Uma noite para se entregar - Tessa Dare


Título: Uma Noite Para Se Entregar (Spindle Cove #1)
Autor(a): Tessa Dare
Editora: Gutenberg
Nº de páginas: 288
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Americanas | Casas Bahia
Nota:

Spindle Cove é o destino de certos tipos de jovens-mulheres: bem-nascidas, delicadas, tímidas, que não se adaptaram ao casamento ou que se desencantaram com ele, ou então as que se encantaram demais com o homem errado. Susanna Finch, a linda e extremamente inteligente filha única do Conselheiro Real, Sir Lewis Finch, é a anfitriã da vila. Ela lidera as jovens que lá vivem, defendendo-as com unhas e dentes, pois tem o compromisso de transformá-las em grandes mulheres descobrindo e desenvolvendo seus talentos.
O lugar é bastante pacato, até o dia em que chega o tenente-coronel do Exército Britânico, Victor Bramwell. O forte homem viu sua vida despedaçar-se quando uma bala de chumbo atravessou seu joelho enquanto defendia a Inglaterra na guerra contra Napoleão. Como sabe que Sir Lewis Finch é o único que pode devolver seu comando, vai pedir sua ajuda. Porém, em vez disso, ganha um título não solicitado de lorde, um castelo que não queria, e a missão de reunir doze homens da região, equipá-los, armá-los e treiná-los para estabelecer uma milícia respeitável.
Susanna não quer aquele homem invadindo sua tranquila vida, mas Bramwell não está disposto a desistir de conseguir o que deseja. Então os dois se preparam para se enfrentar e iniciar uma intensa batalha! O que ambos não imaginam é que a mesma força que os repele pode se transformar em uma atração incontrolável.

Uma vila calma e litorânea, onde os poucos homens se adaptaram à rotina das mulheres. Spindle Cove é o lar de Susanna, uma mulher forte e independente, que aprendeu a se defender e a ajudar outras mulheres a se descobrirem e valorizarem. A vila é um refúgio pra meninas cujos familiares não veem mais solução, um reduto de férias que transforma o corpo e a autoestima delas.

Tudo estava perfeitamente normal até a chegada barulhenta e confusa de Victor Bramwell, um militar prestes a ser reformado por conta de um tiro no joelho em plena guerra. Mas ele não aceita esse destino, preferindo morrer em combate a ficar inútil, e vê em Sir Lewis Finch, pai de Susanna, a chance de reconquistar seu comando.

A condição ofertada foi a de organizar uma milícia na região, e Bram aceita sem pestanejar. Mas isso contraria os interesses de Susanna, pois mudaria toda a ordem da pacata Spindle Cove e colocaria em risco a reputação de refúgio para mulheres. É quando o antagonismo começa. Numa guerra dos sexos épica, Susanna e Bram irão aprender que estar polarizado nem sempre é a melhor opção.

"Um lar não é definido apenas por aquilo que você precisa, Bram. Mas também pelas pessoas que precisam de você. O que eu vou fazer quando você for embora?"

Não esperava tanto do livro, achei que era mais um romance de época. Mas fiquei extremamente envolvida na leitura, focada e curiosa pelo que iria acontecer. A capa não revela como o livro é delicinha de ler; a exemplo da protagonista, é preciso mais do que uma simples atração visual para se deixar conquistar. Mas vamos combinar que é muito melhor que a original, com aquela cara de romance de banca.

"Se você acredita estar contente sem nenhum homem na sua vida, Srta. Finch, isso só prova uma coisa. Você só tem encontrado os homens errados."

Susanna me conquistou por ser um exemplo de sororidade. Por diversas ocasiões lutou mais pelas amigas do que por si própria e tinha grande consideração por cada uma delas a despeito dos defeitos que a sociedade enxergava. Se chegou a julgar as mulheres superiores, aprendeu a valorizar a igualdade e usar o melhor de cada um, independente do sexo. Também questiona o machismo da época, a fragilidade com a qual a mulher era tratada e as incapacidades que lhes impunham.

"Nós necessitamos de nossos próprios objetivos, de nossas realizações e de nossa própria irmandade, também. E há poucos lugares onde podemos encontrar isso, em um mundo dominado pelo sexo oposto. Em toda parte, somos governadas pelas regras dos homens, vivemos à mercê dos caprichos masculinos."

O romance é daqueles que você se diverte e emociona ao mesmo tempo. Ambos são teimosos e sempre querem priorizar os próprios interesses, mas precisam dar as mãos em prol da comunidade. Na parte sentimental, cada um carrega um trauma que quase os paraliza - ou é o motivo que os move pra frente sem se preocupar com os obstáculos - e precisam ajudar um ao outro a superar.

Se você gosta da parte hot... Prepara o ventilador pra dar uma amenizada no calor! Tem várias cenas, de vários jeitos, algumas não muito comuns nos romances de época que ando lendo. O livro é bem apimentado!

Ele não "gostava" de Susanna Finch. Disso Bram tinha certeza.
"Gostar" era... ele gostava de manjar-branco. Agradável, meio doce, sempre disponível. Não era algo que um homem recusasse, mas também não era coisa para se repetir. A palavra "gostar" não comunicava uma conexão silenciosa de mentes iguais, ou uma obsessão por sardas. Com certeza não englobava o tipo de desejo selvagem, inconsequente, que o levou a deflorar uma virgem na praça da vila.

Além dos protagonistas, há vários secundários que a gente anseia por ver mais, e é bom saber que eles irão aparecer nos próximos livros da série. Em Uma semana para se perder, veremos como Minerva e Colin irão finalmente se entender, já que não se suportam no primeiro.

Um único incômodo foram as aspas no lugar do travessão, mas nada que não pudesse ser ignorado, ainda mais com o calor das emoções.

"Você é meu lar, Susanna. Meu lar, meu coração, meu maior amor. Onde quer que você esteja, esse é meu lugar. Sempre."

Pra fãs de romance de época, pra feministas, pra leitores que curtem uma briga de gato e rato... esse livro é uma ótima pedida!

Um comentário

  1. Quando li esse livro lembrei de vc o tempo todo! E agora lendo o segundo lembrei mais ainda :D é o tipo de protagonista que vc adora *-* bjs!

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