O Príncipe dos Canalhas - Loretta Chase

Título: O Príncipe dos Canalhas (Série Canalhas #1)
Autor(a): Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 256
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Americanas
Nota:

Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...
Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.
Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade – muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.
Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.

Eu e a Andressa, do blog Mais que Livros, vivemos combinando de ler os livros ao mesmo tempo, mas nunca tínhamos escrito juntas. Pois bem, antes tarde do que nunca. Fica combinado assim: o que ela escreveu está em itálico, o que eu escrevi está normal. Beleza? Então vem ler a nossa opinião sobre um livro que tem sido queridinho das românticas de plantão.

Lorde Belzebu recebeu esse nome de seu próprio pai, que não acreditava como uma criança tão feia poderia ser seu filho. Ele sentia muito a rejeição do pai, mas o golpe mais forte que sentiu veio da única pessoa que lhe demonstrou afeto, sua mãe, que fugiu de casa quando ele tinha apenas oito anos. Despachado para um internato, ele aprendeu da pior forma com a vida é dura. Da mesma forma, aprendeu que sua feiura era quase insignificante perto da fortuna de sua família. E ela sim, lhe permitira curtir sua vida regada a bebedeiras e libertinagem.

Também conhecemos Jessica, uma mocinha que vai além das que estamos acostumadas a ver nos romances de época. Sim, ela é forte, pensa à frente da sua época, não tem o casamento como ideal de vida, mas consegue ser ainda mais inovadora do que tudo isso junto. Jess volta a Paris pra dar um jeito no irmão, que está cada vez mais endividado e bêbado devido à companhia de Sebastian. E, mesmo decidida a se manter firme na solteirice, um certo homem alto, de ombros largos, pele morena e até mesmo um nariz ligeiramente maior do que o aceitável lhe encanta. A situação do primeiro contato não é nem um pouco romântica, mas já é o suficiente pra despertar o interesse em ambos.

O que mais choca a sociedade parisiense não é o interesse dela por ele Jess bem que precisa de um bom marido para livrar seu irmão da ruína, e sim o dele por ela! Sebastian nunca quis conversa com uma moça de família e do nada aparece não só conversando como passeando com uma dama. Eles combinam muito, mas só quem os conhece a fundo consegue perceber essa ligação. Enquanto isso, o resto do mundo conspira para que eles não fiquem juntos.

E mesmo com todo o clichê do gênero Loretta mostrou por que ganhou o prêmio RITA de Melhor Romance Histórico. A trama tem as características que encantam e fidelizam as leitoras apaixonadas que gostariam de ter vivido nos anos de Jane Austen, mas mostra uma mulher decidida, que não se deixa intimidar por um homem de reputação duvidosa. Um detalhe que me agradou muito foi não apresentar um personagem lindo, pelo contrário, mostrar que é possível fazer boas histórias com um homem feio. Sem eufemismos. Toda a sociedade o considerava feio, mas ele tinha traços marcantes. Sua fisionomia externava a personalidade daquele homem forte, decidido e bem sucedido.

Eu ouvi muitas recomendações a esse livro, antes mesmo de a editora anunciá-lo. Eu também! Quando ele chegou comecei a ler imediatamente e não me arrependi. Me apaixonei pelos protagonistas e a famosa cena do tiro foi ainda mais hilária agora que eu conhecia todo o contexto. Eu não saí correndo pra ler, mas confesso que pulei na frente de muitos livros da fila. E também não me arrependi.

A grande surpresa não foi devida aos personagens. A autora trouxe à discussão uma questão muito atual: assumir a paternidade. Se ficasse só no drama do personagem ao se descobrir pai e rejeitar ou não saber lidar com isso, eu já teria gostado. Mas Loretta foi além e deu um grande exemplo de família, de como pensar e se comportar frente a uma situação não ideal, mostrando a grande lição de que a criança nunca tem culpa dos problemas dos pais e não deve carregar o fardo da rejeição.

Há uma discussão sobre o livro ser ou não parte de uma série. Quem procurar pela série Scoundrels no Goodreads verá que ele é o terceiro livro. Já me contaram que ele foi escrito como livro único e que posteriormente a autora escreveu os outros. Só sei que eles têm protagonistas diferentes e não há uma ordem cronológica. Eu não quero nem saber a ordem desde que a Arqueiro publique os outros. E por favor mantenham o mesmo padrão de capa, diagramação e revisão, que foram bem satisfatórias.

Quem gosta de romance de época, precisa conhecer o poder de Loretta Chase! Quem ainda está tomando coragem para conhecer o gênero, encontra aqui uma ótima oportunidade. Se você não se enquadra em nenhum dos grupos, leia mesma assim porque você irá se surpreender.