Rendição - Maya Banks

Título: Rendição (Trilogia Surrender #1)
Autora: Maya Banks
Editora: Leya


Em sua sensacional trilogia erótica, Breathless, a autora best-seller do The New York Times Maya Banks, testou os limites do desejo. Nesta nova coleção, a trilogia Surrender, só há uma coisa a fazer: ultrapassá-los. E nunca as consequências da descoberta do prazer foram tão irresistivelmente convidativas, surpreendentemente íntimas e totalmente inesperadas...
Josslyn encontrou perfeição uma vez, e ela sabe que não vai encontrá-la novamente. Viúva, ela procura a única coisa que seu amado marido, Carson, não pôde dar a ela: dominação. Solitária e em busca de uma saída para seu luto, Joss encontra um clube exclusivo, que recebe pessoas a fim de realizarem suas fantasias mais hedonistas. Ela nunca imaginou que encontraria lá o único homem que tem sido, por muito tempo, sua fonte de conforto e desejo secreto o melhor amigo de Carson.
Dash viveu uma situação insustentável por anos, apaixonou-se pela esposa de seu melhor amigo, mas reprimiu essa atração. Tudo começa a mudar quando ele encontra Joss em um clube dedicado aos mais obscuros limites do desejo. Por que ela estaria num lugar como aquele? Ela faz alguma ideia de onde estaria se metendo? Mas Joss sabe exatamente aquilo que quer e precisa!
Para Dash só resta uma alternativa: se ela quer dominação, ele é o único homem que vai guiá-la por este mundo. O único que vai tocá-la, apreciá-la, amá-la... E o único a quem ela vai se submeter para sempre!

Como assim eu não li Maya Banks antes? Eu estava um tanto enjoada de livros hot, mas esse me animou de novo. Sim, o livro trata de dominação e submissão. Mas calma! Se você tá saturado do tema ou nem gosta, que tal ler a resenha toda pra ver se não muda de ideia?

Em primeiro lugar, há uma história. Leia a sinopse pra entender os protagonistas e a relação entre eles. Eu já gostei de ter um relacionamento quase familiar entre Dash e Joss, já que eram tão próximos por conta de Carson.

Joss viveu 3 anos de um casamento perfeito, abrindo mão de seu maior desejo sexual por causa do marido, cujo passado é bem complicado e traumático. Mas passados 3 anos de sua morte, chegou a hora de ela viver o que sempre quis: a submissão. Ela é cautelosa, mas também bastante decidida. Já desistiu de encontrar outro amor, pois considera perfeito o casamento que viveu, só que isso não significa que não possa buscar a satisfação sexual.

Dash é dominador, gosta de dar prazer e dor simultâneos, mas consegue também ser bem romântico quando quer. É um belíssimo exemplar de macho alfa, daqueles que causam arrepios femininos só com o olhar. Apesar disso, se mostra muito inseguro com a nova relação, já que por anos teve Joss como um sonho inalcançável. Gostei muito do "lema" dele: ser quem é e o que é. É assim que ele a convence a se libertar e assumir suas vontades.

Não há razão para continuar negando seus desejos e necessidades, quem você, o que você é. Mesmo se eu não fosse quem sou, nunca exigiria de você outra coisa que não ser você mesma e o que você quer ser. Mas, como compartilhamos as mesmas necessidades e os mesmos desejos, espero que possamos construir um caminho no futuro e descobrir um novo mundo... juntos.

Se é mais um de BDSM, por que eu gostei? Simples, a autora traz uma abordagem psicológica da relação dominador x submissa. Pra vocês terem uma noção, a primeira cena de sexo aparece aos 40% do livro. A autora constrói a história e a situação, explora os pensamentos e sentimentos de cada um dos protagonistas, descreve o prazer que eles têm na dor e no controle. Eu sempre achei bem estranho esse desejo, meio doentio, mas depois de ler Rendição até que comecei a entender melhor esse universo mas ainda continuo sem querer experimentar rs.

Ela estava dando tudo o que ele sempre sonhou de bandeja: confiança. Submissão. Ela, apenas.
[...]
- Você terá, Joss. Tudo o que tem de fazer é esticar a mão e pegar. É seu. Sou seu. Enquanto eu existir.

A parte psicológica é bem detalhada em todos os aspectos. Todo o drama de se envolver com o melhor amigo do marido falecido, de contar pra melhor amiga que é ex-cunhada, de enfrentar a opinião dos outros... Acompanhamos a invasão de Carson aos pensamentos de Joss, as comparações verbais e mentais dos dois homens, o deslumbre de Dash ao ter a mulher com quem sempre sonhou, seus receios por achar que sempre ficará à sombra do amigo morto... A narração em 3ª pessoa amplia nossa visão e nos permite entender ambos os lados.

Nunca se sentira tão... livre... em toda sua vida, o que era absurdo, já que nunca cedera poder absokuto e controle a outro homem. Deveria se sentir constrangida. Presa. Mas sentia como se finalmente houvesse liberado um lado que sempre quisera libertar.

Minha única crítica é em relação ao excesso de repetições de alguns aspectos e situações. Entendo que isso seja uma representação dos pensamentos recorrentes na mente dos personagens, mas rolou um exagero depois de um certo ponto.

A-do-rei a capa. Delicada, bonita, discreta. Pras mais tímidas, dá pra ler numa boa em público, nem parece que é livro hot. A diagramação tem umas letras enormes, o que gerou um número grande de páginas. A revisão tá bem boa, exceto em umas vezes que confundem os nomes dos personagens (morri com Josh ao invés de Joss).

Essa é uma trilogia que começou bem e tem tudo pra melhorar. Já no final de Rendição tem uma degustação do segundo livro, que conta a história de Kylie (irmã de Carson) e Jensen (sócio de Dash). Só digo uma coisa: onde há faísca, há fogo! Já o terceiro traz o casal Chessy e Tate, amigos de Joss, Dash e Kylie. Se como coadjuvantes eles tiveram papel importantíssimo, já estou ansiosa pra conhecê-los mais a fundo.

Maya Banks foi uma grata surpresa no início de 2015. É de falar o clichê "se eu soubesse que era bom, tinha lido antes". Deixe seu preconceito de lado e vá ler. E, se você já gosta, vai fundo!