{ entrevista } Marcia Rubim

Perfeccionista. Como revisora dessa autora, sei o quanto ela se esforça pra mostrar um trabalho redondinho e maravilhoso pra vocês. Mas não falo bem só por isso, eu realmente me emociono com suas histórias, a ponto de ficar com o coração apertado nas 2 vezes que li uma determinada cena.
Além de escrever bem, ela é linda e simpática. Assim fica difícil não gostar dela.

Marcia Rubim



Nos eventos literários cariocas, já sabemos que ela vai aparecer chique e discreta. Uma pessoa elegante, reservada, tímida; uma escritora que foge do óbvio. Isso é o que a gente enxerga de longe, mas a Marcia é muito mais do que isso. Quem é Marcia Rubim?
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o convite para participar desta entrevista. Fazer parte do blog Prazer, Me Chamo Livro é sempre uma honra para mim! S2
Bem, começando... Ainda fico um pouco impressionada quando me intitulam desta forma, do tipo chique, elegante, etc. Na verdade, acho apenas que tenho boa noção do que me cai bem fisicamente, daí chamo atenção. Se me vissem diariamente, com certeza mudariam de opinião, pois sou dessas que andam descalças dentro de casa e dificilmente usam maquiagem durante a semana por pura preguiça de usar demaquilante! kkk
Mas a Marcia Rubim é uma pessoa bastante tímida e comum. Acorda cedo, malha, corre para o trabalho (sou odontóloga) e ainda consegue tempo para administrar a casa, para dar atenção à família (que inclui marido, filho e cachorro), para ler e responder às mídias sociais e... para escrever (ufa)! Às vezes, esse cotidiano é meio exaustivo, mas, quando fazemos o que amamos, qualquer coisa se justifica. Sendo assim, acho que a melhor definição que tenho para mim mesma é exatamente essa: sou uma pessoa apaixonada pelo que faz!

Sua biografia revela uma curiosidade: além de escrever, você canta, pinta e desenha. Por que, dentre todos esses talentos artísticos, você optou por investir na literatura?
Difícil responder o que te toca no coração, não?
Cantar é algo que nasceu comigo (gosto muito mesmo); jamais fiz qualquer curso nesse sentido, mas acredito que esse dom seja um pouco incompatível com o meu nível de timidez, embora, por conta de palestras e eventos, essa ansiedade tenha amenizado um pouco.
Acredito que a literatura tenha vindo para a minha vida do momento certo. Sempre li muito e tenho uma relação muito estreita com a arte, sob vários aspectos. Já fiz curso de designer, sei fazer bijuterias, bordar, tricotar e até enfeitar festas infantis com balões (!), mas a literatura consegue, além de me proporcionar um prazer inenarrável durante todo o processo de estruturação de uma história, trazer de volta, como recompensa, novas amizades e muito carinho! E isso, sinceramente, não tem preço!

Todo mundo sabe que eu não gosto muito de fantasia, mas os seus vampiros acabaram conquistando meu coração. O que você acha que eles têm de diferencial? Podemos compará-los com algum vampiro famoso?
Acredito que essa sua ligação deva-se ao fato de eu ter adequado meus personagens o mais próximo que pude à nossa realidade, tornando-os (quase) possíveis. Outra diferença é que eles lutam para não sucumbir aos vícios da espécie e deixam aflorar a parte humana que existe em suas essências (muitas vezes esquecidas pela sociedade), além de terem religiosidade.
Não sei se consigo compará-los a outros vampiros, já que criei um ambiente diferente, com conflitos e lendas bem distantes do que tenho lido, mas sempre há aqueles que correlacionam o Richard (de Adeus à Humanidade) ao Carlisle (de Crepúsculo) por eles exercerem a mesma profissão, mesmo que no quesito físico e comportamental eles sejam diametralmente opostos.

Como você lida com as críticas aos seus livros? E as comparações te incomodam?
Acho que lido bem com as críticas, sim. No meu entender, o livro é um produto. A partir do instante em que é adquirido, o consumidor tem direito de pensar o que quiser dele. Nenhum autor é unânime, e nem seria bom se fosse, pois cairia na padronização. Além do mais, algumas críticas são até importantes para o crescimento do autor, fazendo com que ele tente se aprimorar. No mais, nem tenho muito do que reclamar, já que os retornos positivos relativos às minhas obras são infinitamente maiores, algo que só tenho a agradecer a Deus.
Quanto às comparações, elas sempre irão existir em maior ou menor escala. Não importa o quão distante você está da história A, B, C, ou do universo à parte que criou. Suponho que para alguns seja até uma necessidade de se agarrar a referenciais, mas enfim... até agora não cheguei a me incomodar com isso não. No final das contas, sempre será a forma como se conduz a história, o enredo e o talento que farão a diferença.

Na série Adeus à Humanidade, você conta a história de amor de Stephanie e Richard. Com o decorrer dos livros, percebemos algumas passagens de tempo na história. Você pode adiantar mais ou menos a época do final da série?
Eita, curiosidade! Kkk
Sim, haverá apenas mais um salto no tempo (não tão grande assim, prometo), mas é intencional. Na maior parte dos romances vampirescos, nunca sabemos o que acontece após as uniões, e em Adeus à Humanidade eu quis mostrar exatamente isso: mesmo com a eternidade como companhia, Richard e Stephanie estarão sujeitos a qualquer adversidade, provando que não são tão irreais ou inabaláveis assim.

Suas capas são misteriosas e têm pistas do que iremos encontrar na história. Você participa do processo de criação, direcionando como quer a arte, ou faz um resumo da história pro capista e deixa nas mãos dele?
Participo de cada etapa, direciono, faço resumo, dou cambalhota se preciso for! Os capistas precisam ter paciência comigo, assim como os revisores e diagramadores. Para mim, a obra é um todo, a realização de um sonho, e com sonhos alheios não se brinca! kkk Gosto de passar a mensagem completa!

Eu já li seu próximo livro, mas tô de boca fechada total! Tem como contar um pouquinho sobre ele?
Sem fugir ao padrão, O Despertar da Espécie traz outra trama no estilo montanha-russa. Gosto de levar os personagens ao limite emocional e mostrar como é possível, a despeito de qualquer situação absurda, o amor virar pelo avesso e vencer, e nesse livro não será diferente. A sempre tão irônica protagonista Stephanie vem mostrando durante a série um receio meio irracional em relação ao passado de Richard, e somente neste volume descobrimos o motivo. Só que, quando isso acontece, já será tarde demais. Vários fatores agravantes acontecem, desde mortes até uma guerra à qual ela jamais sonhou em participar. O problema de ser submetido a circunstâncias tão extremas é que, muitas vezes, uma batalha pode ter sido dada por terminada, mas internamente ela continua. E pior do que derrubar exércitos é enfrentar o poder de um sentimento, não? Então é aguardar o lançamento para conferir!!!

Fale um pouco sobre o seu conto na coletânea Em Contos de Amor e sobre como foi trabalhar nesse projeto.
Trata-se de um chick lit hilariante, a história de uma estudante “crepuscólica” Manoela, aparentemente bem resolvida com o excesso de peso, que se apaixona pelo que considera ser o oposto do seu ideal masculino: um nerd magro e escondido por trás de grossas lentes de grau. Após sofrer um episódio de bullying na escola, Manu volta para casa, dorme, e é acordada pela imagem do seu personagem predileto, Edward Cullen, vinda da tela do seu computador, fazendo uma proposta que irá mudar completamente a sua vida. Garanto que a trajetória dela até entender qual é a verdeira medida do amor renderá ao leitor, no mínimo, boas risadas!
Quanto a participar do projeto, foi um período muito bom. Em um dado momento, achei que não seria possível fazer parte, pois eu passava por um momento de muitos trabalhos acumulados. Mas a Mila Wander (a organizadora) não deixou que eu desistisse, permitindo, inclusive, que eu entregasse o manuscrito após o prazo (valeu, amiga!). A coletânea recebeu contos maravilhosos e um grupo de autores fantásticos. Pena que, por problemas editoriais, o livro acabou sendo desmembrado, e hoje cada um dos participantes está postando seu conto individualmente, seja na Amazon ou em outros meios de divulgação. Em breve o meu, A Medida do Amor, estará à venda online.

Sua escrita terá sempre o foco no romance, ainda que com temáticas variadas? Já pensou em escrever algum gênero bem diferente do que já fez até hoje?
Acredito que terá sempre esse foco, sim. Até agora, consegui traçar inúmeros esboços de histórias, desde comédia a suspense, mas sempre perpassando pelo tal amor... Sou uma mulher romântica, o que é que eu posso fazer? kkkk

Deixe um recadinho pra quem ainda não leu nenhum de seus livros.
Caramba, como assim você ainda não leu??? Por que, em nome de Jesus? Kkk
Brincadeirinha, gente. Como todo autor, aguardo ansiosamente pela honra de ser lida e adoro interagir com os leitores. Possuo, inclusive, um grupo no facebook onde discutimos sobre os personagens, as cenas, postamos fotos e fazemos amigos! No skoob existem inúmeras resenhas sobre o livro, e aqui mesmo, neste blog, foram postadas duas delas*. Deem chance ao autor nacional e façam parte desta história! *U*

Agora deixe um recadinho pros seus leitores.
Amores, sei eu está sendo sofrível para vocês conter a ansiedade pela espera do novo livro, mas garanto que não é menos angustiante para mim. O que posso dizer é que valerá a pena!!! Muito obrigada pelo carinho de sempre e fiquem com Deus! #LoveU

* resenhas: Adeus à Humanidade | Quando a Humanidade Prevalece
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Os livros da Marcia foram publicados pela Editora Literata, e ainda esse ano sai o terceiro: O Despertar da Espécie. A antologia está disponível na Amazon.


Você pode entrar em contato com a autora nas redes sociais dela: Fan Page | Site | Twitter | Instagram

Depois de conhecê-la mais um pouquinho, duvido que você não tenha curiosidade em conhecer também suas obras. Se eu fosse você, não perdia mais tempo e corria pra ler!

Gostou da entrevista? Já conhecia a autora? Diz aí o que achou.