No início não havia Bob - Meg Rosoff


Título: No início não havia Bob
Autor(a): Meg Rosoff
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 240
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Nota:

E se Deus fosse um adolescente? Após ganhar a Terra num jogo de pôquer, a deusa Mona resolve delegar a seu filho, um insolente e mimado adolescente, o novo planeta. Bob, preguiçoso demais para gastar muito tempo com isso, cria tudo em seis dias e a partir daí joga todo o trabalho para cima de seu assistente, o frustrado Sr. B. Quando os problemas começam a aparecer, sobra para ele limpar a bagunça. E o fato de Bob ter criado os humanos à sua imagem e semelhança também não ajuda. Como um planeta cheio de criaturas tão gananciosas e intolerantes pode sobreviver? Como não bastasse, Deus está obcecado por uma garota mortal: Lucy, assistente em um zoológico. E a cada encontro a Terra é afetada pelos sentimentos de seu criador. Dominado por desejos intensos, Bob começa a causar verdadeiras catástrofes em seu planeta. Desesperado, conseguirá o Sr. B. salvar a Terra de seu próprio Deus?

Imaginem um planeta governado por um garoto de dezessete anos. Já havia planos para que ele fosse administrado, mas isso dá tanto trabalho e aquele planetinha era tão singelo que acabou sendo deixado de lado. Esse planeta é a Terra. Um dos responsáveis por ele, que de responsável não tem nada, decide apostá-lo numa mesa de jogo e, como já era de se imaginar, acaba por perdê-lo. A deusa Mona foi a sortuda e decide que esse seria um ótimo presente para o seu filho Bob.

Como aposta é aposta, Bob passa a ser o Deus daquele planeta. Preguiçoso, o rapaz cria tudo às pressas. Em seis dias ele consegue até ter uma ou outra ideia boa, mas muitas ideias desnecessárias. A pior de todas foi criar indivíduos à sua imagem e semelhança. Como um planeta poderia sobreviver com criaturas assim?  Mas isso não é mais problema dele, e sim do seu assistente, o Senhor B.

Os prazeres da vida eram tão simples, na verdade. Era só uma questão de apreciar o que tinha — e saber que as coisas sempre poderiam ser piores.

Desiludido com suas funções, Senhor B bem que tentou ser o governante da Terra. Seria um cargo de reconhecimento por tudo que ele já havia feito, porém ele acabou como um simples assistente, que, apesar de ser quem realmente governa, só leva o crédito pelas coisas ruins que acontecem, ou seja, pelas porcarias que Bob faz. E ele faz muita besteira, principalmente quando se interessa por alguma mortal.

Meg Rosoff é uma autora extremamente premiada, inclusive este livro foi finalista de um prêmio. Esse, entre outros motivos, sempre me deixaram bem curiosa com relação às suas histórias. Porém eu já tinha ouvido algumas ressalvas de amigos que leram outros livros e não gostaram tanto assim. Antes eu os tivesse ouvido. Narrado em terceira pessoa, No início não havia Bob acompanha muitos personagens e ninguém ao mesmo tempo.

Como, ele pensa, Bob conseguiu permanecer tão separado de suas criações mais lindas? É sua falta de atenção tanto quanto qualquer outra coisa, sua incapacidade de manter o interesse, a tendência a descartar seus brinquedos novos em algum canto estéril da Terra onde acumulam poeira enquanto ele corre atrás de (mais uma) humana gostosa.

Num primeiro momento achei que trama central incluiria três personagens: Senhor B, Bob e Lucy, a recente paixão do menino. Mas, além dos dramas individuais de cada um, temos a mãe de Bob e seu bicho de estimação, Erc. Tudo junto e misturado! Não há um bom desenvolvimento deles e pra piorar Bob é irritante.

Ele pode ter dezessete anos, mas nem de longe parece ter essa idade. Além de agir como uma criança, está numa fase de puberdade que não pode ver um rabo de saia na frente. Sério, é masturbação pra cá, sonho erótico pra lá, sexo, sexo, sexo, sexo. Se eles não ficassem utilizando o nome Deus toda hora, isso poderia até me incomodado menos. Mas, sério, ambos são desnecessários.

Mas ela se sentia melhor sabendo que algo (além de seres humanos) estava ali. Não que a fé fosse exatamente fácil. Havia tantas complicações envolvidas na crença, tantas abstrações. E a fé era tão difícil de se manter na ausência de... de qualquer coisa além da fé.

Com um enredo criativo, porém mal desenvolvido, No início não havia Bob só foi uma leitura suportável graças à escrita da autora, que flui de forma incrível mesmo nos momentos mais estranhos da narração. 

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