Loucamente Sua - Rachel Gibson


Título: Loucamente Sua (Truly, Idaho #1)
Autora: Rachel Gibson
Editora: Geração


De volta à sua cidadezinha para atender ao funeral do seu padrasto Henry, a bela cabeleireira Delaney é surpreendida com uma cláusula do testamento dele: se quiser receber a sua herança, ela deverá permanecer um ano inteiro na cidade e não ter "contato sexual" algum com o bad boy Nick, filho bastardo de Henry. Acontece que, dez anos antes, ela e Nick viveram uma paixão, e embora ele seja um mulherengo incorrigível, a proximidade de ambos reacende a antiga chama. Será Delaney capaz de resistir ao motoqueiro de conversa fiada?

Apesar de ter sido o primeiro livro da Rachel lançado no Brasil, esse foi o último que li (confira as resenhas de Sem Clima para o Amor, Simplesmente Irresistível e Maluca por Você).

Um clichê ambientado em um novo padrão familiar, um romance do bad boy com a menina certinha que tenta se revoltar, uma situação que obriga os dois a se manterem próximos e distantes ao mesmo tempo. Essa é a receita que Rachel usou em Loucamente Sua. Henry era pai de Nick (mas não o aceitava) e padrasto de Delaney, a filha perfeita, obediente e submissa. Ela sempre teve tudo do bom e do melhor enquanto o "irmão" era rejeitado, mas a atração entre os 2 aconteceu na adolescência. Após um flagrante e muita fofoca, Delaney resolve sair da cidade e adotar um estilo de vida bem diferente do que os pais queriam pra ela. Mas a morte de Henry faz Delaney voltar à pacata cidade e ficar frente a frente com Nick. O testamento era bem claro (pausa para dizer que há erro na sinopse!): pra ela herdar a maior parte dos bens de Henry, deveria ficar 1 ano morando lá; pra ele herdar um terreno bem valioso, deveria não ter relações sexuais com Delaney também por 1 ano. Seria simples se ela não tivesse horror ao local e eles não tivessem um passado conturbado.

O que acontece é previsível, mas o modo como acontece é que é gostoso. Nick tem aquele jeitão de bad boy e sofre a maior pressão da mãe, que reclama o tempo inteiro da nova família de Henry e do descaso deste com o filho. Tá, tem uma pegada machista em construir um personagem estereotipado, pegador, que não se envolve emocionalmente e acha que todas as mulheres estão aos seus pés.
Delaney tem um trauma do passado com Nick por ter criado sua própria versão para o que aconteceu, mas ao mesmo tempo seu corpo reage bem diferente do que sua cabeça gostaria. E ele provoca! Sabe que não pode encostar nela, mas instiga, seduz. Acontecem encontros inesperados, troca de farpas, indiretas e provocações, mas o tempo não passa. Os 365 parecem intermináveis, e eles não sabem se querem que o prazo acabe logo pra receberem a herança e se verem livres ou se vão sofrer com a ausência do outro após a liberação.

Eu tive um problema sério com esse livro. Toda vez que começava a ler, alguma coisa externa me fazia parar: problema pra resolver, telefone pra atender... Aí acabava perdendo o fio da meada, desistia, pegava outro. E assim eu comecei e parei umas quatro vezes antes do capítulo 3, então botei na minha cabeça que o início era chato. Mas eu sou uma pessoa centrada aham e consigo separar as coisas, então sei que o problema era comigo, eu que não avancei bem na leitura. Depois que cheguei ao capítulo 4, as coisas fluíram.

Rachel manteve sua linha de escrita, com bastante romance e algumas cenas mais picantes. A narração é em 3ª pessoa, o que nos permite acompanhar o que se passa física e psicologicamente com cada um dos personagens. O foco é no casal protagonista, mas há espaço para histórias paralelas, como o casamento da melhor amiga de Delaney com o irmão de Nick, a relação de Nick com a sobrinha, o luto da mãe de Delaney e seu futuro relacionamento... Li algumas resenhas que condenaram essa "enrolação" na história, mas eu prefiro assim, abordando mais e melhor a situação como um todo.

2 temas troxeram humor à história. Eu não aguentava as cenas em que Nick se mostrava ousado e sem a menor modéstia, provocando Delaney e quem mais aparecesse na sua frente. Ele é metido, mas tem todo o direito de se sentir. rs! E o que é a competição de Delaney com o outro salão da cidade? Ela é cabeleireira moderna, e o povo da cidade só quer as coisas tradicionais, ainda por cima por um preço bem abaixo do mercado. Mas ela precisa se render aos caprichos das clientes, afinal, precisa provar que é melhor do que a rival, que é "só" a a menina que roubou seu ex-namorado na adolescência. Adoro!

Além do romance e dos outros conflitos, discute-se - ainda que superficialmente - a questão do suicídio. O livro começa narrando o suicídio de Henry, com isso a autora questiona suas motivações e aborda a reação da família. Henry pensou em tudo, especialmente nos herdeiro, sabendo que ainda iria os controlar do caixão. Ele preparou o local, a causa, a aparência... Acho que foi esse clima sinistro que me empacou no início da leitura.

A diagramação com letras enormes é a responsável por deixar o livro com 343 páginas, mas se fosse num tamanho de fonte normal esse número seria bem reduzido. E eu leria fácil mais e mais se houvesse um epílogo ou outros capítulos. Rachel terminou no melhor da história, me deixando supercuriosa pra saber o que aconteceu depois.
Não sei se é porque o livro é mais antigo, mas a revisão nem se parece com o que a Geração tá acostumada a apresentar. Os erros deixaram de ser de digitação e passaram a ser de português mesmo. E os malditos travessões atacaram de novo, seja com sua ausência ou má colocação. Agonia define.
Em compensação, a capa é linda! Adoro essa identidade que criaram pros livros da autora, com a parte de baixo do corpo da protagonista. É totalmente diferente da original e muito mais combinativa com a história. Na minha interpretação, essa é uma Delaney mulher que quer abandonar o passado, mas ainda está vinculada a ele, que o carrega como um peso imposto pelos outros, que luta pra mostrar seu novo estilo de vida enquanto os outros ainda a enxergam com os resquícios de menina. Liga não, eu sempre viajo nas capas pra entender seu significado (ou pelo menos achar uma explicação que me satisfaça).

Falando na editora... eu juro que queria entender a lógica nas publicações. São 4 livros publicados no Brasil (considerando os da nova tiragem), 1 de cada série diferente. E, como se não bastasse, algumas séries começam pelo livro 2. Esse é o primeiro da série Truly, Idaho. Mas não se preocupe e leia tranquilo, todos eles têm início, meio e fim, sem pontas soltas, okay?

Livro recomendado para os fãs de romances, especialmente aqueles que curtem um bad boy típico. Nada novo, mas envolvente. Vale a pena arriscar!

10 comentários

  1. Oie,
    Esse livro não me chamou muito a atenção, até porque não curto muito livros desse gênero. Mas depois de ler essa resenha, fiquei bastante curiosa em relação a história e bastante entusiasmada para saber o decorrer do relacionamento do casal protagonista. Me pareceu um otimo livro e com uma bela e instigante história.

    Beijos,
    Sarah

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  2. Oi Giu, tudo bom?

    Comprei esse livro ano passado, mas não me empolguei na leitura dele. Nada. Até coloquei para troca, mas depois desisti. Vou dar uma chance para ele antes de colocar para a troca. HAHAHAAH. Depois da sua resenhe animei um pouco! Quero conhecer o relacionamento deles. Vamos ver o que eu acho desse gênero que não é o meu favorito HAHAHAHA. Espero gostar =)

    Beijos, Rob
    http://estantedarob.blogspot.com.br/

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  3. Achei bem legal o enredo. O fato de a protagonista conhecer o bonitão, quero ver ela manter essa distância entre os dois rsrs. E o enredo pode ser sim clichê, mas isso não faz com que nós paramos a leitura. E caramba, que azar. Já aconteceu de eu começar a ler, e tudo precisar de mim, ouvir chamados 1 em 1 min..
    A capa é linda mesmo, como a outra. Tem um charme, além do significado. Adoro romances, então acho que seria um prato cheio.
    Abraços Giulia,
    ThayQ.

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  4. Oi Giulia, tudo bem? Ainda não li nenhum livro da Rachel - AINDA - mas quero muito ler porque adoooro romances como este e algumas amigas que já leram adoraram e me recomendaram. Também adoro romances com "bad boys" hahaha então acho mesmo que vou gostar. Beijos e boas leituras!!

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  5. Olá Giulia!
    Eu já li esse livro faz um tempo e ler a sua resenha me fez lembrar um pouco da história. São tantos que a gente ler que acaba esquecendo alguns. Eu gostei muito da história desse livro. Os personagens me cativaram. Esse foi o único livro que li da escritora. Tenho o Simplesmente Irresistível pra ler, mas tá na estante bastante tempo. Será uma das minhas leituras desse ano.
    Adorei a sua resenha.
    Beijinhos!
    http://eraumavezolivro.blogspot.com.br/

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  6. hahaha... rindo aqui do seu início turbulento da leitura, tem hora que parece que não é pra gente nem tentar ler... rs... que bom que a partir do quarto capítulo as coisas fluíram e as interrupções pararam.

    Olha, Giu, também não sei o que acontece com os livros da Rachel, eles podiam publicar uma série de cada vez e na ordem, seria muito mais legal... mas vai saber essa questão de direitos, né? Nem sei se eles têm de todos os livros.

    Já tinha ouvido falar que a revisão dos primeiros livros da autora era um tanto quanto sofrível... acho que iam até fazer uma nova edição, mas depois não ouvi falar mais nada a respeito. Esse livro está aqui para ser lido, mas terei que estar disposta a encarar esses travessões inexistentes ou mal colocados, isso me deixa maluca.

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  7. Tive que pegar meu exemplar para acompanhar sua analise da capa hahha
    Sério que é um livro de cada série. isso é chato pra caramba.. Mas é bom saber que eles tem inicio e fim, se não ia ser mais louco ainda hahah
    Tenho dois livros da autora aqui e acho que nao vou começar por esse..
    Essa lance da font me incomodou também.. acho que vou pegar o ebook rs

    Beijiinhos ;*
    Andressa - Blog Mais que Livros

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  8. Oi Giu, tudo bem minha flor!!!

    Bom esse livro eu não leria... sinceramente não me senti instigada e nem envolvida com o romance... achei a premissa bem interessante, porém não me convenceu muito... a sua resenha está ótima... mas confesso que o enredo em poucas palavras me pareceu cansativo... é uma pena ter erro assim de revisão... queria saber o que acontece com algumas editoras... tem tanta gente por ai que faz bem esse trabalho e precisa sei lá... acho que já estou viajando aqui... Xero!!!

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  9. Oi Giu, tudo bem?

    Eu sempre fiquei confusa sobre esses livros da Rachel, pensei que era na ordem de publicação da editora.. Mas vi que não é e ainda bem que as histórias são independentes. Que bom que depois a narrativa fluiu e fiquei decepcionada com os erros, mas ainda bem que você curtiu a história ne? Mesmo com os clichês eu me interessei e espero ler algo da autora em breve.

    Beijos
    Leitora sempre

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  10. Esta é uma autora que não conheço ainda. Um badboy é sempre bem vindo. Ainda bem que os livros mesmo fora de ordem dá para ler, mas seria melhor se fossem lançados em ordem mesmo.
    Bjs, Rose

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