As Confissões das Irmãs Sullivan - Natalie Standiford


Título: As Confissões das Irmãs Sullivan
Autor(a): Natalie Standiford
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 352
Onde comprar: Saraiva | Livraria Cultura
Nota: 

Quando o futuro da família está em jogo, não há segredo grande ou pequeno demais. A avó das irmãs Sullivan reúne a família para anunciar que em breve morrerá. E, possivelmente pior, que removeu toda a família de seu testamento. Como ela é a fonte de quase toda a renda familiar, isso significa que ficarão sem um tostão. Ela foi ofendida por alguém da família, mas diz que, se o ofensor se revelar com uma confissão do seu crime enviada para seu advogado, ela pode recolocar a família no testamento. Agora, nenhum segredo é grande ou demais para as irmãs Sullivan. E que comecem as confissões.

As confissões das irmãs Sullivan, conta as histórias, dramas e travessuras de três dos seis netos (St. John, Sully, Norrie, Jena, Sassy e Takey) de uma família rica e renomada. Poderosa Lou - como é conhecida a matriarca da família Sullivan - declara, na noite de Natal, que está com uma doença grave e corre risco de vida. E mais, que tirou toda a família de seu testamento por ter sido gravemente ofendida por um dos membros da mesma. Sendo assim, a Poderosa dá a chance a seu ofensor de se redimir, confessando seu ato através de uma carta. O mesmo tem até a véspera de Ano Novo para confessar seus pecados e entregá-los por carta a ela. As netas de Poderosa acreditam que sejam as culpadas, as garotas Sullivan (Norrie, Jena e Sassy) escondem segredos, e agora, sabendo que podem colocar o futuro de toda a família em risco, cada uma em segredo acredita ser a responsável pela decisão da Avó. Sendo assim... acompanhamos o processo de escrita e confissão de cada uma das três irmãs.

- Quem terá ofendido tanto a Poderosa? - perguntou St. John, - Quem será o culpado entre nós?
- Uma das garotas - disse Sully.
- Uma das garotas - repetiu Paizão.
- Com certeza uma das garotas - concordou Ginger.
A Poderosa sempre fora rigorosa com as meninas. E, recentemente, todas três tinham feito algo que chateara a avó, disso ninguém duvidava.

A história fica dividida em três partes, uma para a carta de cada irmã, que se estende por vários capítulos, enquanto viajamos com elas pelo acontecimentos até chegar ao momento atual. Primeiro acompanhamos a carta de Norrie, depois de Jena e por último de Sassy. Elas vão contando a história normalmente, e acompanhamos os fatos como se elas estivessem vivendo tudo aquilo naquele instante, com interações e diálogos normais de uma narrativa, mas no meio tem momentos em que elas falam diretamente com a avó.

Olhei o cabelo dele, os olhos castanhos brilhantes, a pele macia com suas covinhas. Já era, pensei. Estou apaixonada.
- Qual vai ser nossa sobremesa? - perguntei.
- Norrie, acho que estou apaixonado por você - disse ele.
Nós ficamos nos encarando, num momento de sintonia estranho e empolgante. [...] ele estendeu o braço e me puxou para perto. Nós nos beijamos até eu achar que ia perder a consciência. E de certa maneira perdi. Agora vou fechar as cortinas dessa cena. Acho que é o limite para uma avó e sua neta abrindo o coração.

As cartas são repletas de dramas das garotas, contam seus segredos mais íntimos e expõem os sentimentos que elas tanto tentam esconder. A gente percebe o quanto elas são pressionadas pelos velhos costumes e manias de etiquetas e tradições da alta sociedade que a avó tenta impor a todos, coisas como Baile de Debutantes, para ser apresentada a sociedade, ter o par escolhido pela avó segundo interesses. Esses detalhes nos lembram um pouco de coisas do século passado, tipo "O diário da Princesa" sabe!? Como se os Sullivan fossem a realeza, e em parte é assim que a matriarca parece se achar.

Jane foi andando teatralmente até a porta.
- Vai pra casa do cacete.
- Uuuh, Jane disse "cacete" - cantarolou Sully.
- As pessoas desta casa falam como se estivessem no século XX.
- Inclusive você - disse St. John. - Quando não está tentando falar como um traficante de A Escuta. Pois é assim que Sully fala quando a senhora não está por perto, Poderosa, então peço desculpas pelo xingamentos. Cortei alguns, mas para outros não existia nenhuma palavra com o mesmo significado.

Norrie, a mais velha das garotas, é um tanto pacífica, mas tem descoberto sua personalidade que estava soterrada, e com a chegada do amor, a vemos amadurecer e mostrar o quanto tem força, indo contra as imposições da avó.
Jane, a do meio, com seus 16 anos, é mais inconsequente, a rebelde da família, a garota faz mais o estilo revoltada com o estilo de vida que querem pra elas, então apronta todas e também é a única a desafiar Poderosa abertamente. Dei boas risadas com a parte da carta de Jane.
Sassy, a mais nova com seus 15 anos, a menina doce e meiga, esconde problemas sérios que ninguém imagina que se passam na cabecinha da garota.

Ginger - a mãe das meninas - e Paizão - obviamente o Pai - são pais amorosos, mas um tanto relapsos, perdidamente apaixonados e dependentes um do outro. Tirando quando estão concentrados um no outro, eles ficam a maior parte do tempo desligados do mundo, Paizão em seu mundinho e Ginger em suas compras intermináveis e chás da tarde com amigas.

Assim, as meninas vivem dramas e situações que passam desapercebidos pelos adultos que as cercam, a menos, claro, quando fazem algo que aborrecem Poderosa. Aí, todos os olhares se voltam para elas.

Confesso que a leitura não me prendeu. Achei algumas partes cansativas e arrastadas, pelo fato de que a história é "repetida" três vezes pelo ponto de vista de cada irmã, já que elas estão relatando fatos do mesmo período. Embora em cada parte vejamos fatos inéditos e pensamentos que só podem ser ditos pelas mesmas, ainda assim há algumas repetições, e isso cansa.

Os personagens não conseguiram me cativar muito, a não ser por Wallace, marido da Poderosa, que apareceu pouco na história, mas foi capaz de despertar minha simpatia pela sua doçura e serenidade. Não entendi como ele podia amar - pois ele amava Poderosa - uma mulher tão dura, aparentemente fria e rigorosa como ela era. A Jane também me ganhou pela originalidade e intensidade da personagem. Já os demais personagens não conseguiram me convencer muito. Ginger e Paizão não me pareceram exemplos de bons pais, eram distantes, relapsos e só pareciam se doer ou se importar com algo quando isso colocava em risco a herança que Poderosa pode deixar para eles. Pra mim eles mais pareciam parasitas.

Assim conhecemos os dramas, medos e problemas de uma família rica que tenta manter a aparência perfeita para a alta sociedade, mas que não passa impune pelos anseios e a impetuosidade das adolescentes e da força de um primeiro amor.

Embora a história seja leve, a narrativa descontraída e a leitura fluida, não foi um livro que me arrebatou.

A capa é muito bonita e bem feita, retrata bem a história, já que tudo se passa em cartas. A revisão do texto teve algumas falhas, como palavras trocadas ou repetidas, mas como não é costume achar isso nos livros da editora, acredito que será revisto numa próxima edição. As folhas são amareladas e a fonte espaçada, tornando a leitura agradável e fácil.

Costumo dizer que cada história funciona de maneira diferente para seus leitores. Essa não foi uma que me conquistou, mas pode ser que seja uma experiência diferente pra você. Então eu recomendo que leiam e vivam sua própria experiência se quiserem.

7 comentários

  1. Quando a leitura é arrastada e não prende, sempre é ruim...
    Mas já vi algumas resenhas positivas sobre esse livro. Então pelo que percebo as opiniões são bem dividas à respeito dele.

    Café com Letras

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  2. Olá

    Já não tinha me interessado pelo livro, aí quando disse que a história se torna repetitiva e arrastada aí que vi que não tinha jeito e que não valeria a pena nem ler pra conhecer. Não gosto muito disso e acho que até hoje não li essas mesmas histórias por pontos de vista diferentes. Ao mesmo tempo que acho interessante, não acho.

    Abraço!
    www.umomt.com

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  3. Olá Jaque, agora sabendo que o livro é bem repetitivos por ser as três cartas de eventos no mesmo período e que a leitura não consegui te prender não sei se ainda vou querer lê-lo, os errinhos de revisão me incomodam um pouco quando estou lendo então é mais um ponto contra essa leitura...

    Visite "Meu Mundo, Meu Estilo"

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  4. Oi Jaque, sua linda, tudo bem?
    Eu sou uma apaixonada por cartas, então, quando vi o lançamento desse livro quis ler na hora, pois acho o uso da carta algo pessoal, intenso. Mas pelo o que me contou, não foi isso que aconteceu. Uma pena. Achei que a autora errou em colocar três versões de uma mesma história dentro do mesmo livro, realmente é cansativo. Por elas terem idades diferentes, poderia ser até o mesmo dia na vida das três, mas na carta, só poderia aparecer o que cada uma vez sem a outra, aí sim, acho que iria funcionar. Por conta disso, acho que não leria esse livro agora, uma narrativa repetitiva, torna realmente cansativa a leitura, não prende nossa atenção.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  5. Oi Jaque, tudo bem?

    Eu lembro desse lançamento e até fiquei interessada, mas teve alguns pontos que me desanimaram. A história ser repetitiva cansa mesmo, não tenho muita paciência com isso. Também a narrativa não prender é super chato, né? Por enquanto não tenho pretensão de ler o livro.

    Beijos
    Leitora sempre

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  6. Cara esse lance do Poderosa me brocha com essa leitura vu haha.
    Tipo eu até quero ler o esse livro pq fiquei curiosa, mas eu larguei de mão a série dos irmãos sullivan, então to na dúvida se leio esse sabe pq parece meio tenso algumas coisas ae, e se for pra me irritar to pulando fora =/
    e narrativa que não prende durante a leitura me desanima mais ainda T.T
    Seguindo o Coelho Branco

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  7. Oi Jaque..
    pelo enredo apresentado acredito que a história não funcionaria muito para mim não... pelo que percebi mesmo com alguns fatos inéditos parece que a história se repete... e as personagens não me convenceram muito.... mas já li resenhas que as pessoas gostaram... e questão de ponto de vista mesmo....Xero!!

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