Convergente - Veronica Roth

Título: Convergente (Divergente #3)
Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco


A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. No poderoso desfecho da trilogia Divergente, de Veronica Roth, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor. Livro mais vendido pela Amazon no segmento infantojuvenil em 2013, Convergente chega ao Brasil em meio à expectativa pela estreia de Divergente nos cinemas, em abril. A série segue no topo na lista de bestsellers do The New York Times.

Demorei, enrolei, adiei, mas finalmente concluí a trilogia. Li Divergente há bastante tempo, dele pra Insurgente foi outro pulo. Já até tinha me esquecido de algumas cenas e personagens, mas nada que me deixasse perdida. Podem ler tranquilos que eu não vou dar spoiler da trama (grande coisa, todo mundo já sabe O spoiler, o que acontece no final).


Minha leitura ficou um pouco prejudicada dessa vez. Todo fim de ano passo mó perrengue com estresse, vontade de jogar tudo pro alto, ir pra praia e só voltar dia 24. Entendam: amo Natal, adoro o Réveillon, mas os 20 primeiros dias de dezembro me matam. É muito compromisso, a agenda fica lotada e você ainda tem que rebolar pra achar tempo pra tudo. Assim foi minha leitura de Convergente. Eu pegava pra ler já no fim do dia, aí dava sono. Eu tentava ler em algum momento de intervalo, não conseguia concentrar. Enfim, deu tudo errado. Tenho quase certeza de que minha falta de motivação foi um fator determinante pra eu não conseguir embarcar na história. E, como não poderia deixar de mencionar, Quatro passou de divo a porre e depois voltou ao status de "vem pra cá, coisa linda".

Insurgente termina devastando corações, e você fica perdidinho sem saber que rumo Veronica resolveu tomar. Mas aí vem Convergente, e a sensação que tive era de que a autora se perdeu e saiu colocando vários cenários, personagens e conflitos até preencher as páginas todas. E quando chega lá no final ela amarra, faz um cambalacho e termina... DA PIOR FORMA POSSÍVEL! Ok, tem tudo a ver com a história, faz sentido dentro da proposta, se encaixa perfeitamente ao que ela vinha construindo desde o primeiro livro. Mas foi totalmente desnecessário.

Gostei da discussão política e social que permeia esse universo distópico. A questão da sociedade dividida por habilidades e afinidades, sem considerar os quesitos que normalmente são excludentes na nossa realidade; a discussão sobre manter ou não o sistema mesmo sabendo da verdade por trás de tudo; as diferentes formas de pensar e agir - por interesse próprio ou coletivo;a superioridade que alguns pensam ter por causa de um determinado fator... São tantos temas pra reflexão! Veronica conseguiu reunir muitos assuntos em uma trilogia e dar sentido a tudo.

Cada facção perde algo ao ganhar uma virtude: a Audácia, corajosa, mas cruel; a Erudição, inteligente, mas vaidosa; a Amizade, pacífica, mas passiva; a Franqueza, honesta, mas insensível; a Abnegação, altruísta, mas sufocante.

Diferente dos 2 primeiros volumes, esse tem a narração intercalada entre Tris e Tobias. A gente já conhece o jeitão da Tris, com seus impulsos malucos e tal. Mas ler sob a perspectiva do Tobias me deixou meio sem chão, porque foi justamente numa hora em que ele resolve aloprar e fazer tudo errado. Que raiva que eu tive dele. Rolou uma decepção, sabe? Mas depois as coisas evoluíram, e no final perdoei todas as besteiras e tive vontade de abraçá-lo e levá-lo pra casa. De toda forma, achei bem interessante essa mudança de ponto de vista, o que me deixou ainda mais ansiosa pra ler Quatro e descobrir mais do passado do nosso mocinho, seu relacionamento com os pais e todo o bafafá da transferência e iniciação na Audácia.

Ela acredita que Tobias pertence a ela agora. Não sabe da verdade, que ele pertence a si mesmo.

O romance nunca foi o foco do livro, mas teve destaque e foi bem trabalhado. Simples, pontual e único, como só Tris e Quatro conseguem ser. E é por esse envolvimento que eu fiquei triste com o término da trilogia, queria mais do casal. mas querer não é poder

Os personagens secundários continuam lá fazendo o seu papel de apoiar os protagonistas e morrer. Definitivamente, não se apegue a ninguém pra dor não ser pior depois. Fiquei com o coração partido em alguns momentos, até mesmo por sentir a dor dos personagens ao viverem aquele momento. E Tris, especialmente, continua lutando com as perdas familiares e com seu problema com Caleb.

Talvez construamos um lar dentro de nós mesmos, para carregar conosco aonde quer que formos, da mesma maneira que carrego a minha mãe agora.

Ah! Tem a explicação pro nome também, ok? Mas aí pra você entender tem que ler o livro...

Chamam a si mesmos de Convergentes porque suas ideias convergem com o propósito original de nossa cidade.

Deixando o ataque de fã de lado, devo reconhecer que foi uma boa história, com elementos inovadores e coerência do começo ao fim. Teve um pouco de implicância e decepção, mas nada que comprometa a grandeza da trilogia. Ainda preciso ler a antologia, mas espero que a autora escreva logo algo tão bom e envolvente. Ela merece todo o sucesso que conquistou.