Encontro com a Morte - Agatha Christie

Título: Encontro com a Morte
Autor(a): Agatha Christie
Editora: L&PM Pocket
Nº de páginas: 240
Onde comprar: Saraiva | Casas Bahia | Americanas | Extra
Nota:

Em uma viagem pelo exótico Oriente Médio, parte de um diálogo chega por acaso a Hercule Poirot: “Você entende que ela tem de ser assassinada, não entende?”. Consciente da gravidade da situação, Poirot esperará o momento certo para investigar o caso. Enquanto isso, uma família de turistas americanos chama a atenção por onde passa em Jerusalém. A matriarca parece exercer um estranho domínio sobre os filhos, criando um clima de tensão que beira o sadismo. Uma jovem e curiosa médica se verá atraída por esse núcleo familiar – sem imaginar as consequências fatais. Quando a situação parece ter fugido ao controle, Poirot compreende o verdadeiro significado do diálogo, conduzindo a trama para um magistral desfecho.

Resenha da nossa convidada especial: Chrys, do Todas as Coisas do Meu Mundo
Não é surpresa que eu seja super fã de Agatha Christie, ela marcou minha adolescência e iniciou minha paixão pela leitura com seu livro "O caso dos dez negrinhos", que hoje se chama "E não sobrou nenhum". Com esta nova aventura, não me decepcionei, apenas confirmei a genialidade da autora que conseguiu, de novo, me prender do começo ao fim e com certeza me enganar com relação ao assassino.

Encontro com a morte não é um livro muito conhecido da rainha do crime nem o melhor dela que já li, mas possui um enredo simples e teoricamente previsível. Agatha nos apresenta um perfil psicológico completo dos personagens na primeira parte do livro, o que leva alguns leitores a achá-lo enfadonho, eu adianto que é necessário compreender esta preliminar para poder entender o raciocínio da autora ao tecer aquele final surpreendente.

Não podemos nos esquecer de falar que é um livro protagonizado pelo detetive belga Hercule Poirot, que possui o "dom" de fazer as pessoas falarem, se abrirem, dando-lhe informação suficiente para desvendar os mais perfeitos crimes.

Nesta viagem ele está de férias, mas o crime "o persegue", e sua curiosidade não deixa passar-lhe despercebido uma conversa aos sussurros que ouviu de dentro de sua cabine: "Você entende que ela tem que ser assassinada, não entende?".

E é durante um passeio à Petra, na exótica Jerusalém, que a matriarca tirana de uma família americana é morta. Uma mulher com um passado recheado de crueldade deixa muitos suspeitos com momentos bastante oportunos, inclusive seus quatro filhos que desejam ardentemente se ver livres de seu domínio.

O domínio e controle extremo da família pela mãe é tamanho a ponto de chamar a atenção de turistas, que chegam a conjecturar e estudar de longe a conduta dos membros desta estranha família. Inevitável é o alívio de todos eles, razão pela qual pairam sobre eles as principais suspeitas do detetive belga, que, muito embora esteja de férias, acredita que a ninguém é permitido tirar a vida de alguém e se empenha em descobrir o malfeitor.

Com personagens intensos, o livro é perfeito a todos que adoram analisar os personagens buscando fundamentos psicológicos para encontrar o assassino. Muito embora não seja tão difícil acertar quem matou a Sra. Boyton, é praticamente impossível, porém de uma coerência ímpar, adivinhar a razão do crime. É simplesmente genial, digno da eterna Dama do Crime que te leva a diversas teorias, motivos, circunstâncias e te faz pegar um caderninho para anotar as pistas.

A leitura é fluida, dinâmica tendo em vista os capítulos curtos. Muito embora o livro tenha sido lançado em 1938, a linguagem não é arcaica ou massante. O trabalho da editora é excelente, mantendo o padrão das capas originais da Agatha e fazendo sua impressão em páginas brancas.

Para os amantes das adaptações literárias, esta história teve sua versão cinematográfica filmada em 1988, com o nome "Apointment with Death". Por conta da dificuldade em achá-lo online ou para comprar, assisti em inglês e, por conta disso, na minha opinião deixou a desejar.

Leitura recomendada.