O que eu quero pra mim - Lycia Barros

Título: O que eu quero pra mim
Autor(a): Lycia Barros
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 208
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Americanas
Nota:

Alice é independente, bem-sucedida profissionalmente e muito ambiciosa. Além do sucesso no trabalho, tem um namorado que é o sonho de qualquer mulher: lindo, apaixonado, louco para se casar e ter filhos. Mas ela não é qualquer mulher, e acha que a carreira vem antes de tudo. Então, quando Casseano a coloca contra a parede e exige mais espaço em sua vida, os dois entram em um impasse e acabam se separando. Em poucos dias, Alice sente que o fim do relacionamento está sendo mais duro do que esperava. Para piorar, o trabalho entra em crise e sua sócia, preocupada com a saúde da amiga, a obriga a se afastar por um tempo. As férias a ajudarão a arejar a cabeça e voltar mais produtiva.
Com tudo dando errado ao mesmo tempo, Alice aceita a sugestão e compra uma passagem para Londres. Chegando lá, mergulha numa profunda jornada de autodescobrimento e percebe o que realmente importa para ela.O que eu quero pra mim é um romance inspirador, que fala sobre a importância de conhecer a si mesmo e descobrir as próprias necessidades antes de trilhar de forma plena o caminho do amor.

2 mulheres egoístas e egocêntricas. 2 homens que são o sonho de qualquer mulher. 2 relacionamentos fadados ao fracasso.

Alice e Casseano formam o primeiro casal. Ela é workaholic, não tem medo de usar suas curvas para conseguir o que deseja e tem horror a casamento por causa do histórico dos pais. Ele é fruto de um casamento feliz, deseja o mesmo para si e, além de ser lindo e gostoso, é um baita profissional. Se ele se conformasse com um relacionamento superficial, seriam "felizes" para sempre, mas sonha com uma aliança na mão esquerda, e como ela não aceita acabam terminando.

Pra tentar esquecer Casseano, Alice vai pra Londres reencontrar uma amiga, e lá conhece o segundo casal. Luana sonha ser uma atriz famosa, e esse sonho faz com que não enxergue tudo que está perdendo. Abriu mão da família, deixou o filho aos cuidados do pai e saiu da Irlanda pra Inglaterra. Um tempo depois, Eamon também se mudou por causa do trabalho e pôde continuar mostrando como é um pai dedicadíssimo, que faz questão de manter o filho perto da mãe mesmo com toda a indiferença que ela demonstra. Quando Alice se instala bem no olho do furacão, mexe com os sentimentos de todos.

Na verdade, eu também não sei o que quero. Mas preciso descobrir, e sozinha.

Não tem como gostar de ambas as meninas. Nas conversas e conselhos, era a suja falando da mal lavada. E não consegui entender muito bem esse conceito de amizade delas, pois várias cenas me causaram muita estranheza. Mas enfim... elas chegaram a morar juntas por 1 ano em Nova York e diziam se entender bastante. Fato é que são iguais na indecisão, no pensamento em si própria e no quesito "destruir relacionamentos perfeitos".

Já os meninos... ah, amei os 2! Claro que têm seus defeitos, mas no geral são pessoas que eu gostaria de ter por perto de tanto amor que espalham. Acho que essa polarização foi proposital, pra gente se identificar mais com os homens e não entender as mulheres, mas achei arriscado. Não consegui criar empatia com elas e lia na expectativa de uma reviravolta em que os homens ficassem por cima.

Antes que venha uma feminista me encher, super acho válido a mulher ter sua carreira e não desejar o casamento, mas não apoio nenhum tipo de fuga por motivos errados. Ambas camuflavam seus temores com discursos de independência, mas na verdade estavam fazendo um mal a si e às pessoas ao redor.

Até hoje você só apresendeu a erguer muros. Acho que está na hora de aprender a construir algumas pontes.

A escolha da narração em terceira pessoa foi a melhor possível. São 4 personagens distintos, com pesos importantes e versões diferentes. Foi bom acompanhar o que cada um pensava e sentia ainda que separados por quilômetros de distância e conhecer os diferentes pontos de vista.

O título, se transformado em pergunta, esteve presente na mente de todos os personagens da história. No começo, as vontades eram definidas de um jeito egoísta; no desenvolvimento os 4 começaram a rever seus projetos, definindo o que não queriam - e isso já é um grande começo - e procurando respostas; no fim, já estava bem claro o que queriam pra si.

Os cenários são bem descritos, quer dizer, os do Rio sim, os de Londres não posso avaliar. rs Quem é morador do Rio entende bem tudo que está descrito ali, inclusive as obras atuais decorrentes dos projetos de mudança por causa das Olimpíadas. Acho que isso só me chamou a atenção pela minha identificação, porque normalmente passo batida pelas passagens descritivas.

Já tinha lido a Trilogia Uma Herança de Amor, da mesma autora, e adorado. Lycia me conquistou com sua escrita fluida e envolvente, que passa uma mensagem de esperança e fé. Nesse livro não é diferente, mas ela deu uma boa aliviada na mensagem cristã. Tem os fundamentos e algumas deixas, mas a reviravolta não acontece devido à conversão da pessoa. Não sei se acabei não gostando tando por esperar algo mais parecido com o que já conhecia, mas senti falta de algo que me cativasse mais.

A capa retrata Alice em sua viagem, sozinha e reflexiva pelo menos é isso que acho. A diagramação é confortável, com um detalhe bem discreto nos inícios de capítulo. E a revisão não deixa a desejar.

3 anos de blog e ainda não aprendi a não criar expectativas durante a leitura. Talvez, se eu não tivesse base de comparação com os livros anteriores ou se esperasse menos, tivesse aproveitado melhor a leitura. Foi boa, mas não imperdível. Agora é esperar que A Bandeja consiga me conquistar de volta.