Ela não é invisível - Marcus Sedgwick


Título: Ela não é invisível
Autor(a): Marcus Sedgwick
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 256
Onde comprar: Submarino | Saraiva | AmericanasCasas Bahia
Nota:

Laureth é uma adolescente cega de 16 anos, e seu pai é um autor conhecido por escrever livros divertidos. De uns tempos pra cá, ele trabalha em uma obra sobre coincidências, mas nunca consegue termina-la. Sua esposa acha que ele está obcecado e prestes a ter um ataque de nervos. Laureth sabe que o casamento dos pais vai de mal a pior quando, de repente, seu pai desaparece em uma viagem para a Áustria e seu caderno de anotações é encontrado misteriosamente em Nova York. Convencida de que algo muito errado está acontecendo, ela toma uma decisão impulsiva e perigosa: rouba o cartão de crédito da mãe, sequestra o irmão mais novo e entra em um avião rumo a Nova York para procurar o pai. Mas a cidade grande guarda muitos perigos para uma jovem cega e seu irmãozinho de 7 anos.

Laureth tem dezesseis anos e seu maior ídolo é seu pai, o autor Jack Peak. Ele sempre foi conhecido por escrever livros cômicos, mas há algum tempo vem se aventurando num tema diferente, um livro mais adulto que fala sobre coincidências. Porém ele vem tendo alguns probleminhas com isso. O primeiro é que parecem não levar fé na sua versatilidade como autor, o segundo é que o projeto não esta fluindo.

Com uma obsessão cada vez maior pelo tema e pelo número 354, ele decide viajar para fazer novas pesquisas. Seu rumo é a Europa, algum lugar pela Áustria ou Suíça, então imaginem o susto de Laureth ao receber um e-mail informando que o breu, uma espécie de diário onde pai anota toda e qualquer ideia para seu livro, foi encontrado nos Estados Unidos?!

Num momento de loucura, Laureth roupa o cartão de crédito da mãe, sequestra Benjamin, seu irmão mais novo de apenas sete anos, falsifica uma autorizações e compra duas passagens com destino a Nova Iorque. Ela está disposta a decifrar o mistério do caderno e a encontrar seu pai, que não dava mais notícias. O grande problema disso tudo, além do óbvio? Laureth é cega.

[...] porque não dá pra sentir falta de algo que a gente nunca teve, porque não estou triste por ser assim. Não me importo em ser cega. O que me incomoda são as pessoas me tratando como se eu fosse idiota.

Ela é uma menina independente, do contrário não teria cogitado essa loucura, mas explorar uma cidade estranha, tendo um garotinho como guia, será uma aventura maior do que ela imaginava.

Como não se apaixonar por um livro com tamanha sensibilidade? Meu interesse pela leitura se deu pelo título, que me remeteu a dramas adolescentes e colegiais. Quando li a sinopse, percebi que não era nada daquilo que eu estava imaginando, mas nada poderia me preparar para essa leitura.

Ao iniciar o livro, fica clara a relação da menina com toda a sua família, e por não ser tão próxima ao irmão é que a jornada se torna ainda mais emocionante. Benjamin tem um sério problema com aparelhos eletrônicos, e tudo o que para na sua mão acaba se quebrando. Isso lhe isola dos meninos da sua idade, que só pensam em videogames e tudo que lhes deixe conectados. Solitário, ele passa muito tempo na companhia de história em quadrinhos e seu fiel amigo de pelúcia Stan. A aventura aproxima os dois de uma forma linda.

Mas acontece que nunca se sabe o que é ou não verdade, o que pode ou não ser impossível, até que se faça uma tentativa. 

Benjamin faz aquilo que a irmã não pode, é seus olhos, os olhos do leitor por essa cidade. A confiança que Laureth deposita nele demonstra o laço que os une. Meu olhos se enchem de lágrimas só de lembrar.

O livro é narrado em primeira pessoa, e estar nos pensamentos de uma pessoa cega fez da leitura uma experiência única e incrível. A escrita de Marcus tem tudo a ver com isso, já que é fluida e tão delicada... Fiquei presa logo nas primeiras palavras. Inegavelmente, conhecer o mundo de Laureth me fez perceber o quanto os detalhes, as pequenas coisas do dia a dia, são importantes.

O autor também utilizou de artifícios interessantes para prender o leitor. Além de utilizar fatos reais de personalidades como Edgar Allan Poe e Carl Jung para ilustrar as coincidências da vida, colocou trechos do breu ao longo da narrativa. Mais um vez, a experiência de entrar na cabeça de uma pessoa totalmente diferente de mim foi bem instigante.

Falando da parte que cabe à Galera Recod, eles arrasaram mais uma vez. A capa, além de linda, é soft touch! Não tem como amar menos. Por dentro é tudo bem simples, o que combina com a personalidade da protagonista. A fonte é agradável e as páginas são amareladas.

Por que às vezes nos esquecemos do quanto amamos uma pessoa, até que a perdemos? Por que somo tão idiotas? Não deveríamos sempre lembrar que as pessoas que amamos são mais importantes que qualquer outra coisa?

Com personagens bem desenvolvidos e uma plano de fundo pra ninguém colocar defeito, Ela não é invisível encanta por sua simplicidade e emociona pelo mesmo motivo. Não percam essa leitura.

7 comentários

  1. Oi Andressa, tenho esse livro no Kindle mas ainda não comecei a ler. Confesso que antes de ler sua resenha não tinha nem lido a sinopse e achei bastante interessante saber um pouco mais. Assim como você disse deve ser incrível estar dentro da cabeça de uma pessoa tão diferente de nós, acho que vou achar bastante peculiar a forma como Laureth vê o mundo ao seu redor. Adorei!

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  2. Dressa lindona só de retratar essa união entre os irmãos durante a viagem já gostei, sou muito apegada com meus irmão por isso o tema me chamou atenção. Fiquei bem curiosa com essa viagem de certa maneira maluca dos dois, e se acharam o pai. Amei essa capa. Dica mais que anotada. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  3. Oii!

    Eu já conhecia esse livro por ver a capa em diversos lugares, mas confesso que não sabia bem ao certo qual era o tema do livro. Saber que ´trata de relação de irmãos e familia me enche de vontade de ler.
    ainda mais por saber de toda a sensibilidade da obra pela condição da principal. Adorei!


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  4. Olá Andessa! Nossa, sua resenha foi linda! Fiquei encantada com essa história! Que coragem essa menina tem, se aventurar junto com seu irmão a procura do pai...Mesmo com a sua limitação, ela foi em frente...Já fiquei fã dela. Amo protagonista fortes! Beijos!


    http://livrosepergaminhos.blogspot.com.br/

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  5. Opa anotei no caderninho para ler posteriormente!
    Nem sempre é fácil falar de família, não é? Mas acho q o livro conseguiu um ponto e vai me fazer gostar dele a partir dai.
    Bjks

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  6. Oi Dreeh, tudo bem?
    Já tinha ficado interessada na leitura desse livro por causa da capa (que é linda) e lendo sua resenha fiquei bastante tocada com a história. Gostei de saber que os personagens são bem desenvolvidos e é uma história tão interessante e marcante, enfim, espero pode ler em breve. Parabéns pela resenha.

    Beijos,
    www.leitorasempre.com

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  7. Oi flor... já tinha lido outra resenha desse livro e pela sua descrição parece ser uma leitura cativante... mas sinceramente não é muito a minha praia de leitura e fico mesmo com a história contada na resenha... claro que levo em consideração que a personagem é cega e leva seu irmãozinho mais novo essa imensa aventura... xero!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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