Renascer de um Outono - Samanta Holtz


Título: Renascer de um Outono
Autora: Samanta Holtz
Editora: Novo Século


A vida aos dezoito anos está muito diferente do que Anna Hills havia sonhado. Sozinha em uma cidade estranha, reprovada no vestibular e demitida do emprego, ela enfrenta a difícil batalha para superar o desânimo e ir em busca de um lugar no mundo que possa chamar de seu. Determinada a deixar os fracassos para trás, Anna descobre nos classificados a vaga para baby sitter de uma garotinha que vive com o tio. No entanto, ela não imagina que aquele pequeno anúncio de jornal se tornará o passaporte para as maiores emoções da sua vida, colocando-a face a face com mudanças, escolhas e com John, o rapaz que amava em segredo desde a infância, em um encontro que os levará a desvendar o verdadeiro sentido do amor, da vida e da importância de fazer cada instante vivido valer a pena. Em uma tortuosa e apaixonante jornada, Anna descobrirá a força de uma grande amizade, a dificuldade de se conquistar o coração de uma criança e, acima de tudo, o poder transformador do amor, naquele que será o melhor e o pior outono da sua vida.

Prefiro não comentar sobre a história porque: a) a sinopse já traz bastantes informações; b) não quero contar muitos detalhes a mais. E, como o livro tem muitas ressalvas, optei por expressar a minha opinião - que dessa vez não é muito positiva. Houve vários pontos que me incomodaram.


Há um tempo, fiz um post questionando o motivo por que os autores levantam a bandeira da literatura nacional, mas insistem em usar cenários, nomes e estereótipos estrangeiros. Não quero suscitar essa discussão aqui, mas estou resumindo apenas por causa da resposta da Samanta. Ela disse que algumas histórias pedem que o autor "saia" do Brasil, como no caso de O Pássaro, devido à época em que se passa. Já Quero Ser Beth Levitt combinava mais com a realidade norte-americana. E que ela estava escrevendo um livro com cidades fictícias, então poderia ser em qualquer lugar, inclusive aqui. Guardei essa informação em algum canto da memória, mas não consegui encaixá-la em Renascer. As cidades se chamam Mountain Valley e Icefall, os personagens têm nomes como Anna, John, Lauren, Joe. Ah, é claro que ela se inspirou nos EUA, certo? Errado! O outono acontece no primeiro semestre, no Natal faz calor, logo é hemisfério sul. A melhor alternativa pra mim foi imaginar a Austrália, apesar dos inúmeros elementos americanos. Fiquei confusa, não curti a proposta.

Outra coisa que me incomodou foi a forçação de barra de passar uma mensagem bonita com a história. A personagem tem uma história de superação que poderia ser melhor absorvida se a autora não insistisse em conduzir a nossa conclusão. Não basta apresentar o momento e dar indicativos de amadurecimeno e mudança, toda hora a narrativa era interrompida para uma mensagem de reflexão da personagem, como aqueles livretos de autoajuda. Na primeira ou segunda eu ainda relevei, mas tinha horas que metade do capítulo era de motivação da personagem.

Em relação à narrativa, esse foi o primeiro livro da Sammy que eu não li direto, pelo contrário, enrolei dias com ele, mesmo sendo menor que os outros. A impressão que eu tinha é de estar vendo um filme, aí do nada apertavam a tecla ►►, depois davam o play e voltava ao ritmo normal pra logo em seguida dar outra adiantada e um salto no tempo. Eu senti falta de um maior desenvolvimento de algumas partes, especialmente o final, que ficou muito corrido.

Falando em final, eu achei totalmente previsível. Aliás, se você costuma ler os agradecimentos e dedicatória e for perceptivo, melhor pular essa parte pra não deduzir um big spoiler. Eu já comecei a leitura induzida por isso, logo foi bem fácil de sacar o rumo da história. Torci pra que eu estivesse enganada, só que não. Ah, sim! O "título" do capítulo era um trechinho dele, uma frase que combinava com o que iria ser abordado, mas por várias vezes antecipava o assunto e estragava a surpresa.

Houve citação exaustiva à mãe falecida. Toda hora lá vinha a Anna falar do vento que sentia e trazia conforto, que mudava a vida, que era uma certeza da presença da mãe. Tudo bem que eu senti uma parte espírita e não gostei, mas mesmo encarando só como um a mais da história eu achei repetitivo. A mãe "apareceu" mais do que a melhor amiga, que aliás ficou esquecidíssima. Anna quase não falava com ela, não dividia os momentos mais tristes e os mais felizes... Mas que espécie de "melhor amizade" é essa? Nenhuma das duas fazia o movimento de encontro. A protagonista passando por dificuldades emocionais, e tanto a família quanto a amiga sumiram da vida dela. Também não consegui acreditar nesses relacionamentos.


O romance não me convenceu, e eu cheguei a torcer contra o casal principal. Não posso falar muito sobre esse assunto porque seria spoiler, mas resta dizer que o final final foi o que eu queria, mas não aconteceu do jeito que eu esperava. Os caminhos foram extensos demais e quando enfim, aconteceu eu não consegui suspirar com o amor dos personagens.

A mais legal de toda a história é Lauren, a menina de quem Anna vai tomar conta. Gostei da personalidade difícil dela, da maneira com a qual se relaciona com as pessoas ao seu redor. Muitos podem enxergá-la como uma garota mimada, mas desde o início eu senti que toda aquela introspecção seria justificada com algo extremamente relevante. Touché!

Ricardo foi meu queridinho da ala masculina. Tudo bem que tive vontade de dar uns cascudos nele, mas me segurei e fiquei na torcida por um happy ending.

A capa é um problema sério! A imagem é linda, mas a sensação que tenho é de que compraram a imagem e escreveram título e nome no Paint. Que fonte mais sem sal é essa? A diagramação tentou ser fofa com folhas soltas decorando o início de cada capítulo, mas eu não gostei.
A revisão estava melhor do que os outros livros da editora, que tem um histórico bem ruim, mas tenho quase certeza de que isso se deve à escrita bem certinha da Samanta, como podemos ver nos seus posts em redes sociais e entrevistas.

Depois de ler O Pássaro e Quero Ser Beth Levitt, fiquei esperando ansiosamente a próxima obra da Samanta Holtz. Infelizmente, Renascer de um Outono ficou bem aquém das minhas expectativas.

Essa é uma opinião minha, você pode ver várias pessoas elogiando nas resenhas do Skoob. Então é aquela velha história: se você gosta da escrita da autora e/ou achou a premissa interessante, não deixe de ler. Vai que você tenha uma sensibilidade maior que a minha e se apaixone pelo livro?

Eu fico aqui esperando sinceramente que o próximo dela me agrade mais e eu volte a me apaixonar por suas histórias.

21 comentários

  1. Também não tive um bom pressentimento quando li o título e a sinopse deste livro da Samanta, apesar de ter amado O Pássaro. Quero Ser Beth Levit foi legalzinho, mas não faz muito meu estilo. Sua resenha confirma minha impressão negativa, tanto da capa, quanto da história. Também espero que a Sammy escreva mais histórias emocionantes como a primeira. Beijos

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  2. Bom dia!
    Ainda não tive oportunidade de ler nenhum livro da Sam (mas tenho 'Beth Levitt' e 'O Pássaro' na estande esperando para serem lidos). Lembro que quando foi anunciado o terceiro livro, houve muita agitação nas redes sociais, porque todo mundo queria a nova história da Sam. Particularmente eu não me interessei muito por essa história, fiquei com a impressão de que seria uma espécie de auto-ajuda-mascarada por uma história-clichê-de-superação-e-amor. Não posso falar muito sobre o conteúdo porque não conheço, mas achei bacana da sua parte expor sua opinião dessa forma. Também não fui muito com a cara da capa - depois da segunda edição de 'O Pássaro', eu esperava mais da editora.

    Beijinhos e um maravilhoso fim de semana,
    Cássia :*
    Blog Procurei em Sonhos

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  3. Giulia lindona ainda não li nenhum livro da Samantha, estou com alguns no Kobo mas faltou tempo, leio elogios ao livro O Pássaro, uma pena o livro deixar a desejar e não fluiu a leitura. Confesso que não gostei da parte que comentou que a protagonista estava passando por problemas emocionais e a amiga some como assim ? A capa parece de romances de Julia , gosto da cor usada , mas concordo com você em relação a capa. Vou deixar passar a leitura ainda mais com sua nota. beijos

    Joyce
    www.livrosencatos.com.br

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  4. Oi Giu! pela capa e a sinopse gostei do livro mais com certeza nao dar para ter uma opnião formada antes de ler ne? ainda estou meio confusa se leio ou nao . Nunca ouvi falar dessa autora. Mais vou pensar com carinho
    beijo
    www.marichic.com

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  5. OLá Giulia, uma pena o livro ter te decepcionado, ainda não li nada da autora, mas conheci ela em um evento e posso dizer que é super simpática =) Também não intendo porque tantos autores nacionais usam os EUA como fundo para suas historia, eu ficou super animada quando leio um livro e ele se passa em algum canto do Brasil <3 Voltando a resenha, eu não gosto de ler livros que tenham final previsível, spoilers nos títulos, ou protagonista irritante e parece que este tem tudo isso, mas se tiver chance vou dar uma chance para ele e ver como se desenrola essa historia.

    Visite o blog "Meu Mundo, Meu Estilo"

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  6. Oi Giulia, não li ainda o trabalho da autora, mas gostei desta capa e sinopse, uma pena que para você ele não rolou muito bem.
    Bjs, Rose.

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  7. Oi Giu... tudo bem???

    Bom dos livros dela só tenho curiosidade ler Quero Ser Beth Levitt que foi o que eu comprei na bienal e já peguei o autografo dela também.... Esse em especial não me senti muito a vontade para ler... não sei... a capa não me encantou... e pela sua resenha só tive a certeza de que eu não iria gostar... é uma pena... mas como você disse essa é a sua opinião né... mas mesmo assim não vou ler... Xero!!!

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  8. Olá

    Sinceramente, eu não me interesso por histórias do tipo, até tinha visto os outros livros da autora pela blogosfera e até acho as capas muito chamativas, mas as premissas não me motivam. Essa coisa que comentou dos livros serem muito americanizados me irrita profundamente até com livros de autores estrangeiros, olha só. Então é um livro que eu dispenso facilmente por vários motivos. Fico também um pouco chateado em ver que a editora ainda não tem uma revisão consistente e que provavelmente a escrita da autora e sua auto-revisão é que fazem o livro não ter erros.

    Abraço!
    www.umomt.com

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  9. Puxa, Giu... não li nenhum livro da Samanta ainda, mas que ruim que esse ficou aquém das suas expectativas... Quando o romance não convence é triste, mas ainda pior é quando a gente chega a torcer contra o casal!! Os outros livros da autora eu tenho e vou ler, mas muito dificilmente vou me animar a comprar esse. Mas, se eu mudar de ideia, com certeza vou pular os agradecimentos e a dedicatória.

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  10. Oi Giu, tudo bom?!

    Tenho um livro da Samanta esperando para ser lido ainda, que é O Pássaro. No evento, tinha esse outro também que era lançamento, mas a história não me agradou. Então acabei passando bem longe dele. Tiveram vários livros que eu torci contra o casal, então definitivamente não pretendo ler esse livro. Uma pena que as suas expectativas estavam altas em relação a escrita da autora e que dessa vez não te surpreendeu. Adorei a sinceridade da sua resenha, sério! Parabéns por ela <3

    Beijos, Rob
    http://estantedarob.blogspot.com.br

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  11. Ainda não li nenhum livro dessa autora e essa resenha não me deixou animada pra começa por esse livro não, com certeza vou escolher outro.

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  12. Nossa Giulia!
    Que coisa quando um livro não tem muitos atrativos principalmente quando é de uma autora que gostamos muito. Fiquei triste por você porque me pareceu que o livro não tem nada de tão bom ou convincente.
    Gosto de resenhas sinceras, temos mesmo de falar o que sentimos porque a avaliação é bem pessoal e a cada nova pessoa que lê, pode ter uma impressão diferente.
    E concordo também que os autores nacionais devem usar mais nosso Brasil como cenário de seus livros, a menos que seja uma daquelas ficções distópicas e de época.
    Um final de semana carregadinho de luz e paz!
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  13. Simplesmente ffiquei apaixonada pela historia!
    Quando li a sinopse livro ja me chamou atenção
    quando li a sua opnião sobre a obra, me fez deseja ainda mais!
    Adicionando na lista de presente pra papai noel me dar hahah

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  14. não li nenhum dos livros da autora ainda, mas já sei que não devo começar por este.
    Também não entendo porque os autores nacionais cismam de escrever histórias totalmente influenciadas pela cultura americana. E quando escrevem algo mais nacional, fazem tanto merchan que eu não entendo! E eu compartilho sua opinião sobre a capa. A imagem é tão bonita.. merecia ter sido melhor trabalhada.

    Beeeijinhos ;*
    Andressa - Mais que Livros

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  15. Olá Giu,
    olha vou ser sincera em dizer que nenhum dos livros da Samantha me chamou atenção para querer ler.
    sabe, eu brigo muito com os autores quando leio um nacional onde a historia passa lá fora. Primeiro exigem que os reconhecêssemos como nacionais, mas eles mesmos vivem fora daqui. Então por que razão exige isso de nós? Não consigo entender isso.
    Bom vamos a resenha, esse negocio de forçar o leitor a reconhecer e receber o paradigma é um saco. Eu não gosto e sempre acabo que odiando a leitura.
    Única coisa que gostei foi sobre você falar da garotinha, e de que tudo que ela fazia tinha um motivo. Esta ai um ponto positivo.
    Agora com o restante, sinceramente não me interessei. Desta vez deixo passar.
    Parabéns pela resenha Giu, e sua sinceridade foi um máximo, amei!

    Beijokas Ana Zuky

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  16. Ainda não li nenhuma das obras da Samanta, mais não sei ae leria.
    Bom, quando vi a capa imaginei que a história fosse diferente e bastante envolvente. Mais Ok..
    É tão ruim quando os autores brasileiros querem descrever os países estrangeiros nos seus livros. :/

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  17. Que pena que a leitura não tenha fluido, não gosto quando isso acontece, adoro terminar um livro e amar, ficar pensando em ler outra vez, é a melhor sensação, ainda não li nada da autora, qualquer dia pego alguma obra dela para ler, para ver se gosto.

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  18. Bem... gostei da resenha sincera e ao mesmo tempo direta. Não sei se é só comigo mas, durante a leitura, independente do autor ditar um cenário (pode ser o mais belo que for, ou não) eu me sentirei confortável no que eu imaginei para obra. Dessa forma não fico meio desapontado com cenários fora ou dentro do Brasil. Na verdade, para mim isso faz pouca diferença. Tenho muita vontade de ler O Pássaro e Quero Ser Beth Levitt e sem conhecer nada das obras da autora, acho-a super inteligente e tenho bons pressentimentos.
    Não sei se gostaria dessa obra porque também não fui muito com a cara da capa e a sinopse me revelou mais do que deveria.
    XOXO

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  19. A capa é linda, quase comprei esse livro no sabado, mas fiquei na dúvida, e vendo os comentários fiquei com mais dúvidas. kkkkkkkk

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  20. Oi, querida!!!

    Aaaah eu ainda não tinha visto sua resenha de Renascer de um Outono, como assimmm? :O rs

    Giulia, muito obrigada por descrever e detalhar sua opinião sobre meu livro! Que pena que Renascer não a cativou e prendeu da mesma forma que O Pássaro (eu me lembro da resenha apaixonada que você gravou para ele!!!), mas histórias são assim mesmo, né? Nem sempre funcionam do mesmo jeito, mesmo sendo do mesmo autor rs.. eu também tenho experiências assim com autores de que gosto, e cada livro realmente terá uma pegada e uma proposta!

    Apenas para esclarecer, sobre os nomes das cidades e nomes, como Renascer foi meu primeiro livro escrito (na adolescência, ainda sem maturidade alguma para a coisa rs...), essas foram as minhas escolhas da época. E, embora eu tenha feito uma profuuunda revisão e transformação no livro antes de publicar, esses detalhes eu resolvi manter, inclusive como eu conto na "nota da autora aos leitores" (cidades que não existem em lugar algum do mapa rs rs). Você tem toda a razão, a influência é 100% norte-americana, influenciada por filmes e livros que eu lia naquela época, e as estações do ano não batem (percebi isso enquanto escrevia, ainda nova, mas mudar as estações ia fazer a maior bagunça nos meses, aniversários dos personagens e datas... então, já que as cidades eram fictícias, as estações embarcaram nessa kkkkk).

    Também espero, de coração, que o próximo livro a agrade mais!
    E adivinha?? Vai se passar no Brasilll, uuhuuuuuuu rs rs

    Beijos no coração! Muito obrigada pela resenha tão sincera e detalhada!

    Com amor,
    Sam

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  21. ai gente, acho tao chato isso ! foi vc que escreveu o livro ? nao ! entao a autora pode colocar sim nomes americanos , cenarios americanos, oq for !

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