Sob a Luz dos Seus Olhos - Christine M.


Título: Sob a Luz dos Seus Olhos
Autora: Christine M.
Editora: Underworld


Elisa é uma garota determinada com todo o futuro pela frente. Está partindo para a gélida e cinzenta Londres com todas as expectativas lotando sua bagagem. Nesse cenário, conhece Paul, um jovem de espírito livre e com uma promissora carreira de ator. Tudo poderia ser apenas um romance casual. Entretanto, Paul e Elisa são dois seres nos quais os rótulos não se encaixam. Graças à entrega incondicional e dedicação, puderam vivenciar tudo o que amor pode ser. Ela encontrou em seus olhos azuis a força para ultrapassar todas as barreiras que sequer imaginaria ter de enfrentar. Ele descobriu que as várias nuances dos olhos dela o levariam a uma trajetória oposta àquela que sempre planejou. Com eles, podemos viajar desde a tradicional e britânica York, às belas praias de Angra dos Reis, até as charmosas paisagens de Santa Mônica, na Califórnia, em uma trama intensa vivida e mostrada através dos olhos dos amantes. Contudo, o amor entre os dois jovens vai além do pitoresco. Ultrapassa o cotidiano e invade as questões existenciais humanas, se transformando em um convite à reflexão sobre o autoconhecimento e a incapacidade de prever do que somos capazes. Um romance repleto de reviravoltas, emoção e dinamismo, capaz de prender o leitor até o último capítulo. Muito mais do que uma história de amor furtiva ou pueril, “Sob a luz dos seus olhos” relata de maneira envolvente como esse sentimento pode mudar vidas e construir pontes que nem mesmo o tempo e o espaço podem destruir. O que você faria por amor? Eles fizeram tudo!

Último livro de 2012, lido dia 29/12. Assim que acabei de ler, peguei o caderno e comecei a esboçar uma resenha, mas ficou muito emocionada. Vou transcrever aqui o que escrevi no momento da emoção e depois passo pros pontos do livro.

Acabei de ler o livro e estou aqui tentando expressar o que senti, com os olhos ainda molhados. Acredito que algumas leituras minhas são enviadas por Deus, na hora certa pra eu ler. Foi assim com Querido John, O Diário de Suzana para Nicolas e, agora, Sob a Luz dos Seus Olhos. Tenho este livro desde quando a Chris veio ao Rio, em setembro. Já tinha ensaiado lê-lo várias vezes, mas sempre abria, fechava, olhava a diagramação, lia a sinopse e acabava não começando efetivamente a leitura. Parecia que estava sendo guardado pro momento certo!

Até que hoje, enfim, chegou. Meu marido não conseguiu chegar cedo de viagem e eu não tinha nada pra fazer. Por "coincidência", era o único livro disponível, já que eu não estava em casa e ele estava na minha bolsa (até chegou a fazer uma orelhinha =/). Pensei em ler até minha avó chegar, mas fiquei tão envolvida com a história de Elisa e Paul que nem almoçar eu fui.

Até o meio da história eu li com uma indecisão de sentimentos - encantamento, raiva compreensão, ódio, felicidade... Me enxerguei em Elisa e em Carol, sua única amiga. Vivenciei o amor do casal e passei com eles por Londres, Angra, Santa Mônica. Mas chegou um momento em que eu fiquei tão absorta na história que já não conseguia me separar dela. E não falo de uma mera ausência de pausa na leitura; falo de sentimento, de emoção.

Se o livro tivesse terminado na primeira frase do último parágrafo do antepenúltimo capítulo, não teria tido tanto impacto. Os dois capítulos finais foram arrebatadores!

Não sei definir o que tem de especial na escrita, mas naquele momento foi algo fora do comum pra mim. Não senti nada parecido em uma leitura. Até então minhas lágrimas não duravam mais do que 2 páginas, mas agora elas me acompanharam por 2 capítulos!

O livro narra a história de amor de dois jovens que não têm barreiras. Um amor que vence qualquer obstáculo. Um amor que as minhas palavras são insuficientes para expressar. Apesar de não ser o foco do livro, ele me levou à reflexão, a uma avaliação da minha vida e do meu casamento - e talvez por isso eu tenha ficado tão envolvida.

E quando eu disse que era o momento certo, não estava mentindo. Nada foi por acaso, tudo estava no reloginho de Deus, inclusive a minha "enrolação" pra ler e o atraso na viagem do meu marido.

Essa foi uma excelente surpresa que o final de 2012 me trouxe, renovando as esperanças de um ano melhor. Não vou exagerar dizendo que minha vida toda foi transformada para sempre; cada livro tem sua importância pontual, cumpre seu papel naquele instante e fica marcado na lembrança, até que seja relido e reavive todas as emoções. Mas a leitura afetou o meu dia, o meu final de semana, as minhas expectativas para o aniversário do meu marido (31/12), para a virada e para o início de 2013. Foi essencial para o momento em que eu estava vivendo.

E é por essas e outras que eu acredito na leitura. Ela nos leva a conhecer outros lugares, faz enxergarmos além, nos permite olhar pra dentro e descobrir coisas em nós.

Agora sim, voltando à nossa programação normal. rs!

Elisa é uma brasileira que consegue um estágio em Londres. Paul é um jovem ator inglês, boêmio, que roda a Inglaterra com suas peças. Eles se veem pela primeira vez em um pub na cidade de York, mas não se falam direito nem perguntam os nomes. Entre encontros e surpresas, acaba nascendo um amor lindo. Mas se engana quem pensa que tudo é perfeito pros pombinhos. Na boa, fiquei com medo da Chris e seus requintes de crueldade.

Chega uma parte em que eles estão felizes, contentes e saltitantes e você acha que vai ficar tudo bem e eles vão viver felizes para sempre. Mas aí você para e percebe que ainda está no meio do livro! Na hora eu só imaginava o que mais ia acontecer praqueles dois. E aí entra uma parte meio suspense na história.

Apesar de eu ter amado Paul e Elisa, devo confessar que o romance deles é muito utópico (o que, pelo meu gosto, não deveria ter me descido goela abaixo, mas dessa vez foi totalmente natural). Tudo muito perfeito, sem brigas, sem questionamentos... Lembrei um pouco A Escolha, do Nicholas Sparks.

E será assim sempre, pois não conheço outra maneira de existir a não ser com ele ou sentindo falta dele.

Uma coisa que me deixou um pouco incomodada foi a passagem de tempo muito rápida. Os anos se passavam em apenas um parágrafo. Cadê tudo que aconteceu nesse meio tempo? Queria saber mais, mais detalhes, mais acontecimentos. A parte boa é que acompanhamos a história do início ao fim, sem aquela curiosidade de "o que aconteceu depois?" ou "será que vai ter uma continuação"? Um livro perfeitamente fechado.

As atitudes e a fala de Elisa, um pouco infantis e imaturas, também irritaram um pouquinho, mas vemos um amadurecimento na personagem aos poucos, principalmente porque ela passa por preconceitos e obstáculos pra viver o amor dos dois, e isso acaba por transformá-la.

O livro tem poucos erros, e a maioria deles é de uso de preposição. Mas, no geral, uma delícia de ler, sem ser interrompida bruscamente por palavras erradas, crases mal colocadas e pontuações feitas no uni-duni-tê.

E li aí pela blogosfera que vai rolar um spin-off do Cadu (um rolo da Elisa no meio do livro, leiam pra saber do que se trata). Tipo assim, pirei! Confesso que ele me deu uma baqueada.

Não preciso dizer que recomendo demais o livro, né? Um romance gostoso com pitadas de suspense e muita emoção. Ansiosíssima pra ter os outros 2 livros da Chris, na certeza de que será uma ótima leitura.

- Que palavra é essa? Como se diz em inglês?
- Saudade é uma palavra que só existe em português. Não há tradução.
- O que significa?
- É o que vou sentir quando tiver que ir embora.
- Sentir falta?
- Não, sentir falta é pouco. Eu sinto falta do sol, de comer arroz com feijão e da água do mar. Sentirei falta do chá com bolo, da London Eye e dos passeios de bicicleta. Sentir falta é notar a ausência de alguma coisa. Saudade é quando o peito aperta, quando falta ar, é quando parece difícil continuar vivendo. Saudade é ausência de alguém.