gostei desse, certo? Péééééé, resposta errada! Não vou dizer que amei, aimeudeus vou favoritar. Mas foi uma experiência bem bacana.


Quando li a sinopse, não fiquei superanimada e nem imaginei as emoções que me esperavam. Gosto de romances, mas a temática da guerra é algo com o qual não estou acostumada. Ainda bem que me dei essa chance e resolvi variar. E antes de começar, já aviso que sou péssima em História, consultei a Wikipedia pra ver se rolava não falar besteira e peço desculpas por qualquer deslize.

Conheci Tatiana, uma inocente menina de 17 anos que vive na União Soviética, no período da Segunda Guerra Mundial. Ela mora com os avós, os pais, seu irmão gêmeo Pasha e a irmã 7 anos mais velha Daria.

Já começa que esse é um universo bem diferente do que vivemos. Todos trabalham pra todos, todos ganham a mesma comida, as famílias moram juntas... Esse lance socialista não entra muito bem na minha cabeça, então demorei a entrar no clima.

Tatiana conhece um oficial do Exército, se encanta por ele, sente seu coração bater mais forte pela primeira vez, mas leva um balde de água fria quando descobre que o homem de quem sua irmã falava é justamente Alexander. Apesar das intenções de Daria, eles se encontram todos os dias na saída do trabalho de Tatiana, e ali começa a nascer o sentimento. E o dilema é decidir o que é mais forte: o amor fraterno ou romântico.

Logo no começo do livro, Pasha é enviado ao acampamento de meninos, na tentativa de salvá-lo da guerra. Enquanto isso, a família vive os medos e expectativas das investidas alemãs. A carga de trabalho é aumentada; a comida, reduzida. A tensão piora cada vez que chega a notícia de que uma cidade foi tomada. E, em meio a isso, há a falta de informações sobre Pasha. Conseguem imaginar o horror? É pior do que isso.

A caçula Tatiana sempre foi a mais tranquila da família, aceitando as condições a ela impostas. Muito obediente, muito paciente, muito ingênua. Uma criança relegada ao posto de desimportante, de uma quase empregada. Não sei se foi a intenção da autora compor a Daria tão irritante, mas, se foi, ela teve total êxito. Eu chegava a desejar sua morte, pra você ver o quanto ela me causou agonias! Os pais e avós também, mas um pouco menos. Todos tratavam Tatiana tão mal que dava raiva, e, enquanto isso, nossa protagonista permanecia com sua alma pura, com intenções boas. Daria, no entanto, fazia questão de menosprezá-la, ressaltando sempre suas qualidades de irmã mais velha.

O amor de Tatia e Shura (apelidos de Tatiana e Alexander) era construído e fortalecido em segredo, longe das vistas de todos, acalentados por toques “acidentais” e olhares roubados. E tinham que disfarçar: ele com Daria; ela com Dimitri, amigo dele que dava em cima dela descaradamente. Tatiana não suportava pensar na traição à irmã, então tentava afastar Alexander de seu coração e de sua mente, mas foi impossível. Pelo menos fisicamente conseguiu, e deixou a irmã viver seus beijos, abraços e planos.

Alexander foi um grande protetor da família durante o período da guerra, abastecendo a casa com suprimentos conseguidos no quartel. Tudo isso por amor a Tatiana. Por ela, ele foi pro front, pra procurá-la e salvá-la. Por ela, ele corria riscos e enfrentava seus superiores. Por ela, ele negava o amor, pra atender ao seu desejo de alegrar a irmã. Mas claro que eles ficam juntos, senão o livro 2 não teria o nome que tem. Só que você vai ter que ler pra descobrir como.

Eu gostei muito de conhecer mais a fundo essa parte da História. Uma coisa é ouvir na sala de aula sobre a guerra, outra é entrar nesse universo e tentar entender a sensação de medo, e fome, e sobrevivência. Viver uma realidade em que você trabalha em prol do coletivo, e ai de quem disser algo contra. O fuzilamento é uma possibilidade não muito distante. Eu me peguei refletindo sobre essa questão socialismo x capitalismo um monte de vezes, analisando como me sentiria numa realidade diferente, tentando entender a cabeça de Tatiana e não cheguei a conclusão nenhuma.

Vamos às complicações do livro. Se gravar nomes de pessoas e locais já é algo difícil pra mim, quando eles são russos muito que piora. Demorou um pouco até que eu identificasse um pouco melhor os personagens e os lugares citados. Tinha até um mapinha no começo, mas cadê que eu lembrava de consultá-lo a cada nome de cidade? Só quando acabei de ler, voltei a ele e compreendi melhor o cenário.

Outra coisa ruim foi o excesso de apelidos. Tatiana, por exemplo, era Tatia, Tanechka, Tania. Daria era Dasha, Dashenka, Dashka. Pense na confusão que eu fazia no início pra entender que Tatiana e Tania eram a mesma pessoa!

E pra fechar... que divisão mais loucaaaaa! Além de parte 1 e 2, tem subpartes, capítulos e subcapítulos. Não tô de sacanagem! Precisei insistir umas boas páginas até que o livro me envolvesse. Não foi uma leitura fácil, que me prendeu logo de cara.

Essa Tatiana da capa não se parece nem um pouco com a minha. Mas prefiro a nacional, com menção à guerra (veja a original aqui).
A revisão até que tá bem boa pros padrões da Novo Século. Uns errinhos aqui, outros acolá, mas nada que eu vá meter o pau.

Menos 1 estrelinha porque o livro não acaba, porque ele começou confuso e demorou a pegar no tranco. 4 estrelinhas por todo o resto.

A ingenuidade de Tatiana me conquistou. Fui fisgada por sua bondade incondicional, por seu amor aos outros maior que o amor-próprio, pela pureza de seu coração. Uma menina que amadureceu e virou mulher, por causa da guerra e do amor. E Alexander é um homem dos sonhos. Seu senso protetor chegou até aqui, e eu me sentia acalentada a cada vez que ele confortava Tatia física ou emocionalmente.

Sim, quero ler o outro. Quero descobrir como continua o livro 1 e como o nosso casal fica junto. E espero de coração que a leitura do próximo seja mais fluida.


Resenha originalmente publicada no blog Todas as Coisas do Meu Mundo.

2 comentários

  1. Cavaleiro de bronze foi um livro que desde o lançamento me chamou a atenção, como vc adoro o universo criado em meio a guerras, tem um ar de real
    espero em breve ler
    Tatiana promete cativar por sua doçura e fortaleza ao mesmo tempo
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Fiquei com vontade de ler esse livro! Parabéns pelo post e pelo blog! Estou te seguindo... www.pimentapimenta.blogspot.com

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