Semana da Mulher - Indicação das Leitoras


Porque a gente não constrói nada sozinha nesse mundo, né? Então pedi ajuda a algumas manas amigas (e um amigo lindo em processo de desconstrução) pra trazer mais livros legais que vocês precisam conhecer. Já estão todos na minha listinha!!!

É ótimo perceber como um livro afeta as pessoas de maneiras diferentes. Cada um extrai lições de acordo com suas experiências de vida, e é nessa hora de interação que podemos compartilhar nossas interpretações e ampliar o significado do livro.


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Essa mulher é incrível!, é a primeira coisa que pensei conhecer a autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Eu a conheci por causa de sua palestra no Tedx, sejamos todos feministas, cujo trecho foi inserido no show da Beyoncé. Na fala, ela foi didática, simples, segura e calma, certa de seus argumentos. Foi inevitável me apaixonar por ela e querer ler seus livros. Americanah é o livro dela que destaco no momento, por ter me inspirado no meu próximo título, onde a personagem principal é negra. Ifemelu é a protagonista de Americanah, que depois de estudar e passar um bom tmpo nos EUA, vai voltar à Nigéria, seu país de origem. O livro aborda questões raciais e feministas, e é permeado pelo amor que ela tinha por seu antigo namorado, a quem precisou deixar por uma vida melhor na América. O livro fala sobre um amor que teve que sobreviver à distância e a à desigualdade de oportunidades.

Laura Conrado
Autora de Quando Saturno Voltar e Freud, me tira dessa!




Capitolina é uma revista online para meninas, que após um ano de publicações virou um livro super fofo! Seus textos são mais intensos e verdadeiros do que os das demais revistas, as garotas que o escrevem não tem medo de dar sua opinião, de espalhar suas ideias, de falar o que sentem, elas dão voz às pessoas que fazem parte de minorias e fazem com que qualquer garota/mulher se identifique com os textos. Capitolina fala bastante sobre o feminismo, o poder das mulheres, a força que elas tem, nos incentivando a perseguir os nossos sonhos. Recomendo para todas as garotas que já se sentiram sozinhas ou excluídas nesse mundão cheio de gente ditando regras e nos dizendo como nos comportar.

Samantha Culceag
Arquivo Passional




Minha indicação é "O histórico infame de Frankie Landau-Banks", da E. Lockhart. Eu li esse livro em 2009, e foi quando enfim me caiu a ficha sobre coisas que estavam me incomodando há tempos: eu estava cansada de pessoas partindo do pressuposto de que eu era meiga ou delicada, reconhecendo que eu era inteligente mas descartando qualquer opinião que eu desse. Um trecho em especial me marcou: “Matthew tinha dito que ela era inofensiva. Inofensiva. E estar com ele fazia Frankie se sentir como se estivesse esmagada dentro de uma caixa – uma caixa onde ela deveria ser encantadora e sensível (mas não sensível demais); uma caixa para as garotas jovens e bonitas que não eram tão brilhantes ou poderosas quanto seus namorados. Uma caixa para pessoas cuja força não merecia ser levada em conta. Frankie queria ser uma força.”
Acho que é tão comum associarmos o machismo a pessoas que admitem que acham que mulheres são inferiores, que têm que obedecer os homens etc, que eu não tinha percebido o quanto ele pode ser muito mais sutil e, portanto, ainda mais difícil de reconhecer e combater. Ler sobre as descobertas da Frankie me fez perceber que, inconscientemente, eu estava tentando me esmagar pra caber numa caixa. Eu mesma estava me prejudicando, e por quê? Por medo do que ~as pessoas vão pensar~? Eu prefiro perder amizades que ser considerada inofensiva. Eu sou ambiciosa, e não vou abrir mão do que quero pra agradar ninguém. "Ela não será simples e doce. Ela não será o que as pessoas dizem que ela deve ser. Aquela princesinha está morta." ;)

Diana Passy





O livro Filha da Ilusão, apesar de ser mais leve, logo no primeiro capítulo a protagonista já comenta a questão de "ser mulher" na Nova York dos anos 1920 e como ela e a mãe acabam limitadas e dependendo de homem para as coisas maiores. Ela é uma excelente ilusionista, mas não pode ser tudo isso por ser mulher. O feminismo está nas entrelinhas, mas está lá.
Aqui o quote do primeiro capítulo:
– A senhorita é muito talentosa… para uma mulher.
– Obrigada – respondo, ignorando o adendo. Se eu fosse discutir com cada mágico que já fez um comentário depreciativo sobre meu sexo, nunca teria tempo de fazer ilusionismo. Prefiro dar uma lição a eles no palco, que é o que realmente importa.


Carina Derschum




Sempre me considerei feminista, sempre achei que homens e mulheres deviam ser vistos como iguais perante a sociedade. Já conhecia os desenhos da Carol através do Facebook e então, quando li Mulheres, essa minha visão ficou ainda mais definida. Mulheres é um livro que quebra tabus, que mostra com talento e simplicidade que as mulheres podem ser e fazer o que quiserem e não devem ter medo da represália. Recomendo essa obra de olhos fechados a todos aqueles com mente aberta e respeito à diversidade.

Leonardo Amarante
Segredos entre Amigas




Um flagra. Para Lara Jean é constrangedor, para Peter é como se nada tivesse acontecido.
Homens e mulheres são julgados de forma diferente pela sociedade. São dois pesos e duas medidas. Em PS: Ainda amo você, a autora aborda diretamente, ao longo de TODO o livro, a forma como nossas ações são julgadas e muitas vezes recriminadas pela sociedade, inclusive por outras mulheres. Existe uma expectativa em relação as nossas atitudes, como se não seguir o que nos foi predeterminado fosse uma forma errada de se viver a vida.
Até parece, né!

Andressa Leal
Mais que Livros




Um dos últimos livros que li foi Puro Êxtase, da Josy Stoque, e a leitura foi uma surpresa dupla: um livro erótico com história e uma história claramente feminista. Erótico, história e feminista parecem não cair bem numa sentença, eu sei, mas, ao meu ver, a Josy conseguiu juntar os três numa obra perfeita. A autora aborda a questão da liberdade sexual da mulher de um jeito que jamais tinha visto antes, é engraçado e cômico, mas também intenso. Muito intenso (frisem isso!). Sara está no fundo do poço após um casamento e divórcio devastador, e, ao começar a árdua escalada ao topo, ela encontra a si mesma na melhor maneira possível: o sexo. Num mundo repleto de livros onde o erotismo é sinônimo de degradação da mulher, a Josy trouxe-nos Puro Êxtase como o amanhecer após a tempestade.

Paula Penido
Sal na Ferida





O livro retrata as opções que uma mulher livre, solteira e sexualmente ativa pode escolher para se divertir.
Gostei do formato interativo e em todas as opções ela se permite experiências das mais diversas.
O feminismo fica implícito na forma que a narrativa mostra que a mulher possui alternativas, livre-arbítrio e poder de decisão sobre sua vida e seu corpo. Recomendo a leitura para todas as mulheres que dão importância à liberdade e igualdade dos gêneros.

Josy Stoque
Autora de Puro Êxtase




Em “O Papel de Parede Amarelo”, conto de terror psicológico de Charlotte Perkins Gilman escrito em 1892, a personagem principal é levada pelo marido para passar três meses numa casa de campo para se curar de uma depressão. Seu médico, o próprio marido, tenta controlá-la incentivando-a a repousar no quarto com um horrendo e manchado papel de parede amarelo, privando-a de visitar amigos, e desestimulando sua imaginação. Opondo-se à opressão do marido, a esposa escreve sobre seus dias, suas angústias e sobre suas impressões ao analisar e tentar decifrar os padrões do papel de parede, o qual, à luz do luar, parece se mover...

Shirley Higaki

3 comentários

  1. Fabuloso! Adorei as indicações! Beijos

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  2. Excelentes indicações, já li alguns desses e tem outros já estão na meta de leitura, eu indicaria também os livros da Babi A. Sette, série Outlander da Diana Gabaldon e os livros da Jojo Moyes.

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  3. Sempre me interessei muito pela temática e por si só me tenho como feminista. Assim, estou sempre procurando estudar e adentrar na temática, buscando respaldo nas origens do movimento e das transformações de demandas e pautas que o acompanharam. As indicações são ótimas e sem dúvidas buscarei me aprofundar em várias delas, aliás as próprias indicações revelam como o movimento feminista não é recente e que obteve transformações ao decorrer das décadas (O papel de parede amarelo é um exemplo claro, de um contexto histórico na qual a depressão é vista como uma fraqueza própria da mulher).

    Também já tive oportunidade de conhecer a narrativa de Chimamanda através do "Sejamos todos feministas" e que discurso lindo. A maneira como ela expõe suas experiências, aliado a várias lições sobre o movimento, é incrível. Não vejo a hora de partir para suas narrativas de ficção.

    juliocesar_2103@hotmail.com
    @HPJulioCesar

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