Se Eu Ficar - Gayle Forman

Título: Se Eu Ficar (If I Stay #1)
Autora: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito


Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

De antemão peço desculpas por não trazer uma resenha 100% verdadeira. Eu deveria ter feito logo após a leitura, mas deixei passar, fui ver o filme na estreia, e agora ambos estão fundidos na minha cabeça. Vou tentar explicar, vou tentar ser o mais sincera que eu puder, mas sei que algo vai acabar passando.

A história, como todo mundo já sabe, é simples: a família de Mia sofre um acidente de carro, seus pais morrem na hora, ela e o irmão são levados ao hospital. Uma enfermeira diz que viver ou morrer só depende dela. Mia assiste aos esforços médicos para salvá-la, como se seu espírito estivesse fora do corpo. Seu namorado tenta driblar a segurança para vê-la na UTI. Em 24 horas, ela precisa tomar uma importante decisão: continuar a vida órfã ou ir ao encontro da sua família. Não dá pra contar muito mais do que isso porque a história se passa em um curto período de tempo, alternando o presente com algumas memórias de Mia.

Como vocês devem imaginar, Mia é a narradora. Seus flash back revelam bastante insegurança desde a infância por ser diferente de seus pais e irmão não só na aparência como também nos gostos. Filha de roqueiros, desde cedo demonstra aptidão para o violoncelo, enveredando para a música clássica. E, coincidência ou não, começa a namorar o líder de uma banda de rock, Adam. Em vários momentos, ela sente que não se encaixa no grupo, o que faz com que se torne um pouco chata.

Adam me conquistou já no livro, com seu romantismo e compreensão gigantes (eu não teria a metade da paciência). Os pais e irmãos foram legais, mas nada que me despertasse grandes emoções. A melhor amiga, Kim, também foi um ponto positivo do livro.

A história em si é legal, mas durante a leitura em momento algum eu consegui compreender qual o motivo de tamanha dúvida. Na minha cabeça é muito simples: terei a eternidade pra estar morta e alguns poucos anos pra viver, por que diminuí-los ainda mais? E foi assim que terminei o livro, sem entender por que tanta algazarra, pra que tanto marketing em uma história que não é lá essas coisas.

Aí eu fui pro cinema, no dia da estreia mesmo. Tudo mudou! Ali, na telona, eu enxerguei uma sensibilidade que o livro não foi capaz de me passar. Ali eu vi uma Mia ainda mais insegura, mas com todo um contexto ao redor. Ali eu vi pais maravilhosos, alegres, contagiantes, que fazem sacrifícios pela felicidade dos filhos. E ali eu vi um namorado ainda mais fofo.

Não sei se foi o ritmo lento do livro ou o modo como a autora descreveu a situação, mas só no filme eu entendi que a escolha dela ia muito além. O problema não era ficar sem a família, até porque isso seria real se ela passasse pra faculdade que tanto almejava. A opção não era ficar com os pais ou o namorado simplesmente. Ela podia se livrar de toda a pressão com a qual se obrigava a conviver, podia liberar o Adam pra ir atrás de seus sonhos e se dedicar à banda, podia não mais se sentir diferente. Se resolver acordar, toda a sua vida estará afetada e nunca mais voltará a ser como era.

Eu já tinha entendido a relação dela com a música e o universo totalmente diferente no qual ela estava inserida. Mas claro que na tela, com trilha sonora, tudo isso se tornou mais real, mais lindo. E acho que esse elemento teve um grande destaque tanto no livro como na adaptação, sendo um fator a mais pra me conquistar.

Você deve estar aí pensando que eu deveria ter feito uma crítica do filme. Pois é, eu também pensei nisso, mas não me sinto apta a falar sobre algo que não é minha praia. Até me arrisco a opinar sobre livros, mas cinema é uma linguagem que pra mim é bela em 90% dos casos. Não tenho um senso crítico tão apurado pra isso, talvez por esse motivo adorei o filme e fiquei com minhas observações sobre o livro afetadas.

Em resumo... O livro não é metade daquilo que eu esperava e do que a editora fez propaganda. Muito barulho por pouca coisa. O filme, diferentemente, me emocionou, me fez chorar - 2 vezes, que milagre! - e me fez ter outra visão acerca da história. O enredo é legal, mas se encaixa infinitamente melhor em uma realidade cinematográfica do que nas páginas de um livro.

Só pra não perder o costume... A capa é o banner do filme, mas eu preferia uma das versões originais, do rosto deitado. Mas o legal dessa nossa capa é que mostra momentos importantes da história, faz uma síntese do que iremos encontrar nas 193 páginas. A revisão deu umas escorregadas, mas nada que atrapalhe a leitura. E que diagramação lindaaaa! Em todas as páginas há notas musicais enfeitando as margens.

Achei bacana a editora incluir o 1º capítulo de Para Onde Ela Foi no final e também uma entrevista que a própria autora fez com os atores que interpretam Mia e Adam. Ali descobrimos algumas curiosidades, como o fato de que Chloë Grace Moretz teve aulas de violoncelo pra interpretar a personagem, o que valeu muito a pena, pois as cenas com o instrumento estão ótimas.

Sei que não fui muito clara, mas foi o melhor que pude expressar. Prometo que em Para Onde Ela Foi eu serei mais direta. rs!