Para Continuar - Felipe Colbert


Título: Para Continuar
Autora: Felipe Colbert
Editora: Novo Conceito
Nº de páginas: 336
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Nota:

Envolver-se com a jovem Ayako é a oportunidade perfeita para Leonardo César esquecer a sua vida tediosa e perigosamente limitada, tudo por culpa do seu coração defeituoso.
Enquanto isso, com a ajuda de seu avô, Ayako tem a difícil missão de manter inacessível um porão de dimensões que vão além da loja de luminárias que ela gerencia, repleto de milhares de lanternas orientais, cujo mistério envolve os habitantes do bairro da Liberdade.
A partir dos crescentes encontros entre Leonardo e Ayako, uma nova lanterna surgirá para os dois. Eles terão que protegê-la com afinco, ou tudo que construíram juntos poderá desaparecer a qualquer momento.
O que ninguém conseguiria prever é que Ho, um jovem chinês também apaixonado por Ayako, colocaria em risco o futuro desse objeto. E com ele, o sentimento mais importante que dois seres humanos já experimentaram.

Mais um caso de expectativa demais atrapalhando a leitura. Já tinha ouvido falar muito sobre a escrita do Felipe, mas quando peguei pra ler... não foi essa Coca-Cola toda. A sinopse conta o suficiente do enredo, mas vou falar um pouco mais dos personagens.

Leonardo é responsável pela parte sick-lit do livro, um jovem com problemas no coração que o impossibilitam de fazer muitas coisas próprias da idade. Ele tenta levar uma vida normal, sem que os colegas de turma saibam, mas o sumiço repentino e um volume a mais no lado esquerdo do peito são indícios de que as coisas não andam muito bem. E ele leva essa vida meia boca até conhecer Ayako, uma descendente de japoneses, moradora da Liberdade, que perdeu os pais quando criança e vive sob os cuidados do avô. Não tem muito o que falar sobre Ayako porque ela é meio sem sal. rsrsrs

O enredo mistura romance com uma pitada de fantasia. Tem um segredo sobre as lanternas guardadas no porão, mas até a metade as informações são muito vagas, deixando o leitor um tanto quanto perdido. Se a ideia era causar curiosidade, a mim me deixou desanimada, sem vontade de prosseguir na leitura. Sabe a sensação de caminhar na esteira? Sei que está progredindo, mas parece não sair do lugar.

A narrativa é predominantemente em primeira pessoa, na voz do Leonardo, mas também há partes em terceira pessoa, focando em Ayako. Os capítulos são curtos, o que me ajudou bastante a prosseguir quando a vontade era abandonar. Só mais um capítulo, só mais um... Além dessa falta de compreensão acerca do segredo das lanternas, achei meio esquisito essa obsessão do Leonardo por uma menina que ele só viu no metrô. Aí na 2ª vez que vê ele já a segue. (?) E pra piorar Ayako acha super de boa essa aproximação. Eu ficaria no mínimo com medo achando que era um psicopata.

Você está vendo algo mágico, mas a magia não se limita a atos extraordinários. Ela está no nosso dia a dia. Se você for observadora, vai reconhecê-la.

Uma vez li uma resenha que falou que a escrita do Felipe é muita técnica e pouca emoção. Achei meio estranho na época, mas agora posso concordar. O autor dá aulas de escrita, sabe muito das técnicas, tem uma narrativa fluida, descreve bem cenários e sensações, coloca o clímax no momento certo. Mas a sensação que tive foi de que ele escolhia as palavras pra causar aquele impacto, mas o resultado em mim não foi esse, pelo contrário. Algumas piadas soaram um tanto forçadas, na maior parte das "frases de efeito" eu fiquei sem efeito nenhum. rs

Mesmo com todos esses contras, consigo enxergar pontos positivos, a começar pelo fato de explorar a cultura japonesa, que quase não é retratada nessa literatura contemporânea. E sim, a técnica tão evidente torna o livro de fácil entendimento. Também gostei da construção dos secundários; a o amor e os sacrifícios dos pais de Leonardo, tranquilidade e simplicidade do avô de Ayako, a inocência e devoção de Ho, essas coisas foram essenciais pra história.

Talvez tenha sido algo pessoal, bem subjetivo mesmo, que tenha me feito desgostar. Ainda pretendo ler Belleville, já que vi várias indicações positivas, e ver se consigo gostar da escrita do Felipe.

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