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LEGO Batman: O Filme

Estreia: 9 de fevereiro de 2017
Gênero: Animação
Classificação: Livre
Duração: 1h45min
Direção: Chris McKey
Distribuidora: Warner Bros

Extremamente egocêntrico, Batman leva uma vida solitária como o herói de Gotham City. Apesar disto, ele curte bastante o posto de celebridade e o fato de sempre ser chamado pela polícia quando surge algum problema - que ele, inevitavelmente, resolve. Quando o comissário Gordon se aposenta, quem assume em seu lugar é sua filha Barbara Gordon, que deseja implementar alguns métodos de eficiência de forma que a polícia não seja tão dependente do Batman. O herói, é claro, não gosta da ideia, por mais que sinta uma forte atração por Barbara. Paralelamente, o Coringa elabora um plano contra o Homem-Morcego motivado pelo fato de que ele não o reconhece como seu maior arqui-inimigo.

Herói e Lego parecem coisa de criança, mas junta isso com a criatividade de dois caras fora do comum e você tem um monte de adultos rindo dentro do cinema. As crianças? Acharam bonitinho, legal, engraçado, mas quem curtiu e entendeu mesmo foi a galera mais velha, especialmente aqueles que são fãs do morcego há tempos.

O filme é praticamente um estudo psicológico de um dos mais famosos e ricos e perturbados heróis. Batman é um riquinho egocêntrico, que deseja o reconhecimento de toda Gotham por seu combate ao crime. Nem o Coringa escapa dessa sua bolha de egoísmo e, mais do que fazer o mal, quer ser reconhecido como seu arqui-inimigo. Ao mesmo tempo, ele precisa enfrentar Barbara Gordon, que entrou no lugar do pai e quer aplicar várias mudanças na polícia,  e a "invasão" do órfão Dick Grayson, que cismou de ser seu parceiro depois de descobrir a Batcaverna.

Se por um lado ele é O cara na cidade, dentro da mansão seu maior desafio é preencher a solidão. Toda a grandiosidade de seu estilo de vida não é capaz de camuflar seu medo de pertencer a uma família novamente. E não há sessões de comédia romântica (com direito a Marley & eu e Jerry Maguire) ou lagostas esquentadas no micro-ondas que resolvam. E trabalhar em equipe? Nem pensar. Batman vai ter que procurar em si mesmo a resposta pra todas as perguntas.


Pros fãs acostumados à personalidade sombria do Cavaleiro das Trevas, o filme pode soar estranho justamente por se propor a uma comédia. E é exatamente por aparentemente não combinar que dá tão certo. Beirando o humor trapalhão, as piadas chegam a ser engraçadas de tão patéticas. Aquela coisa que nem você acredita que está rindo, entende? Sem descanso, as falas, caras e ações debochadas invadem a tela e não te deixam nem olhar pra baixo pra abrir o chocolate; se perder um pouquinho, a sala inteira ri e você fica perdido.


Outra grande sacada são as inúmeras referências. Elas nos conduzem por toda a linha do tempo do personagem - séries, animações, filmes -, mostram o universo DC e trazem os maiores vilões de todos os tempos, misturando sagas como Harry Potter e Senhor dos Anéis (DC, Warner e Universal). Nem a eterna rivalidade com o Superman ficou de fora. A propósito, a relação Batman e Coringa merece destaque. Satiricamemte eles reproduzem todo o drama de um relacionamento amoroso, com todas as suas discussões de relacionamento e chantagens.

Coringa: Quando perguntam quem é o seu inimigo número 1, o que você diz?
Batman: Superman.

Cumpre a proposta de fazer rir, entreter os pequenos e deixar os grandes vidrados. Bem escrito, bem produzido e bem comentado, creio que será sucesso entre o público que ama o morcego. Na boa? Ele merece que você vista a blusa preta e amarela e vá pro cinema cantar NANANANANA BATMAN!