Uma História de Amor e TOC - Corey Ann Haydu


Título: Uma História de Amor e TOC
Autora: Corey Ann Haydu
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 320
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Americanas | Casas Bahia
Nota:

Bea foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo. De uns tempos pra cá, desenvolveu algumas manias que podem se tornar bem graves quando se trata de... garotos! Ela jura que está melhorando, que está tudo sob controle. Até começar a se apaixonar por Beck, um menino que também tem TOC. Enquanto ele lava as mãos oito vezes depois de beijá-la, ela persegue outro cara nos intervalos dos encontros. Mas eles sabem que são a única esperança um do outro. Afinal, se existem tantos casais complicados por aí, por que as coisas não dariam certo para um casal obsessivo-compulsivo? No fundo, esta é só mais uma história de amor... e TOC.

Bea é uma adolescente de 16 anos que, além de ter de lidar com todos os dramas da fase, também tem que tentar aceitar o diagnóstico de TOC- Transtorno Obsessivo Compulsivo e trabalhar com sua terapeuta para que melhore. Aceitar sua doença não é tão simples assim, ela acredita que está sob controle e que suas “pequenas” manias são inofensivas, mas para sua terapeuta a ansiedade de Bea só esta piorando e sugere a ela uma terapia de grupo.


Logo na primeira sessão, ela reencontra Beck, um garoto que beijou durante um blecaute em uma festa, em meio a um ataque de pânico dele. A princípio os dois se sentem intimidados, mas logo se entendem e passam a ser a força um do outro para superar suas compulsões. Ele consegue alguma melhora, mas ela não consegue se controlar; seu medo de dirigir está ainda mais intenso e sua mania de perseguir algumas pessoas cada vez mais constante.

Para minha sorte não entro em pânico em espaços pequenos e escuros ou qualquer coisa parecida. Sou um tipo diferente de louca.

Sua terapeuta, a Dra. Pat e Beck tentam ajudá-la de todas as maneiras, principalmente a Dra. Pat, que começa um tipo de terapia mais agressiva para forçar Bea a aceitar melhor seu transtorno e consequentemente melhorar.

O livro é narrado em primeira pessoa por Bea, o que faz com que o leitor passe pelos transtornos da personagem de maneira quase palpável, o que para mim foi agoniante; acompanhar suas crises e presenciar a compulsão dominando-a e não poder ajudá-la é muito tenso. A forma como a autora aborda tanto os transtornos psicológicos de Bea quanto os transtornos físicos de Beck e como os personagens se sentem em relação a eles foi clara e trouxe a mim maior entendimento do assunto.

A protagonista apesar de todos seus problemas é bem-humorada, o que traz diálogos inteligentes e certa leveza à trama. Talvez se a trama estivesse sido narrada em terceira pessoa teríamos uma visão ainda mais realista e ampla não só dos transtornos de Bea, mas também dos outros personagens com TOC.

Sentimentos são como cobertores, cobrindo você para que não consiga ver com clareza. Ou como labirintos nos quais pode facilmente se perder.

O romance é diferente devido aos transtornos de cada personagem, mas um complementa o outro. Há muito companheirismo e compreensão, o que acaba ajudando-os individualmente.

Gostei muito da história e, apesar de haver muitas cenas clichês, a leitura fluiu muito bem para mim, a trama me prendeu e me apaixonei pelos personagens, que são poucos, mas muito bem explorados.

Apesar de o livro não passar uma mensagem de profunda reflexão, conhecer mais de perto esses transtornos com as cenas realistas que autora criou me serviu para entender melhor o TOC e ter ainda mais consciência de que, mesmo que não esteja em meu cotidiano, os transtornos compulsivos existem e estão por toda a parte, nem sempre com uma explicação para eles.

É uma leitura muito válida, daquelas que te dão aflição de tão realista. Recomendo para quem curte um bom romance jovem/adulto com um foco diferenciado.

Podemos ser loucos, mas existe uma lógica por trás até mesmo das coisas mais loucas que fazemos.

9 comentários

  1. Oi, Suzi. De tudo bem? Tenho um relacionamento sério com os livros da Record. Queria ler todos. E esse é um romance até diferente dos normais, digamos. Nunca tinha lido nada que abordasse esse tema e ao meu ver, parece ser interessante. Eu leria sem problemas. Quem nunca de sentiu como se tivesse TOC? Principalmente alguém perfeccionista, assim como eu. (Risos)

    Http://porredelivros.blogspot.com

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  2. Oiii!

    Essa foi a resenha mais positiva que já li para esse livro acredita?
    Todo mundo citou varios erros de continuidade da história o que me deixou com muito receio de ler esse livro.
    Minha mãe tem TOC mas está mais controlado agora.
    Gostei do seu ponto de vista mais positivo, mas confesso que não tenho vontade de ler.
    Até gosto de livros com pontos mais reflexivos ou que nos fazem ficar aflitos, mas esse não me atrai muito :(


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  3. Oi, Suzi. Tudo bem?
    Adorei a resenha sobre esse livro. Eu apenas o conhecia de nome e não fazia muita ideia de que realmente tratava sobre o TOC. É uma leitura interessante para quem tem curiosa com o assunto e até mesmo para quem convive com alguém que tenha esse problema, pois como você disse ajuda a facilitar o entendimento. Muitas vezes não sabemos como lidar com quem esta a nossa volta e sofre desse mal (eu, por exemplo, por muitos anos sofri para entender o caso da minha mãe).
    Achei legal por parte da autora criar uma personagem engraçada, já que é livro voltado para o publico mais jovem um alivio comico se faz necessário.

    Beijos.
    Blog Cantar Em Verso

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  4. O livro não me conquistou totalmente, mas também achei uma leitura válida, gosto muito do tema TOC. Dá pra se sentir agoniada mesmo com os problemas da Bea, principalmente por ela não achar que seu caso é tão grave por não ter manifestações físicas visíveis como as das outras personagens.

    Beijo.

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  5. Olá... Suzi, tudo bem??
    Bom eu não tenho pretensão de ler o livro... não curto muito a temática... sick lit não é muito pra mim, enfim... de qualquer forma, vale ressaltar que, o tema do enredo é bem interessante... sobre essa doença eu tenho muitas dúvidas e não tenho uma aprofundamento sobre ela, depois que comecei a ler algumas resenhas pesquisei algumas coisas e descobri que para quem a tem é meio complicado aceitar e dizer que precisa de ajuda, até porque isso vem de manias que aparentemente são inofensivas... que bom que a leitura te agradou, parabéns, sua resenha ficou ótima!!! Xero

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br

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  6. Oi Suzi, tudo bem?
    Eu tenho esse livro e devo ler em breve. Eu tenho um parente que possui TOC, por isso entendo um pouquinho disso.
    Fiquei curiosa quanto ao livro e,quando eu ler, espero gostar.
    Parabéns pela resenha.

    Beijos
    Leitora Sempre

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  7. Ola Suzi fiquei bem curiosa com o relacionamentos dos dois e como deve ser cada um em seu espaço, mas mesmo assim complementando um ao outro. Pena que a mensagem não foi tão profunda no livro, mas me despertou curiosidade. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  8. Olá Suzi,
    assim como você eu também achei que se fosse narrado em terceira pessoa seria melhor explorado os outros problemas e melhor apresentado. Mas ainda sim eu gostei, e como você disse, tem um humor leve para descontrair o leitor.
    Parabéns pela resenha!

    Beijos Ana Zuky

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  9. Oie, Suzi!
    Nunca pensei que me interessaria por um livro de romance, especialmente esse que eu via a todo instante no Facebook, mas me enganei. Fiquei bem curiosa para saber como a história se desenvolve, não imaginava que tomaria os contornos que você descreveu na resenha. Em breve espero poder ler.

    Com carinho,
    Celly || Me Livrando

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