Dez Coisas Que Aprendi Sobre o Amor - Sarah Butler

Título: Dez Coisas Que Aprendi Sobre o Amor
Autor(a): Sarah Butler
Editora: Novo Conceito
Nº de páginas: 256
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Nota:

Por quase 30 anos, quando a brisa de Londres torna-se mais quente, Daniel caminha pelas margens do Tâmisa e senta-se em um banco. Entre as mãos, tem uma folha de papel e um envelope em que escreve apenas um nome, sempre o mesmo. Ele lista também algumas coisas: os desejos e o que gostaria de falar para sua filha, que ele nunca conheceu. Alice tem 30 anos e sente-se mais feliz longe de casa, sob um céu estrelado, rodeada pela imensidão do horizonte, em vez de segura entre quatro paredes. Londres está cheia de memórias de sua mãe que se fora muito cedo, deixando-a com uma família que ela não parece fazer parte. Agora, Alice está de volta porque seu pai está morrendo. Ela só pode dar-lhe um último adeus. Alice e Daniel parecem não ter nada em comum, exceto o amor pelas estrelas, cores e mirtilos. Mas, acima de tudo, o hábito de fazer listas de dez coisas que os tornam tristes ou felizes. O amor está em todas as partes desta história. Suas consequências também. Sejam boas ou más. Até que ponto uma mentira pode ser melhor do que a verdade?

Alice tem trinta anos e adora viajar. Devido à culpa que carrega pela morte da mãe, que morreu em um acidente de carro enquanto ia buscá-la, ela nunca se sentiu à vontade na casa do pai e logo que teve idade colocou em prática seu espírito aventureiro e viveu viajando por ai. Só que, agora que seu pai está morrendo, ela precisou voltar para se despedir dele e mais do que nunca se sente uma estranha em meio à sua própria família. Ela só consegue encontrar algum refúgio quando faz suas listas de coisas que a deixam felizes ou tristes.

Daniel é um morador de rua, vive andando por Londres, sempre sobrevivendo dia após dia, e há trinta anos ele procura por sua filha. Todos os dias ele faz listas de coisas que gostaria de dizer a ela quando finalmente encontrá-la.

O livro é narrado em primeira pessoa pelos dois personagens principais: Alice e Daniel. Ambos tem em comum a solidão, a culpa e o hábito de fazer listas. Quando li a premissa do livro para as primeiras impressões a pedido da editora, logo de cara percebi que o amor que seria abordado na trama não seria um romance, mas sim um amor familiar.

Minhas expectativas estavam altas em relação a essa leitura, pois tinha adorado os primeiros capítulos lidos, entretanto a escrita não foi tão ágil para mim quanto eu esperava, principalmente nos capítulos narrados pelo Daniel. Por ele ser um morador de rua, a solidão é intensa, e ele praticamente só fala consigo mesmo, o que me fez ficar um pouco entediada.

Já nos capítulos em que Alice narra, a escrita é um pouco mais ágil, mas mesmo assim não me envolvi completamente. A dificuldade da personagem em entender e lidar com seus sentimentos deixou tudo um pouco confuso.

Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos. Ela devia estar indo me pegar na aula de balé. Lembro-me de estar no hall da igreja segurando uma bolsa rosa com uma bailarina bordada na frente, ouvindo a música da aula seguinte e os pés das meninas no piso de madeira, esperando. Tudo fica borrado, então, exceto pelo rosto do papai, pálido e assustado – o modo como ele me olhou como se não soubesse quem eu era.”

Enfim, a obra traz um lado poético e talvez por isso se tornou tão introspectiva para mim, os personagens não se desenvolvem e seguem durante toda a trama nostálgicos.

A autora não deu um desfecho digno para a história, ficou meio que um final aberto cheio de pontas soltas. Infelizmente, apesar de todo apelo emocional e poético, a história não foi suficiente para me arrebatar, nem mesmo as listas, das quais gosto tanto, ajudaram a me envolver com a trama.